domingo, 27 de fevereiro de 2011

A coragem do simples






Izaias Resplandes
Eu queria ter a coragem do simples
Para viver em uma casinha pequena,
Que desse pouco trabalho pra cuidar,
Para que tivesse como desfrutar de outros prazeres da vida,
Ao invés de passar o tempo todo tentando construir uma casa grande,
Para receber pessoas que não vêm me visitar,
Mesmo porque eu nunca estou em casa para recebê-las,
E que só serve mesmo para atrair a poeira
E para dar muito trabalho pra zelar.

Gostaria de não complicar as coisas tanto
E de ficar satisfeito com o que Deus já me tem dado;
De poder parar de correr para um e outro lado
Atrás de novidades e de outros cursos da vida;
De dizer um BASTA que me faça perder o encanto,
E que me ajude a correr de modo mais compassado,
De tal sorte que eu o escute sempre que for tentado
A ultrapassar os limites estabelecidos em minha corrida

Queria ter mais tempo para ler.
De que adianta ter na biblioteca tantos livros
Se o meu tempo vai passar e eu nem saberei
O que aqueles livros tinham para me dizer?
Servem apenas para falar que tenho livros e atrair as traças.
Essas preciosidades não podem ser só para se ver
Elas têm direito de circular por entre os seres vivos
Para mostrar-lhes o que tem e que eu não busquei
Por haver a passado a vida conjugando o verbo TER
Deixando de SER, ocupado noutras graças.

Eu gosto de ouvir o cantar dos passarinhos,
Mas quase não tenho tempo de parar meus vens e vais
E voltar-lhes alguns momentos de meus sentidos
Em meu grande quintal arborizado,
Onde eles criam seus filhotes, fazem seus ninhos,
E realizam seus mais lindos recitais.
E então esses cantores morrem e seus cantos não são ouvidos
Porque eu, platéia, estive correndo atrás dos ventos,
E entre tantos contratempos, ocupado.

De que adiantam os quartos vazios,
O corre-corre e os tantos desvarios?
De que adiantam os livros de tantas histórias,
Tantas aventuras e glórias notórias?
De que adiantam as plantas, os quintais,
E os pássaros cantores que não têm iguais?
O que adianta ter cinquenta, oitenta, cem anos,
Se não se teve a coragem do simples vivenciando?

A vida não é uma multiplicação dos anos que são passados;
Não é uma luta para conseguir objetivos inconquistáveis;
Não é o aproveitamento do tempo em qualquer inutilidade!
Viver não é conquistar a imortalidade!
A vida é o tempo apreciado e os dias efetivamente desfrutados;
É a alegria e o prazer das companhias contáveis,
Sem importar de quanto seja a nossa idade.
Viver é o tempo que passamos em plena felicidade!


Poxoréu, 27 de fevereiro de 2011

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Eunice de Brito Sol: um sorriso contagiante


Autor: Upenino Dr. João Batista Cavalcante Publicação: A Upenina nº 03 - 2010

N a s c i d a em Cuiabá-Mt no dia 22 de maio de 1925. Chegou em Poxoréu com dois anos de Nidade em companhia de seus pais Amarílio Bento de Britto e Antonia Fermina Rizzard de Araújo Britto . É descendente de portugueses, italianos e africanos. A família morou inicialmente, por alguns meses nos garimpos de São Pedro, região da Raizinha, zona rural de Poxoréu, no apogeu da produção diamantífera, onde existia um comércio pujante e uma população bastante numerosa de migrantes de todos os Estados da Federação, principalmente do nordeste brasileiro, local onde existia inclusive campo de pouso para aviões pequenos e médios, que faziam a ponte aérea Poxoréu/Rio de Janeiro.
Quando criança vivenciou com seus pais inúmeras cenas de violência decorrentes de conflitos políticos e sociais que naquela época eram comuns em Poxoréu, várias vezes palco de cenas de tiroteios e mortes protagonizadas por homens rudes e bárbaros que não conheciam nem respeitavam princípios, leis ou regras, tornando-se verdadeiros déspotas com requintes de crueldade e selvageria. Passou muitas noites em claro, junto com sua mãe, tomadas de pavor e medo, enquanto seu genitor, “Seu Amarílio”, o farmacêutico que salvou muitas vidas nestas paragens em razão de suas habilidades médicas e humanitárias, saía enfrentando o perigo para salvar as vidas de seres humanos destroçados por balas ou facas.

Leia mais e baixe o arquivo completo em: http://recantodasletras.uol.com.br/e-livros/2783232

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Julinda: A trajetória de uma baiana de fibra


A trajetória das pessoas da região do semi-árido é
pensada com uma quase paralisia histórica: nada muda, são
sempre as mesmas abordagens e propostas recorrentes. É
freqüente encontrarmos nos discursos de historiadores
afirmações como “O problema da seca e das migrações no
sertão nordestino é histórico”. Nesse contexto, “ser histórico” é
aquilo que sempre ocorreu e que não tem solução, isto é, tem
um sentido de permanência, contrariando a máxima
Heraclitiana que ”a única coisa permanente é a mudança”,
como, a propósito, veremos com a história de Julinda Alves
Vieira.


Autor: Upenino Prof. Gaudêncio Filho Rosa de Amorim.

Publicado: A UPENINA nº 3.


Eoni Sousa Lima: um cuiabano de chapa e cruz


Filho de Aristides de Souza Lima e Osvaldina Queiroz Lima.
Nasceu no dia 29 de maio de 1920 no Bairro do Porto, na cidade de
Cuiabá, Estado de Mato Grosso. É o segundo de uma família de onze
irmãos. Hoje estão vivos Eoni, Creone, Ivone e Iolete.
Em Cuiabá, Eoni morou nas ruas Coronel Peixoto, Prainha,
Formosa, 15 de novembro e na rua dos Porcos.
Ainda era criança quando acompanhou seu pai em algumas
viagens de trabalho pelos sertões do Estado na implantação da linha
telegráfica pela expedição do General Cândido Mariano da Silva
Rondon. Seu pai, era telegrafista.
Aos sete anos Eoni começou a estudar no Grupo Escolar André
Avelino, onde cursou até o quarto ano e fez a admissão em 1930. Com o
falecimento de seu pai em 30 de outubro de 1930 e sendo um dos filhos
mais velhos foi obrigado a interromper os estudos para trabalhar para
que pudesse ajudar sua mãe no sustento dos irmãos menores.

Autor: Comendador Prof. João de Sousa
Publicado em "A Upenina nº 3", Poxoréu, MT.

Quem desejar ler mais pode solicitar o arquivo completo por e-mail: respland@gmail.com

O tamanho do arquivo é 16.126 kb.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A morte do Comendador


Comendador Pompílio

No último dia 18 de janeiro, faleceu em Cuiabá o senhor comendador Pompílio Alves Pereira. Baiano de Barro Vermelho, município de Macaúbas (BA), Pompílio chegou à Poxoréu em 1935. Aqui se casou com dona Elza Cardoso, em 1946. Dessa união nasceram os filhos Maria Cardoso, Maria José, Rosângela e Cesar Cardoso Pereira. Pelos relevantes serviços prestados em Poxoréu, recebeu ano passado comenda “Ordem Memória Viva Pó-ceréu”, conforme destacou a revista A UPENINA.

Clique aqui e leia o artigo de Gaudêncio Amorim sobre a vida do comendador Pompílio.

Fonte: http://pox.zip.net/