sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Falecimento do Comendador José Moraes Barbosa

 Faleceu nesta data o Comendador José Moraes Barbosa, "Seu Moraes", aos 89 anos de idade. Republicamos o artigo "História do Comendador José Moraes Barbosa", escrita pelo seu filho, o Promotor de Justiça Dr. Adauto Barbosa.

O Comendador cumpriu sua jornada, deu o seu melhor para a construção desse Município, onde criou uma família de construtores, homens de ação que o honrarão por todo o sempre.

Ele não entrou para a história. Ele é história em Poxoréu.

A família upenina se enluta juntamente com a família Barbosa. Que todos possam ser consolados conforme suas crenças e esperanças.

 

História do Comendador José Moraes Barbosa


Fonte: http://pox.zip.net/arch2010-09-01_2010-09-30.html#2010_09-16_21_42_02-3506064-0

Por: Dr. Adauto Barbosa (à esquerda, na foto, ao lado de seu irmão, Dr. José Moraes Barbosa Filho - Moraizinho)


Após singular evento que homenageou tão destacadas figuras da sociedade poxorense, agradecido, peço permissão para melhor detalhar no histórico de José Moraes Barbosa o seguinte:

1 – De garoto pobre e retirante do agreste baiano, ainda criança, José Moraes chegou a Poxoréu, ocasião em que foi discípulo do temido Prof. João Torres, tendo como colega e amigo, dentre outros, o Dr. Edésio Cardoso, destacado médico graduado pela antiga Faculdade Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro-RJ.

2 - Adolescente, enfrentou atividades garimpeiras, rurais e ainda, a de balconista em alguns bares existentes no agitado cabaré da Rua Bahia, em Poxoréu. Nesse particular, observou que tinha o traquejo para vender o que aparecesse. Temendo a violência, resolveu estabelecer um pequeno comércio (bolicho) na Rua Paraíba, esquina com Pernambuco, cuja iniciativa tornou-se possível com a ajuda do seu tão querido irmão José Euclides (Quidinho).

3 – Maduro, casado com a saudosa Diva do Valle Barbosa e com prole numerosa, dava início também a sua vida pública. Assim, na função de Juiz de Paz, substituía o Juiz de Direito, oportunidade em que promovia inúmeras conciliações. Nesse aspecto, de porco que comeu a roça de milho do vizinho a um noivo que deflorou a sua amada e caiu fora descendo o rio Poxoréu..., existiam demandas para todos os gostos. Nós ainda guris, ficávamos sempre distantes das conversas dos adultos. Confesso que dava para ouvir algo e ainda, na minha meninice, achava tudo muito divertido. Alguns casos sim, muito, muito, divertidos mesmo.

4 – Eleito vereador por duas vezes – sem qualquer remuneração - empunhou como bandeira de luta, a criação do Ginásio Estadual 7 de Setembro em Poxoréu. Logo, com outros vereadores esteve em Cuiabá por diversas ocasiões cobrando do Governo Estadual a criação do ginásio. Conseguiu. Instalado o ginásio ainda no antigo Grupo Escolar Júlio Müller, o então vereador José Moraes Barbosa entendeu que faltava uma biblioteca. Novamente, de caminhão, empreendeu viagem a Cuiabá e ao retornar numa velha Kombi da Secretaria de Educação, trouxe consigo duas caixas de fogão a gás, repletas de significativas obras de cunho pedagógico e literário. Digamos que ele quase não cabia nas suas vestes ao receber da então Diretora Drª Zilda Rocha, sempre durona, enormes elogios pela materialização de mais esse sonho.

5 - Em 1970, ao ser nomeado representante do FUNRURAL em Poxoréu, tomou conhecimento que suas atribuições estendiam-se aos municípios de General Carneiro e Barra do Garças-MT. Concordou. Logo após, incluíram sob a mesma representação, os municípios de São Félix do Araguaia e Luciara-MT. Acontece que as estradas eram quase inexistentes. Pensou em desistir. A direção do antigo INPS de MT conseguiu convencê-lo a continuar. Argumentaram que as viagens às longínquas regiões poderiam ser realizadas num "moderno" avião búfalo, tipo cargueiro, da FAB. Nessas condições, empreendeu diversas viagens à região do Vale do Araguaia indo até quase à divisa do Pará, oportunidade em que viabilizou a aposentadoria de centenas de trabalhadores rurais. Como conseqüência dessas desconfortáveis viagens aéreas, restou-lhe um problema na audição, superado após longo tratamento com especialistas em São Paulo-SP. Ao saber desse relato, Jamyle, nossa tão amada filha, expressou-se: “tadinho do vô”...!

6 – Enfim, seja na vida pública, seja na particular como comerciante e agropecuarista, seja como filho, irmão, esposo e pai responsável, tendo sempre como lema “não dar o passo maior que as pernas ”, José Moraes Barbosa, pelo entusiasmo, esmero e determinação – a exemplo dos demais tão destacados homenageados – conseguiu ajudar a escrever a história de Poxoréu.

Parabéns, meu grande!

Adauto Barbosa é filho de José Moraes e Promotor de Justiça.
aluizbarbosa@yahoo.com.br

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

8º Recital de Poesias do SESC-LER Poxoréu


A noite do dia 18 de dezembro de 2012 marcou o encerramento do ano letivo do SESC-LER de Poxoréu com a realização do espetacular Recital de Poesias, já na sua oitava edição.
A festa foi comandada pela Profª Josiane, com o apoio de toda a equipe do SESC-LER.
Na abertura, os alunos Samuel e Camile, convidados, apresentaram as poesias "Sonho de um jovem", de Genivá Bezerra e "Corujinha", de Vinícius de Moraes, respectivamente.
 O evento, que em sua grande maioria consiste na declamação e leitura de poesias upeninas, contou com a presença dos Notáveis Upeninos Genivá Bezerra, Gaudêncio Filho Rosa de Amorim,Luís Carlos Ferreira, Josélia Neves da Silva, Márcia Adriana Nunes Almeida Oliveira e Izaias Resplandes de Sousa (foto acima).
As poesias declamadas foram as seguintes:
 Menina Moça", de Luís Carlos Ferreira, interpretada por Maria Júlia; "Setembro", de João Batista Cavalcante; "ngelina e Biá... Sônia e Edith", de Zenaide Farias, interpretada por Beatriz; "Bonecas de pano", de Josélia Neves da Silva; "Minhas filhas", também de Josélia Neves, interpretada por Edniely; "A bola", de Edinaldo Pereira da Silva, interpretada por Sérgio Henrique; "Minha infância", de Genivá Bezerra, interpretada por Serafim; "A boneca", de Olavo Bilac, na voz de Cíntia; "Meu Vizinho", de Luís Carlos Ferreira, interpretada por Rosângela; "Incertezas", de João Batista Cavalcante, declamada por Joelito; "Estrela da manhã", de Gaudêncio Filho Rosa de Amorim; "Motivo de viver", de João Batista Cavalcante, por Pedro Lucas (filho do Dr. Elson Miranda); e "Pequenos trabalhadores do Brasil", de Luís Carlos Ferreira, na declamação de Lígia.
 O aluno José Nilton apresenta o poema "Poxoréu", de sua própria autoria.
As poesias declamadas pelos alunos da EJA foram as seguintes:
"Menina pobre", de Laudelina (ex-aluna), pela própria autora; "Sem preconceito", de Izaias Resplandes de Sousa, pelo aluno Isaías; "Eu me amo", de Luís Carlos Ferreira, por Domingas; "Vida de plebeu", de João Batista Cavalcante, por Michele; "A Primavera", de Izaias Resplandes de Sousa, por Helena; "Minha casa", de Gaudêncio Amorim, por Vilma; "Na curva da fazenda", de Luís Carlos Ferreira, por Zepelino, Aníbal, Valdemar e Odenil; "Beleza interior", de Izaias Resplandes, por Denisvaldo; "Minha Casa", de Gaudêncio Amorim, por Rubens Alves; "Família", de Osvaldo Montenegro, por Maria; "Mãe", de Gaudêncio Amorim, por Sinvaldo Viana; "Natureza", de autor desconhecido, por Ivan; "Saudade", de Cora Coralina, por Aparecida; "Mãe", de Cora Coralina, por Vanderlino.
 Antes da apresentação das poesias foi apresentado um belo vídeo, mostrando as belezas naturais de
Poxoréu, tendo como fundo musical, a música "Minha Doce Poxoréo", do upenino Aurélio Miranda (foto acima).

Ao final, falaram pela UPE, os upeninos Gaudêncio Filho Rosa de Amorim (acima) e Josélia Neves da Silva (abaixo).

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Feliz 2013

Foto da Casa do Vereador Jailton Suizi Xavier. Foto: Profª Suizzi
http://www.facebook.com/photo.php?fbid=482235108494024&set=a.263947626989441.79719.100001226189043&type=1&theater

Suizi disse: "Da minha casa,do meu jardim deixo minha mensagem de um Ano Novo de muitas alegrias à todos meus amigos!"
E eu digo:
Que esse desejo de fazer bonito se reflita no próximo ano, com todos procurando fazer o mais bonito possível por nossa cidade, ao invés de somente criticar o feio. Se todos quisermos, poderemos construir uma linda cidade, na qual todos nós nos sentiremos bem; e se também quisermos, poderemos fazer uma cidade feia, onde ninguém faz nada para que ela seja bela. Que o sentimento do belo tome conte de TODOS NÓS em 2013.
Feliz ano novo para todos!
Izaias Resplandes 

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Educação

O trabalho com projetos
Gaudêncio Amorim
Heráclito afirmava a teoria filosófica de que a “única coisa permanente é a mudança”. De fato, o paradigma da mudança é uma realidade constante  no processo de uma vida sempre em evolução. Pe. Antônio Vieira, nos seus clássicos “os Sermões do primeiro domingo do advento” (1.655), enfatizava: Tudo muda, tudo passa...”, portanto nada é e nem continua o que sempre foi.
O processo de mudança é tudo em tudo e não há nada que escape a transformação.
Entre as infindáveis coisas sujeitas ás mudanças permanentes, as práticas pedagógicas se inserem numa seara de absoluta transformação educacional, reflexo direto das mudanças sociais e tecnológicas e, nesse particular urge refletir os ambientes educativos que se mantêm resistentes à renovação constante presos aos modelos arcaicos que não respondem mais as expectativas do presente.
Diante de um mundo contagiado pela modernidade tecnológica e pela conseqüente mudança do comportamento social, manter-se na postura pedagógica de antes é a garantia indubitável de fracassos escolares, aliás, como tem ocorrido na maioria das escolas, apesar das alternativas governamentais para mascarar a qualidade no processo de formação escolar desviando o foco da educação para o custo aluno e não para o custo-aluno-qualidade, evidentemente, consideradas as devidas exceções.
É provável que essa mudança permanente seja necessária no bojo de todas intervenções escolares, mas principalmente na relação professor-aluno com foco na postura docente, vez que os discursos compridos (que fala tudo e nada ao mesmo tempo), o quadro negro com desenhos gráficos “indecifráveis” já não tão atraentes diante de práticas mais inovadoras capaz de suprimir a relação de bons falantes X bons ouvintes, já que os alunos mais escutam e quando ouvem, assimilam pouco revelando de vez a falência do modelo enciclopédico em voga no final da idade média e em muitos ciclos acadêmicos do mundo globalizado.
O desafio é mudar para encantar, atrair e prender a atenção sem perder a qualidade. Não se discute aqui o prazer de estudar, mas o prazer de aprender num ambiente inusitado, diferente, criativo capaz de fomentar descobertas, romper com as dúvidas na construção (re) autônoma do conhecimento numa realidade em que o aluno seja também sujeito do seu próprio conhecimento, inobstante a postura mediadora dos docentes. Nessa nova realidade, o trabalho pedagógico com a execução de projetos dá novo significado ao processo educacional e ressignifica profundamente o processo de ensino aprendizagem.
É de se considerar que o trabalho com projetos é desafiador para os professores e plenamente atrativo para os alunos e nem sempre os primeiros abdicam da inércia de sua prática, embora as novidades são, quase sempre, desejadas pelos alunos já saturados pela mesmice dos “sabe tudo”, “acima de qualquer suspeita”. O trabalho com projeto é uma boa alternativa para tonificar a prática pedagógica, inobstante a outras atividades criativas igualmente importantes.
E por que? São muitas as possibilidades e ganhos e nenhum prejuízo, porque embora eles dêem trabalho à execução, todas as avaliações são positivas e plenamente satisfatórias, pois todos revelam profundas mudanças comportamentais denotando amplo ganho de novos conhecimentos e habilidades. É, por outro lado, um santo remédio para combater a indisciplina, vez que a experiência mostra que tais alunos são, via de regra, os que mais se envolvem na execução.
Além do objetivo final, que é próprio conhecimento, o trabalho com projetos, possibilita o aprimoramento da interação social e a diminuição da timidez somada a habilidade de falar em público defendendo teorias com argumentos sofisticados, coerentes e coesos numa perspectiva de alunos pesquisadores. Ademais, o trabalho rompe com o individualismo para a organização e busca de resultados coletivos e com responsabilidades bilaterais em que todos se sentem sujeitos do processo. Não sem razão são aprimorados valores como respeito mutuo, participação, responsabilidade, solidariedade, parceria, disciplina, organização, entre outros.
Nem sempre são necessários projetos científicos. Mister se faz o desenvolvimento de um tema voltado para um objetivo à resolução de um ou mais problemas.
Nessa possibilidade, a pratica pedagógica se reveste de novos significados e, por conseguinte, de novos resultados bem mais apropriados à formação humana, provavelmente sem carecer de exames finais e conselhos de classe para coibir o fracasso escolar e atender, na maioria dos casos, a filosofia governamental de que a educação brasileira “está bem na fita” mostrada por fora “como bela viola” , maqueada por dentro “com pães vencidos”, abandonados por saciados paradigmas de antanhos.

Gaudêncio Amorim – Pedagogo, Cientista Político, Poeta, Escritor e Compositor filiado a União Poxorense de Escritores – UPE.

Homenagem



70 anos de Irmãs Salesianas em Poxoréu

Cumprimento a mesa na pessoa senhor Prefeito Ronan Figueiredo Rocha, da Irmã Bernadete, Irmã Terezinha e da Irmã Maria Elza e em nome da professora Sizaltina do Carmo, cumprimento aos presentes que, graciosamente compareceram aqui neste tão importante evento e igualmente memorável a data de 70 anos das irmãs salesianas em Poxoréu.
As irmãs salesianas, na verdade, datam sua atuação em Poxoréu na mesma época em que Poxoréu começa sua vida administrativa, afinal em 1942, Luis Coelho Campos, que havia tomado posse em 01 de janeiro de 1939, portanto no seu ultimo ano de mandato e permaneceram aqui no abnegado trabalho de praticar o “bem sem olhar a quem”.
Professor João de Souza enfatizou o trabalho das salesianas na educação, no trato com as crianças, jovens e adolescentes. Eu diria muito mais: As irmãs salesianas tiveram e tem um importante papel também na saúde, na assistência social entre tantas outras, basta lembrar aqui quantas casas são construídas e entregues para famílias carentes. Então essa data é deveras significativa e não só por isso!!!
Todavia, inobstante a data, 70 anos, importante mesmo é reconhecer a importância do trabalho das irmãs. Por isso, hoje, este salão deveria encontrar-se lotado pela importância das irmãs, mas infelizmente, para uma boa parte da população, conta quem vai ganhar ou perder o poder, se tem bebidas ou comidas e coisas do gênero. Não importa, pra nós da União de Escritores,, conta a importância dessas mulheres vocacionadas para o evangelho de Cristo. Aliás, ouvi dias atrás uma crítica infeliz ao Pe. Pedro, “de que teria feito tantas coisas pela sociedade e estaria velho doente e sozinho”. E pensei como certos prejulgamentos são tão infelizes e ingratos. Ora, a tal pessoa foi uma das centenas de beneficiadas com a valorosa e incontestável obra do Pe Pedro e deveria, nesse momento, prestar a sua retribuição, a sua gratidão a quem renunciou (assim como as irmãs salesianas) todas coisas mundanas para servir o próximo! Mas não, mesmo com o peso da idade, do acumulo de doenças, essas pessoas generosas como são, têm que suportar a ignorância e o egoísmo humanos. A crítica implacável de alguns corações insensatos!!!.  
Pois bem! Não importa se as pessoas não vieram aqui honrar essa data como se esperava; não importa se muitas pessoas não reconhecem o valor dessas irmãs... Nós reconhecemos e muitos outros que não puderam estar aqui o reconhecem. A Upe reconhece! O Poder Executivo reconhece! O poder legislativo, mesmo em face da ausência literal dos vereadores, certamente o reconhece! Quem veio aqui, reconhece e tenho certeza que tudo permanecerá tal e qual, pois o trabalho que fazem, fazem por escolha, por sacerdócio e não importa muito o tamanho da cruz e o peso do fardo que precisam carregar nem se aqueles agraciados com a sua obra valorizam essas verdadeiras doações, afinal, como dizia um certo poeta: “doais verdadeiramente quando doais de vós mesmos e não de vossas posses”
Por isso entendemos que hoje a sociedade deveria encontrar-se para simplesmente dizer, “Irmãs, Muito Obrigado! Como a mais simples forma de agradecimento. Da nossa parte, a União Poxorense de Escritores lhes dizem: Muito Obrigado!!!

Discurso do Prof. Gaudêncio Amorim, representando a União Poxorense de Escritores – UPE na Cerimônia de comemoração de 70 anos de Irmãs salesianas em Poxoréu ocorrida no dia 07/12/2012 na Câmara de Vereadores.

domingo, 2 de dezembro de 2012

A VERDADE

Estimulemos a verdade. Não façamos perguntas que estimulem ou induzam mentiras ou meias verdades. A confiança fortalece qualquer relacionamento. É bom poder confiar em alguém.


Izaias Resplandes

Morre Federico Toscani, um poxoreense de coração

Fonte: http://pox.zip.net/
 
"Buscar a Deus, um Deus que não pode encontrar com a minha racionalidade, mas eu continuo a olhar através de obras de caridade voltadas para os mais pobres."
 
O mestre italiano Federico Toscani, faleceu nessa quinta-feira, dia 29 de novembro, em Goiânia (GO), vítima de câncer.
Nascido em Noceto, Itália, Frederico Toscani participou da primeira expedição de voluntários italianos da Operação Mato Grosso - organização não governamental fundada pelo Padre Pedro Melesi - em Poxoréu, no ano de 1967, aqui colaborou na construção de uma escola para duzentos alunos; posteriormente, retornou à Poxoréu para participar na construção do Centro Juvenil, trabalhar em Paraíso do Leste e construir e coordenar o Centro Técnico Juvenil em Jarudore, local onde residiu por 23 anos.
Por quase 40 anos, o mestre Frederico prestou serviços voluntários de assistência social para a comunidade carente de Poxoréu, com destaque para os residentes nos distritos de Paraiso do Leste [4 anos] e Jarudore [23 anos] e aos índios Xavantes da Aldeia Santa Clara, nordeste de Mato Grosso [12 anos].
Tinha, em sua definição, a missão de "buscar a Deus, um Deus que não pode encontrar com a minha racionalidade, mas eu continuo a olhar através de obras de caridade voltadas para os mais pobres."
Segundo o Notavel Upenino Edinaldo Pereira:
“Seu exemplo não será esquecido. Maior do que ele, só gratidão. Pai de um povo plantou a bondade em todo lugar. Jarudore agradece e chora. Como o céu se torna uma festa com sua chegada. Adeus, querido!".
O sepultamento foi realizado na sexta-feira, dia 30/11, no cemitério do Distrito de Jarudore.
Em seu programa "Momento de Arte e Cultura" deste domingo, a UPE, através dos Notáveis Upeninos João de Souza, Gaudêncio Amorim e Luis Carlos Ferreira fizeram uma homenagem ao Missionário Frederico Toscani.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Abaixo de Deus, o "Nós"

Abaixo de Deus, ainda existe alguém que é maior do que o "Eu" e o "Tu" ou o "Você". Esse alguém é o "Nós". Por ele vale a pena fazer alguma coisa". Já disse o apóstolo São Paulo: "Quem ama, não busca os seus próprios interesses, mas os de outrem" (1 Co 13). Não vivo exatamente para mim, embora também por mim. Vivo mais precisamente para o "Nós", que é muito melhor do que o "Eu" e o "Você".
Izaias Resplandes

Os Rouxinóis de Primavera




Texto e fotos:  Izaias Resplandes

A UPE – União Poxorense de Escritores estará completando 25 anos de fundação no dia 31 de março de 2013. Sua atual Diretoria, que tem à frente o Notável Upenino Wallace Rodolfo Pereira da Silva, planejou uma vasta programação para marcar esse vigésimo quinto ano.   
No mês de outubro realizou o seu tradicional Recital de Poesias. E agora, em novembro, após entregar a Comenda da Ordem Memória Viva “Pó-Ceréu” e lançar a 5ª edição da revista “A Upenina” (contendo a biografia de mais sete personalidades da história poxoreana), a entidade fechou o mês com chave de ouro, ao promover e realizar em sua última noite, um “Sarau com Freitas e Prazeres”.
O sarau aconteceu na sede social da ASSEMP – Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público do Município de Poxoréu e contou com a presença de upeninos e de um grupo seleto de convidados, entre os quais o professor Admilson e o Dr. Freitas, que, atendendo ao convite da UPE, vieram a Poxoréu para oferecer-nos alguns cálices de seu delicioso licor musical.
O professor Admilson Jair dos Prazeres é um dos grandes expoentes da música em Primavera do Leste, onde vem ensinando essa arte desde 1998, quando veio para a região, procedente de Juaçaba, SC.
 O Maestro Admilson dos Prazeres. Foto: Dr. Toninho

Já o Dr. Waldir Aparecido de Freitas, advogado e empresário, é o fundador e editor do Jornal “O Diário” de Primavera do Leste, MT, o qual circula nesta cidade desde 01 de junho de 1990. 
Profª Geni e a jovem Yasmim

A noite foi maravilhosa. Um professor de música e um editor de jornal... Essas eram as marcas mais destacadas que conhecíamos a respeito dessas duas importantes figuras da comunicação. Desconhecíamos o talento da dupla como intérpretes de primeira grandeza da música popular brasileira e até mesmo da internacional. E valeu a pena estar presente.
 Comendador Francisco Dorilêo

O repertório contou com 28 músicas, abrangendo diversos gêneros musicais. Para sondar a preferência dos ouvintes cantaram uma toada dos anos 50, uma balada de grande sucesso no momento e uma música nordestina, também dos anos 50.
Notável Upenino Luis Carlos Ferreira e sua esposa Olga

A caneta e a enxada” foi o início de uma noite inesquecível. Trata-se de uma maravilhosa composição do grande Tedy Vieira, em parceria com o Capitão Barduíno, uma linda toada datada de 1954, gravada pela primeira vez no segundo disco de 78 rpm da carreira de Zico e Zeca. 
 Freitas & Prazeres, os Rouxinóis de Primavera

Foi uma linda apresentação da dupla visitante (foto acima). Restou saber quem eram “as canetas” e quem “as enxadas”. Acho que todos se comportaram como enxadas e por isso, todos foram canetas. 
 O pequeno Luiz Philipe com sua avó Luzineth Amorim, esposa do upenino Gaudêncio Amorim

A balada que veio em seguida foiEsse Cara Sou Eu” (2012), o mais recente sucesso de Roberto Carlos e que faz parte da trilha sonora da novela global das nove “Salve Jorge”, de Glória Perez. 

A escolha da música foi muito providencial. Se os intérpretes estavam sondando a platéia, esta teve a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre eles também. A música que a gente canta, tem tudo a ver conosco. E os nossos artistas demonstraram realmente serem “os caras”. 
 Os Notáveis Wallace Rodolfo e Dr. Toninho Nogueira

Fechando a primeira parte da apresentação, os artistas cantaram “A vida do viajante”, composição de Luiz Gonzaga e Hervé Cordovil, datada de 1953. O rei do baião estaria completando 100 anos de vida no dia 13 de dezembro de 2012.
 Ao centro, a Sra. Sulene Campos, esposa do upenino João de Souza

A platéia, silenciosa durante as apresentações, aplaudia e continuava atenta. O professor Dos Prazeres observou: “Que silêncio! É bom cantar para quem sabe ouvir, para quem parou para ouvir”. Então me lembrei de uma observação que fiz há tempos atrás: “Os pássaros nunca pararam de cantar; nós é que não temos parado para ouvi-los”. Foi delicioso parar para ouvir os nossos artistas de Primavera do Leste. Mas eles reclamaram e incentivaram a platéia a cantar com eles. 
O empresário Eurípedes Rodrigues de Araújo com a Profª Terezinha Ramos e seu esposo o Vereador Valtércio Teixeira

Então veio “Ainda ontem chorei de saudade”, composição de Moacyr Franco, gravada por João Mineiro e Marciano, em 1988; “Alguém na multidão”, composição de Rossini Pinto, um dos maiores compositores da Jovem Guarda, gravada por Golden Boys com The Fevers, em novembro de 1965; “Boiadeiro errante”, mais um sucesso composto por Tedy Vieira e gravado no segundo LP 78 rpm de Liu & Léu, em abril de 1959, pela Chantecler. Liu que faleceu neste ano de 2012, no dia 5 de agosto, um dia antes de completar 78 anos.

A esta altura a avaliação de Freitas já estava concluída. Ele disse: “Amilson, parece que a platéia gosta mais dos anos 60 do que do sertanejo”. Então o Dr. Toninho Nogueira, nosso confrade upenino se pronuncia dizendo: “mas estou apreciando muito ouvir essas músicas antigas”. 

 O artista Waldir Freitas com obra upenina "Antologia Poética", entre os Notáveis Upeninos João de Sousa e Dr. Toninho Nogueira

Sendo assim, Freitas  & Prazeres cantaram “Cavalo Enxuto”, composição de Lourival dos Santos e Moacyr dos Santos, gravada por Tião Carreiro e Pardinho, no LP Viola Cabocla, na Gravadora Alvorada, no ano de 1973. 

 O Comendador Francisco Dorilêo à esquerda dos Notáveis Upeninos Toninho Nogueira e Gaudêncio Amorim

Na sequência veio “Chico Mineiro”, composição de Tonico e Francisco Ribeiro, segundo Freitas, “para chorar”, gravada por Tonico e Tinoco em 1946. 
À esquerda, a Drª Geralda Pereira

Na sequência cantaram o forró “Colo de Menina”, composição de Jorge Filho, gravação da banda Rastapé, criada em 1999 e que faz parte de seu CD/DVD gravado pela EME, intitulado “Rastapé cantando a história do forró”.


Esse forró animou o Prof. Antônio Lélis de Azevedo Rocha, Secretário Municipal de Educação de Poxoréu a convidar a Srª Carmem para bailar pelo salão (foto acima)

Finalizando o bloco vieram “Coração de Papel”, composição de Sérgio Reis, gravada por Luiza Possi, em 2004. Ouvindo essa música, pensei do Freitas: “O editor é um Rouxinol”. 
 Os Notáveis Upeninos João de Souza e Antônio José Alves Vieira

Cantaram ainda a toada “Couro de boi”, composição de Tedy Vieira e Palmeira, gravada por Palmeira e Biá em 1954, uma música “muito triste” na avaliação do artista Freitas; a música sertaneja country “Deus e eu no sertão”, gravada por Victor &  Leo, em 2008, pela gravadora Universal, composição de Victor Chaves; e, “Diana”, composição do canadense Paul Anka, datada de 1957, na versão de Fred Jorge, gravada por Carlos Gonzaga, em 1958.
 O Dr. Alan e sua esposa

Intervalo do show. Início do jantar upenino. Sorteios de obras upeninas. Fotos com os convidados. Palavras de João de Souza sobre os projetos e atividades da entidade e sobre a importância do sarau para nos fazer parar de nossas correrias. Falou sobre a edição da revista “A Upenina” nº 5, concluindo  que “nós temos que ajudar a construir a história deste Município”. Concordo com meu confrade. 
 Os advogados Waldir Freitas e Izaias Resplandes. Foto: Dr. Toninho

Sem a UPE para resgatar as memórias vivas da gente poxoreana, elas jamais entrariam para a história; em pouco tempo seriam totalmente esquecidas. Nós estamos fazendo com que nossa memória se torne história. 
 A profª Sandra Rangel, Lourdes Resplandes, Maria Bianchin e seu esposo José Diomedes
 
Como o Dr. Toninho Nogueira, autor de “Primavera (com e sem flores) disse “eu só janto ouvindo música”, nossos convidados cantaram ainda “É por você que canto (The sound of silence), da lavra de Paul Simon, versão de João Viola e Cilinha, gravada inicialmente por João Viola, em 1984 pela gravadora Continental e, recentemente, por Leandro e Leonardo; 
 O artista Waldir Freitas. Foto: Dr. Toninho

A toada “Luar do sertão”, veio em seguida. É uma composição de Catulo da Paixão Cearense e João Pernambuco, datada de 1914, quando foi interpretada pelo cantor Eduardo das Neves, em gravação da Odeon; e, “Tristeza do Jeca”, composição de Angelino de Oliveira, apresentada pelo Trio Viquipi, formado pelo autor e mais dois companheiros, em 1918, gravada pela Orquestra Brasil-América em 1924 e, em 1926, por Patrício Teixeira.

Durante o intervalo para o jantar, os poxorenses também cantaram. Eliel Rangel e sua filha Heloísa (foto acima) interpretaram “Minha doce Poxoréu”, composição de Aurélio Miranda, gravada pela Chantecler, em 1980, por Tostão, Cruzeiro e Centavo. 


O “Cruzeiro” é nosso confrade upenino Aurélio Miranda (foto acima), que, a partir de 1983, seguiu carreira solo e consolidou seu trabalho em todo o país. 

Heloísa (foto acima) cantou ainda “Tocando em frente”, composta por Almir Sater e Renato Teixeira , gravada por Almir Sater, em 1992; e “Someone like you” gravada por Adele. 

Eliel Rangel (foto acima), por sua vez, cantou “Às vezes querendo”, composição de José Barreto e Adãozinho, gravada por Chico Rei e Paraná; e “Nova Yorque”, gravada por Cristhian e Ralph no ano de 2005, pela Warner. 
 Foto: Dr. Toninho

O upenino Amorésio Sousa Silva (foto acima) cantou “Como é grande o meu amor por você”, gravação de Roberto Carlos; “Você não me ensinou a te esquecer”, gravação de Caetano Veloso; “Gostava tanto de você”, gravado por Tim Maia; “Não chora meu amor”, de Martinho da Vila; e “Chão de giz”, de Zé Ramalho.
 Os convidados se tornam platéia para ouvir atentamente o cantor upenino Amorésio Souza Silva
Na parte final do sarau, Freitas & Prazeres retornaram e cantaram mais 14 músicas. O sarau terminou no começo da madrugada. Foi uma grande noite para reviver a música popular brasileira.
 O Notável Upenino Luís Carlos Ferreira ao lado do Vereador Valtércio Teixeira de Oliveira e sua esposa Terezinha Ramos
Como se chegou a um entendimento da dupla sobre quem seria o Periquito e quem o Rouxinol, pois ambos queriam ser o Rouxinol, ficaremos apenas com “Freitas & Prazeres, os Rouxinóis de Primavera”, que cantam e encantam com toda certeza. 
 O vereador João Joaquim de Oliveira e sua esposa Eliná

A UPE agradece aos amigos daqui e dalhures que prestigiaram mais esse evento, dentro das comemorações dos 25 anos de fundação da entidade.
 O cantor Eliel Rangel com o Notável Upenino Toninho Nogueira, a Profª Geni e o Notável Upenino Garibaldi Toledo de Moraes

Izaias Resplandes, professor e advogado é sócio-fundador da União Poxorense de Escritores.