domingo, 17 de abril de 2011

As idéias são eternas

Upeninos reunidos em 17/04/2011: Luís Carlos Ferreira, Wallace Rodolfo, Edinaldo Pereira. Gaudêncio Amorim (em pé); Izaias Resplandes, Amorésio Silva, João de Sousa e Zenaide Farias (sentados).




A alma. O termo deriva do latim “anima” e se refere ao princípio que dá movimento ao que é vivo, que é animado ou o que faz mover. Aristóteles escreveu “Da Alma”, uma obra em defesa da alma e de suas implicações com o mundo físico.

O upenino. A palavra é derivada da sigla UPE (União Poxorense de Escritores), sendo utilizada para designar o membro dessa confraria, criada no Município de Poxoréu, MT, em 31 de março de 1988, com a finalidade de atuar em defesa da arte e da cultura. O upenino é o ser que encarna essa idéia, que vive e luta para transformá-la em realidade, valendo-se, principalmente da palavra, sem prejuízo de outros instrumentos da produção humana.

A palavra. É eterna. É a alma do escritor. É a essência da imortalidade upenina. Segundo um provérbio chinês: “há três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida”. Pela palavra Deus fez o universo. Ele apenas dizia: HAJA! E as coisas aconteciam. Jesus ressuscitou morto e levantou paralíticos pela palavra: Dizia ele: Levanta-te! E o morto retornava à vida; e o paralítico voltava a caminhar. A palavra é o poder da criação e da destruição. Por ela nós damos existência a mundos extraordinários, habitados por seres poderosos. Segundo Rousseau, a palavra tem três funções: remédio, veneno e cosmético. É nesse sentido que a usamos para criar céus, purgatórios e infernos.

Segundo Platão, apenas aquilo que existe no mundo das idéias é perfeito. Platonista, defendemos que o perfeito é a idéia e o mais que perfeito é aquele que a defende e que acredita em sua potencialidade. Deus é o Upenino-Mor, o Senhor de todos nós que usamos a palavra nos versos, nas prosas, nos poemas, nos romances, nas músicas, na arte como um todo. Seus discípulos, nós somos deuses em potencial e vivemos para dar vida às nossas idéias e inspirações.

A alma upenina é o princípio que nos anima em nossa missão; é a idéia de que nada é impossível no campo das idéias. As rosas falam com o pequeno príncipe de Exupéry. Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia e uma noite mostra sabedoria a outra noite, registra o Salmo 19 de Davi. Nós criamos e reinventamos mundos conforme o modelo das eternas idéias. Lobatos, nós nos transformamos em Américos Pisca-Piscas e colocamos jabuticabas nas aboboreiras e abóboras nas jabuticabeiras. Ainda que algumas criações sejam bizarras, nós criamos, criamos e criamos. Essa é a nossa sina: transformar em obras cada vez melhores para todos as perfeitas idéias eternas.

Ao falar sobre a missão upenina, o Notável Upenino Luís Carlos Ferreira disse que “é preciso continuar o que vínhamos fazendo e avançarmos ainda mais”. E isso será possível, se realmente acreditarmos nessa idéia. E crer na potencialidade da idéia é a nossa vida.

Izaias Resplandes. Advogado e Professor de Matemática é o Presidente da UPE – União Poxorense de Escritores.

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