sábado, 30 de agosto de 2014

O incêndio de São Pedro

São Pedro situou-se à margem direita do ribeirão que recebeu igual nome e que deságua no rio Pombas, tributário do São Lourenço.

Professor João de Souza
“Na série de descobrimento que em 1924 se verificava na direção oeste, em relação ao Garças, no Estado de Mato Grosso, à procura de jazidas diamantíferas, São Pedro a 50 km a noroeste de Poxoréu, desempenharam preponderantemente.
Descoberto no mês de junho, na festa do Santo que lhe deu o nome, também São Paulo lograra o mesmo acontecimento no mesmo dia e ano, ambos a poucos quilômetros de distância, Alcantilado foi encontrado em seguida. Anteriormente com forte repercussão já havia sido descoberto o garimpo do Pombas que servira de Liame para atrair as atenções dos exploradores para a região.
Em seguida fora descoberto o garimpo dos Sete, resultado das pesquisas de sete exploradores. Próximo a este foi encontrado o garimpo de Todos os Santos que recebeu topônimo porque foi localizado no dia 1º de novembro. Essa constelação de jazidas passara a ter como centro a povoação de São Pedro. Todos esses povoados situados em variadas direções afastavam – se a pequena distância de São Pedro, tendo no máximo duas léguas de raio.
São Pedro situou-se à margem direita do ribeirão que recebeu igual nome e que deságua no rio Pombas, tributário do São Lourenço. Em todas essas jazidas foi encontrada apreciável quantidade de diamantes, todas aglomerando grande número de garimpeiros.
São Pedro em poucos meses, em virtude da riqueza de suas minas se transformara em forte empório comercial, onde gravitavam as mais variadas atividades e aglutinava povoadores das mais diversas paragens do País, podendo se divisar ali todas as classes sociais, negociantes, boiadeiros, açougueiros, hoteleiros, proprietários de casas de diversões, padeiros, sapateiros, compradores de diamantes, artesãos, etc., mas todos tendo como atividade mantenedora o produto da garimpagem.
Registrava-se a existência de grandes casas comerciais, onde podia ser encontrada toda espécie de mercadoria, assim para bravatearia como para atender ao mais fino gosto, perfumes, seda, louças, tecidos do mais fino lavor de forma a atender a demanda do gosto mais apurado e bem assim, da força do mulherio envaidecido, que desprezando o valor do dinheiro praticava os mais espalhafatosos desatinos. Era vulgar os chamados banhos de cerveja e de champanhe. No meio desse quadro de desregramentos, às vezes surgia uma mulher mais desataviada que embuchava o revolver com notas de 500 mil réis e descarregava para o ar, demonstrando quão farta tinha sido a colheita da noite anterior.
No Campo das diversões, os fecha – nunca, cabarés que funcionavam noite e dia, representavam principalmente centro de recreação. Ali ao embalo de toscos conjuntos musicais regidos via de regra por clarinetas e Sanfonas, se desencadeavam todos os entretenimentos.
Grande número de mulheres compunha aquele quadro, dentre as quais podiam ser notadas figuras dotadas de beleza, donaire e elegância, mas onde, entretanto a maioria não possuía nenhum encanto, pelo contrário, demonstrava existência sofrida, estigmatizada na luta pela vida.
Para aqueles que quisessem escapar daquela modalidade de diversão surgiam outros derivativos mais sofisticados: o bilhar, o baralho e a roleta, onde os garimpeiros incautos, frente a jogadores profissionais viam esvair o produto do seu trabalho.
A opulência das jazidas diamantíferas de são Pedro ecoou a longa distância aglomerando empresários, dentre os quais se notavam nomes, especialmente de origem árabe que desempenharam saliente papel em outras cidades do Estado.
No primeiro semestre de 1925, uma representação dirigida ao Agente Geral das Minas, mostrando a necessidade da conservação do pequeno comércio existente em Pombas e que tinha São Pedro como fonte suprimidora, mostra o grau de desenvolvimento de que ao tempo já desfrutava a localidade. Nessa manifestação figuram os nome de Miguel Maluf, Amin Lotfi, Elias Haydamus, Miguel Haydamus, Antônio Pedemonte, Darlindo Lino de Souza, José Kerde, Otto Lins, Wagenam, Nagib Homsi, Simão José, Tuc José, Emílio Zattar, Antenor Gonçalves de Queiroz, Domingos Tavares da Cunha, além de outros, transitavam por ali Elias Bechara, Miguel Lotfi, Miguel Sebba, Jorge Sebba, José Dualib, Kalil Mutran, Gabriel Saddi, fato deveras significativo para um lugar há pouco descoberto e que  pelo fato de não possuir medidas de segurança, se comum o uso e o livre acesso às armas e ao álcool, já de inicio houvera sido teatro de facinorosos  acontecimentos.
O povoado continuava em acelerado crescimento, divisando – se ali sucessivas entradas oriundas dos mais diversos recantos do País, e que dali também partiam para outras descobertas, ao tempo para as novas influências que se verificam no “Morro da Mesa” ou Poxoréu.
Um sério inconveniente tomara corpo no processo de ocupação de São Pedro. As classes que formam a tropa de ocupação das descobertas dominadas pela perspectiva da fortuna fácil e na expectativa de sucessivas influenciam, para onde por certo se deslocariam, não cuidaram da fixação dos fundamentos definitivos da povoação. Tudo ali fora construído de supetão, de improviso e com o material precário, próprio da provisoriedade das coisas. Não houve preocupação quanto à implantação de atividades agrícolas ou pecuárias, sendo encontrada raramente a existência de lavradores, salvo algum ocupante de terra ali já existente ao tempo da descoberta.
Tropas de burro e de bois procedentes de Cuiabá e regiões vizinhas e das bandas de Goiás e Minas Gerais abasteciam de víveres a povoação. As edificações do povoado, se é que assim podiam ser chamadas foram todas construídas com folhas de babaçu e buriti, vendo esse material até nas cercas dos quintais. Acrescente – se a esse quadro a avalanche de material combustível representado pelos grandes estoques dos armazéns e casas comerciais e ter – se – á uma visão do impressionante quadro que presenciamos.
Havíamos chegado a São Pedro em maio do ano em referência, vindo diretamente de Couto Magalhães, estado de Goiás.
Ao que constou ao tempo, um carreiro procedente da Fazenda Santa Paz, região de Rondonópolis, acabara de encostar os bois e fazer as primeiras compras para preparar o jantar. No rol das compras levara querosene e álcool. Era costume  ao tempo desdobrar este em pinga. Já um tanto alto fora acender o fogo. Ajeitados os gravetos na trempe, ao invés de jogar querosene no fogão despejara álcool e riscando o fósforo, o fogo num ímpeto atingiu a parede de palha e num átimo já se encontrava na cumeeira da casa. Quanto à origem do fogo não há duvida que partiu da casa vizinha à  pensão de Sinhá Dita, onde se encontrava arranchado o referido carreiro. Célere as chamas se altearam e açoitadas pelo vento já em fúria foram voando para as demais casas, semeando fogo ao mesmo tempo em todas as ruas. Em instantes imensa cordilheira de fogo cobria todo o casario, roncando, trepidando, pipocando, estrelejando como se das enormes fuzilarias se defrontassem em extenso campo de batalha. As labaredas imitando gigantescos corcéis revoluteavam a grandes alturas, semeando fogo em variadas cores e em todas as direções, chamas muitas vezes originadas por latas de inflamáveis e combustíveis que explodiam no ar. O vento voluptuosamente ribombava completando aquele cenário, imponente, majestoso. As cercanias a grande distância, por momentos ficaram iluminadas. O incêndio de São Pedro deixara reminiscências indeléveis na minha memória.
O resultado do trabalho de três anos de sangue, suor e lagrimas estava comburido. Pouca gente salvou alguma coisa. Uma rua de poucas casas afastada uns cem metros do grosso do comercio escapou chamuscada e duas outras casas no outro lado a igual distancia do casario, o que serviu de refugio naquela  noite à  população desabrigada.
São Pedro que durante três anos captara a admiração do mundo pelo esplendor de suas  gemas preciosas;
São Pedro que fora também teatro de tristes acontecimentos;
São Pedro que patenteara com toda luminosidade a exuberância das jazidas diamantíferas do Mato Grosso terminava os seus dias de forma espetacular, violenta, majestosa.
Pensar-se-ia que grande sinfonia representada pela multiplicidade de executantes e de instrumentos, notadamente de percussão, ali se houvesse reunido fortes episódios que emolduraram a sua existência. “Tudo ficara reduzido a Cinzas”

Publicado originariamente em http://www.cliquef5.com.br/TNX/conteudo.php?sid=286&cid=43299. Acesso em: 30/08/2014.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

A existência de Deus

Eu já fiz muitas coisas erradas nessa vida, mas nunca duvidei da existência de Deus. Desde criança eu aprendi que Deus existe. Para mim, portanto, isso sempre foi fato e ponto. Infelizmente esse meu ponto não era um ponto final, posto que aqui esteja, no dia hoje, refletindo sobre esse assunto, o qual tanta gente já deve ter estudado e analisado até aos mínimos detalhes.
E por que isso agora?
A questão é simples. Numa de minhas aulas de Matemática um aluno deu uma gargalhada
tão alta que chamou a atenção de todos nós que estávamos na sala. Ficamos parados esperando que ele se explicasse. Então ele disse quando lhe perguntei o que estava acontecendo: “Um colega acaba de escrever aqui no ‘WhatsApp’ que ‘Deus está em toda parte’; que bobão!”
WhatsApp Messenger é um aplicativo de mensagens que permite trocar mensagens pelo celular sem pagar por SMS (Wikipédia).
SMS significa “Serviço de mensagens curtas”.  Vem doinglês ‘Short Message Service’.  É um serviço disponível em telefones celulares digitais que permite o envio de mensagens curtas entre estes equipamentos e entre outros dispositivos de mão, e até entre telefones fixos,  popularmente conhecidas como mensagens de texto (Wikipédia).
Aquela fala foi um tapa na minha cara. ‘Mas isso não é
verdade?’ - perguntei-lhe. E sua resposta: ‘É claro que não, professor! Deus não existe!’.
Eu fiquei sem ação por alguns minutos, principalmente porque esse aluno era filho de pais crentes em Deus, e atuantes em igrejas tradicionais de Poxoréu. Pensei: realmente, os inimigos de um homem são os de sua própria casa.
E então comecei a refletir sobre esse assunto. Se existe dúvida, nós temos que perquirir, temos que investigar.
“Porventura fixarás os teus olhos naquilo que não é nada? Porque certamente criará asas e voará ao céu como a águia”. Provérbios 23:5
Na conversa que tive com aquele adolescente e com outro que aderiu à conversa na mesma condição do primeiro, perguntei sobre suas origens e me disseram que eram produtos da evolução.
Perguntei se era da ‘evolução do nada’ e me disseram que não; que se originaram a partir do big bang, a grande explosão, da qual, em tese, teria surgido o universo.
Muito bem... Se surgiram da pequena bola de matéria tão condensada que explodiu em milhares de fragmentos, evoluindo estes para o que hoje existe, pergunto apenas o seguinte: essa bola de matéria é eterna? Ela sempre existiu? Ou ela também foi criada por alguém?
Se a matéria sempre existiu, então seu deus seria a matéria, já que você entende que foi criado por uma evolução natural dela. Se ela foi criada, quem a criou? Para mim, que o eterno existe é fato indiscutível, posto que não consigo explicar a origem de qualquer coisa a partir do nada. Assim, há que ter uma origem eterna. A essa eu chamo Deus.
Bem, mas eram perguntas sobre perguntas. De fato, o aposto Paulo está certo quando diz que “há muitas espécies de vozes no mundo, e nenhuma delas é sem significação”. 1 Coríntios 14:10.
Havia o que aprender naquela conversa e também o que
ensinar. Isso sem falar que eu era um professor e ele era um aluno. Então prosseguimos na conversa, sem exaltar os ânimos.
E assim ele me arguiu: Professor, se Deus existe, porque acontecem tantas coisas ruins?
Isso já era mais fácil de responder e disse-lhe que Deus nos criou com livre arbítrio, para que possamos decidir sobre o que desejamos fazer de nossa vida.
Os pais dizem aos seus filhos menores o que devem ou não fazer e estes obedecem até o dia em que se acham crescidos o suficiente para tomarem as suas próprias decisões.
Assim também foi na relação de Deus com o homem. No princípio, quando havia somente Deus e nossos primeiros pais, Adão e Eva, que moravam no Jardim do Éden, havia uma ordem do Pai para que não comessem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comessem, certamente morreriam.
Era uma ordem de um Pai para suas crianças. E certamente 
elas obedeceram a essa ordem por muitos e muitos anos, até o dia em que entenderam ter crescido o suficiente para arcarem com as consequências. E então tomaram sua própria decisão. E comeram do fruto até então proibido e muito sofreram com as consequências, porque ainda não estavam preparados.
Por questão de segurança, da segurança deles, que poderiam então ousar enfrentar o próprio Deus e serem destruídos, eles foram expulsos do Jardim do Éden. Adão teve que trabalhar a terra para dela tirar o sustento. A mulher passou a ter filhos com dores e a própria Terra se encheu de pragas e ervas daninhas perniciosas.
Diz a Bíblia: Sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora. E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo. Rm 8:22-23
Sim, Deus nos criou, disse aos meus alunos. Mas o que
acontece conosco não é vontade de Deus. É verdade o que diz o cantor pantaneiro “Almir Sater” em sua música intitulada “Tocando em Frente”. “Cada um de nós compõe a sua história. Cada um de nós carrega o dom de ser capaz e ser feliz!”
Nós somos os únicos responsáveis pelo que acontece conosco.
Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Tiago 1:13
Se o homem sofre, sofre porque escolheu um caminho de sofrimento. Mas a vida de um homem pode ser diferente, conforme sejam melhores as suas escolhas. Deus não é tirano. Ele permite que nós façamos as nossas escolhas.
Mas não é difícil crer que ele existe. A Bíblia relata que até os demônios creem, como por exemplo, na existência de um só Deus. Tiago relata isso em 2:19.
“Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os
demônios o crêem, e estremecem”.
Mas é preciso ter fé para crer além desse ponto, para crer que Deus não apenas existe, mas que também deseja o nosso bem e está pronto para ficar do nosso lado, se nós desejarmos ficar do lado dele também.
Hebreus 11:6 nos ensinam que “sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam”.
A fé é a crença nas possibilidades. Eu tenho fé em Deus, de que Ele vai nos ajudar a tirar todas as nossas dúvidas sobre tudo o que desejamos saber, inclusive sobre a própria existência dele.
Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem. Hebreus 11:1
E esse mesmo Deus que nós estamos discutindo a existência e que não duvido que exista, também é aquele que pode aumentar a nossa fé e a nossa sabedoria.  Tiago nos ensina que: “Se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada. Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, e lançada de uma para outra parte”.Tiago 1:5-6
Mas a aula terminou e eu tive que sair. E então passei o final de semana seguinte pensando nesse assunto, enquanto viajava de Poxoréu, MT, até a cidade de Barretos, SP, onde fui assistir ao matrimônio de um sobrinho e depois na volta para casa.
Quanta coisa aprendi durante essa longa jornada! Deus foi falando comigo através das páginas de seu grande livro “A Natureza”. Ele foi me mostrando a harmonia da sua criação.
Ele me encantou com lindos ipês coloridos de amarelo, de roxo, de branco e lilás. Mostrou-me outras plantas lindamente floridas. E ele me mostrou essas lindas floradas tanto em Mato Grosso, como em Goiás, em Minas Gerais, em São Paulo e em Mato Grosso do Sul. E eu também ouvi no Jornal “Bom Dia, Brasil”, da Rede Globo de Televisão que os ipês estão floridos por toda parte, nesta época do ano.
Eu me encantei com as águas dos grandes rios que atravessei
como o Rio Paranaíba, na divisa de Goiás com Minas Gerais e o Rio Grande, na divisa de São Paulo com Minas Gerais. Eu vi uma ponte espetacular sobre o Rio Paranaíba, próximo à cidade de Paranaíba, MS. Aquela ponte é uma grande obra do homem. E eu sei que ela nem chega perto de outras obras, que são consideradas como as maravilhas do mundo. Mas para mim, já era o suficiente para entender que somente alguém muito inteligente poderia criar outro alguém com inteligência capaz de fazer essas construções. Isso não é obra do acaso. Deus está por traz dessas construções magníficas, porque foi ele que nos criou com tanta capacidade. A capacidade que temos nos foi dada pelo grande Arquiteto e Criador do Universo, Deus Pai.
Em Barretos eu vi um vaqueiro metálico de 27 metros de
altura e muitas das belas descobertas do homem brasileiro que durante muito tempo ocupou o centro de nossas vidas, como por exemplo, o carro de bois.
Ah, meus queridos! Meu pai foi carreiro. E sempre que vejo um carro de bois eu me recordo de meu pai, que sofria trabalhando com meus irmãos mais novos nas lidas dos carretos, lá no pequeno município de Torixoréu onde eu nasci, para dar condições, para que eu pudesse ficar estudando em Alto Araguaia, MT.
Eu me emociono muito quando trago essas lembranças. E então pergunto: Por que pessoas tão boas como o meu pai e meus irmãos foram colocados em minha vida, para me amarem e cuidarem de mim? Por que existem tantas e belíssimas paisagens nesta Terra para nos encherem os olhos de alegria?
Isso não é obra do acaso! A criação é resultado de uma mente muito inteligente! Em todos os lugares, brotam ipês, cujas floradas podem ser distintas e individualizadas, mas em todas elas nós encontramos um único padrão de existência. Cada semente de ipê traz em si o DNA do Ipê que nos permite reconstituir essa árvore. Cada ser vivo da natureza, inclusive nós, trazemos a essência da inteligência de Deus em todo o nosso ser, até mesmo em um simples fio de cabelo.
Isso não é obra do acaso. O acaso não é inteligente. Os ventos
sopram para qualquer lado. A ventania pode ser obra do acaso, mas a organização de todas as células, de todos os átomos e de toda a criação não tem condições de ser obra do acaso.
Eu posso não ver o Deus que eu gostaria de ver, mas pela minha fé e pelos meus olhos, eu vejo Deus por toda parte. Vejo um Deus bom, um Deus amoroso, um Deus misericordioso e que se preocupa comigo. Começo a vê-lo em mim mesmo, depois em meus pais e familiares que se importam comigo. Há muita gente no mundo que nem sabe da minha existência e que não se importam se eu existo. Por que meus familiares se importam? Por que muitas pessoas próximas de mim se importam comigo?
A Bíblia relata uma conversa de Deus com Caim, que havia acabado de matar a seu irmão Abel:
E disse o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei; sou eu guardador do meu irmão? 
Essa é a resposta do mundo: cuida da sua vida, deixe que eu
cuide da minha. Me deixa em paz! Ninguém quer se importar. Mas Deus colocou dentro de nós sua essência de bondade e de amor de uns para com os outros. E é essa essência divina em nós, que nos faz gostar e até sofrer por alguém, se for o caso. Essa é mais uma das evidências da existência de Deus.
Meus queridos... Não tenho dúvidas em dizer que tenho grande amor por minha família, por meus irmãos, meus filhos, minha esposa, meu neto e por todos os demais com quem convivo. Não tenho dúvidas em dizer que sou capaz de fazer certos sacrifícios por causa deles. Para mim, isso é amor. Amor que foi colocado em mim por Deus e não pelo acaso evolutivo de sua criação.
Nós o amamos a ele porque [Deus] nos amou primeiro. 1 João 4:19
Eu creio nisso! Eu vejo assim! E desafio você a crer e a ver também. E então você não terá dúvidas da existência de Deus.
E ao encerrar quero dizer que tudo o que de Deus se pode
conhecer, Ele mesmo o revelou através das coisas que são criadas.
Você quer ver Deus? Você quer sentir Deus? Você quer apreciar a grandeza, a beleza e a majestade de Deus? Então abra os olhos.
Deus não está longe de você. Ele está dentro de você e você está dentro dele. Deus está em nós e nós estamos nele. “Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração”. Atos 17:28.

Que Deus nos abençoe e nos abra os olhos do coração para vermos o que Ele deseja nos mostrar.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

DE VENTO E DE ÁGUA

O crepúsculo está agonizando
A aurora irrompe vigorosa
Assim como o ocaso na vida humana
E o fim das relações sentimentais.
O túmulo frio serve de abrigo
Ao corpo que fenece inexoravelmente
E aos sentimentos que vão pro ralo.
Túmulos são abrigos de sonhos
Túmulos já foram os únicos abrigos verdadeiros.
Agora nesses tempos ditos pós-modernos
O único abrigo seguro é a incerteza
O medo de viver
O medo de falar
O medo de crer
O medo de amar
Esses são os abrigos das pessoas de vento e água.
Mudaram muitas coisas
Mas algo continua igual:
O corpo fenece inexoravelmente
E os sentimentos, mais do que nunca, vão pro ralo.

Wallace Rodolfo


quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Um convite especial

Um Convite Especial

Bom dia, caminhante...

Tenho a grata satisfação de dizer que Deus me concedeu a graça de aprender um pouco mais de seus mistérios revelados nas páginas de seu grande livro "A Natureza". Fiz um resumo desse aprendizado na mensagem "Aprendendo pela Observação", a qual, com maior satisfação ainda compartilho com você.

"Aprendendo pela Observação" poderá ser ouvida durante todo esse mês de agosto, a partir desse sábado (16/08/2014), às 14 horas( Horário de Brasília ), na Rádio Gospel Cristão, nos seguintes endereços:

Endereço do Portal: www.gospelcristao.com.br

Endereço direto da Rádio: http://www.gospelcristao.com.br/radio.htm    (24 horas).


A mensagem "Aprendendo pela Observação" também poderá ser ouvida HOJE na Rádio Neo Duque Pantanal, de Corumbá, MS, às 15:00 horas e às 19:00 horas, a qual poderá ser acessada no seguinte endereço:

http://neoduquepantanal.wix.com/ndpms

Caso prefira ler a mensagem, poderá fazê-lo no seguinte endereço:

http://www.umnt.blogspot.com.br/2014/08/aprendendo-pela-observacao.html

Caso você tenha ouvido ou lido a mensagem "Aprendendo pela Observação", de minha autoria e queira fazer-me alguma observação ou pergunta, fique à vontade para mandar-me sua comunicação através de meu e-mail: respland@gmail.com

Abraço e até uma outra oportunidade.

Prof. Izaias Resplandes de Sousa 


SEGUNDA PELE


Chegou de mansinho, bem de mansinho
Instalou-se em mim como uma pele.
Depois foi pedindo espaço devagarinho
Até que de mim tomou conta.
Tentei escapar, ele não deixou
Grudou, chamou, gritou e ficou
Tomou-me por inteiro
Disse-me que seu nome era Amor
E que eu era seu prisioneiro!

Wallace Rodolfo

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

CARTA AO AMIGO POETA!


Dedicada ao Poeta Izaias Resplandes.

Rondonópolis – MT, 13 de agosto de 2014.

Amigo poeta,

Vendo-me diante dos seus questionamentos, que por vezes tão são os meus, vi-me instigado a escrever uma carta, mesmo que eletrônica, na tentativa de expor meus pensamentos sobre esse assunto tão caro a nós: o limite entre sonho e realidade!
Gostei da referência ao “Mundo de Sofia”, de fato, é um livro impressionante! Penso que temos naquelas páginas um roteiro de pensamento que todo estudante, ou melhor, todo ser humano deveria ler, ou pelo menos ouvir alguém lendo.
Quanto às nossas questões sobre sonho e realidade, vejo que é um problema quase que sem fim. Vários foram os filósofos a irem por esse caminho, talvez o mais famoso deles fora Descartes que, diante de sua lareira, queimava-se para, ao ter a experiência da dor, ver se existia mesmo. Não vejo eficácia nisso, pois nos sonhos podemos também sentir dor. Viver a realidade no sonho ou viver o sonho na realidade? Isso é mais do que uma simples troca na posição das palavras, amigo poeta.
Pensar que isso tudo é realidade, na sua maneira mais empiricamente testável, nos mataria de sofrimento e angústia, pensar que isso tudo é sonho, nos mataria de desgosto e desânimo. Talvez devêssemos pensar que se trata de um equilíbrio: realidade quando isso for o ideal e o sonho nos momentos em que isso for melhor. Porque se for realidade, não teremos controle sobre nada, mas também se for sonho, o controle não existirá da mesma forma. Que difícil isso, amigo poeta.
Mas nem tudo está perdido! Existe a poesia, amigo poeta, que nos faz sempre viver nesse equilíbrio! Quando estamos com e na poesia somos esses seres que transitam entre os dois mundos: sem culpas, sem medos, sem falsidades, sem prisões... Na poesia somos plenos, com a poesia somos nós! Que coisa linda, amigo poeta, pensar assim! Ainda bem que temos a poesia!
No mais, querido amigo, resta-nos caminhar com essa angústia e sofrimento que Freud dizia “ser inerente ao homem”, à nossa condição! Limite entre e sonho e realidade, perpassado pela liberdade e angústia, eis o nosso desafio!

Fraternalmente,
Wallace Rodolfo, seu amigo poeta!

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

SONHO

Encontrei-a numa dessas madrugadas frias
É bem verdade que ela estava diferente
Seu sorriso não desenhava mais a paz
Nem seus olhos revelavam tranquilidade.

Lembro-me que fiquei ali parado
Desejando correr, mas amarrado ao chão
Desejando abraçar, mas atado violentamente
Louco para falar, mas mudo.

“Imagine, flor, a agonia que tomou meu coração?
Faz ideia do combate violento que travei?
E o pior, flor, é que nem sabia quem ali estava
Além de mim mesmo, servindo-me de adversário.”

E ela? Ah! Lá, ao longe, sorrindo friamente.
Cadê aqueles lábios vermelhos?
Cadê aquele pele corada?
Cadê os olhos, a voz, a alegria?

Percebi que ela veio em minha direção
Tão lentamente que me pareceu uma eternidade
Tentei caminhar, mas foi inútil.
Algo me prendia ali, tal qual uma estátua.

Quando chegou perto de mim, o susto foi maior
Cadê aquele perfume de jasmim matinal?
Cadê o amor expresso nos gestos?
Cadê a mulher que eu sempre amei?

Ela falou que era o nosso fim
Que não me amava mais
Que esse amor tinha sido um engano
E que não sabia o que tinha em mim visto.

Disse-me que eu era ruim de cama
Que eu era pobre, sem papo e burro
Falou até do meu hálito
E do meu hábito de dormir lendo.

Ah! Falou que canto pior que uma gralha
E que sempre odiou os saraus
Reclamou das minhas piadas
Disse até que eu sempre beijei mal.

Fiquei estático, sem entender nada
Até sem voz para responder.
O que era aquilo tudo?
Até que despertei e, percebi, que um sonho acabara de ter.

Foi um sonho, terrível sonho!
Isso explica toda a minha imobilidade!
Olhe ali, ao meu lado, estava deitada
A mulher de amor nos olhos que eu amava.

Quando despertei contei-lhe o sonho
Entre risos que só eram meus!
Eu dizia “que coisa absurda”
Ela os lábios nem moveu!

“Não foi sonho não
Talvez o sonho só antecipou os fatos,
Para mim não da mais
Você está solteiro, sem casa, sem mim.”

Como desejei que os lábios continuassem imóveis!
Porra! Que mulher sem coração
Isso é coisa de dizer logo pela manhã
Depois de uma noite de pesadelos?

Levantei-me da cama amarrotado por dentro
Pus o primeiro calção que vi!
Fui a cozinha pegar água.
Ela ficou no quarto a rir!

É claro que de mim sorria
Da minha cara, besta cara de atônito
            Ela ria da pobre crença que eu tinha
De um amor envelhecido pelos muitos anos.

A víbora se arrumou e desceu a escada
E eu pensando em qual pesadelo estava
Ela, descaradamente, propôs-me uma transa
Para que eu ficasse com mais saudade ainda.

Quando arranquei seu sutiã vermelho
E, quando ia pegar o que eles guardavam, acordei
Percebi que estava num sonho do sonho
E vi, que ela ainda dormia ao meu lado.

Fiquei pensando o limite entre sonho e realidade
E, pelo sim pelo não, dessa vez não acordei-a.
Se a vida é um grande sonho besta
Dormirei para continuar tirando suas íntimas peças.

Wallace Rodolfo