quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Décimo Recital de Poesias do SESC-LER de Poxoréu - MT

A poesia não envelhece. Seu encanto é eterno, como eterna é a alma do poeta.
 Muitas poesias já foram maravilhosamente interpretadas nos recitais do SESC-LER Poxoréu, MT, cuja salão social, nos últimos dez anos, nesta mesma data, sempre respirou a poesia upenina. 
Agradecemos a todos aqueles que têm organizado, preparado e realizado esse Recital de Poesias de autores poxorenses. 
O que vocês fazem não é apenas uma homenagem à poesia, mas especialmente à poesia e literatura poxoreana. 
Como disse Gonçalves Dias: "Todos cantam sua terra, também vou cantar a minha". 
Se nós vamos cantar, seja em verso, seja em prosa, cantemos Poxoréu, essa terra dadivosa, da qual o poeta escreveu: "Se Deus, brasileiro nasceu, por certo que foi teus céus, [Poxoréu], o berço que escolheu". Upenino Izaias Resplandes

Desde o ano de 2005 a Unidade SESC-LER de Poxoréu realiza um recital de poesias nessa data memorável de 17 de dezembro. Neste ano, não foi diferente. 
Sob a Coordenação da Profª Paula (de verde, na foto ao lado), os alunos da Unidade desfilaram pelo palco, declamando com alegria as poesias upeninas, prestando sua homenagem não somente à poesia, mas principalmente à poesia dos autores poxorenses, hoje reunidos na guarida da UPE - União Poxorense de Escritores.
O cerimonial ficou a cargo da Profª Rosa Rocha, que desempenhou seu papel de forma brilhante, fazendo inteligentes introdução sobre cada uma das apresentações realizadas pelos alunos.

Dentre as poesias declamadas destacamos "Centro Juvenil", do Notável poeta Luiz Carlos Ferreira, onde homenageia os salesianos que durante várias décadas prestaram serviços à juventude de Poxoréu, no Centro Juvenil, tais como Mestre Armando Catrana, Pe. Clemente, Mestre Marquez, entre outros. Além dessa, foram declamadas muitas outras poesias de Luiz Carlos, todas notáveis e amorosamente interpretadas pelos alunos do SESC-LER Poxoréu.

A poesia do Notável poeta Gaudêncio Filho Rosa de Amorim também foi celebrada no Recital. Dentre as diversas que foram apresentadas, destacamos "Drogas, não!", onde o autor fala das consequências que as drogas podem acarretar, deixando em seu final a forte mensagem; "Drogas, não". O poema foi muito bem interpretado.
Também foram apresentadas poesias de Márcia Nunes, como por exemplo, "Meus Pais", em que ela homenageia seus genitores Albertino e Adelina. Interpretação emocionante.
De Edinaldo Pereira de Sousa, destacamos a interpretação alegre e descontraída de seu poema "A Bola".

*********

De Wallace Rodolfo, o destaque fica a poesia "a lição da formiga"; 



De Zenaide Mendonça Farias, destacamos o poema "Medo". 
E, de Izaias Resplandes, foi muito bem declamada pelo aluno acima, a poesia "A morte do Areia", escrita em 1987, inscrita no Concurso Literário de Verso e Prosa promovido pela municipalidade naquele ano, por ocasião do aniversário de Poxoréu.
Dentre os intérpretes adultos destacamos Luís Tremura, na foto ao lado, um dos organizadores da Escola de Samba Estrela D'Alva e Laudelina Magalhães da Silva, que sempre declama poesias de sua autoria.

A poetisa Laudelina escreve a transmite em simplicidade de alfabetizanda, as  mensagens que tem escrito como decorrência de sua alfabetização no SESC-LER Poxoréu, MT.
Ela se encanta com o Recital.
Ao final do evento a Coordenadora do SESC-LER Poxoréu agradeceu a todos, especialmente aos upeninos presentes" pela presença e pelo incentivo ao trabalho anualmente realizado pela unidade.
Falando pela UPE, o Prof. João de Sousa deixou sua mensagem, parabenizando a todos pela realização do evento.

sábado, 13 de dezembro de 2014

Uma nova visão de mundo

Prof. Izaias Resplandes de Sousa

“Holístico vem do grego “holos”, que significa totalidade; é a compreensão da realidade a partir de totalidades integradas que não podem ser reduzidas a unidades menores”[i].


Não há dúvida de que a compreensão do mundo seja polissêmica, quando se pensa em leituras globalizadas e especializadas. Uma é a leitura do todo e outras, bem diferentes, são as leituras das partes, ainda que a leitura destas, quando o todo possibilitar a dissecação, possa contribuir para uma ampliação exponencial do todo, quando também possível for a reintegração das partes examinadas ao todo original.
Leia mais em: 


[i] CAPRA, Fritjof. O ponto de mutação, 1982, p. 8.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

São Pedro, onde Poxoréu nasceu

Professor João de Sousa lança seu primeiro livro de história: São Pedro, onde Poxoréu nasceu.

O evento foi prestigiado pela sociedade poxorena. Aconteceu na sede social da ASSEMP, em Poxoréu, MT.
Osmar do Nascimento e sua esposa Sandra Moraes
Amigos e familiares compareceram à noite de autógrafos.

João de Sousa e Mundica
Professor João de Sousa, meu mestre em Matemática, no início dos anos oitenta, na EE. Pe. César Albisetti, em Poxoréu, MT; dedicado pesquisador e inquiridor incansável sobre as raízes históricas do município de Poxoréu; grande admirador da obra literária de Joaquim Moreira ao qual apoiou na publicação de seu livro “No meio das pedras há diamantes” (2005); de espírito incentivador aos novos talentos da literatura poxoreana, também nos apoiou na publicação de nosso primeiro livro, intitulado “Saudades e Melancolias” (1987), escrito em co-autoria com Gaudêncio Filho Rosa de Amorim e Kautuzum Araújo Coutinho, que seu irmão José Alencar publicou em sua pequena tipografia, a Gráfica e Editora Aurora, a qual ficava no final da Rua Mato Grosso, já quase chegando às barrancas do Córrego Bororo, bem próximo à esquina com a Rua Bahia, no centro histórico de Poxoréu; redator do jornal “A Voz de Poxoréu” e nosso companheiro na fundação da UPE - União Poxorense de Escritores (31/03/1988) – eis o autor de “São Pedro, onde Poxoréu nasceu... e a euforia chegou ao fim!”.

Este livro é um livro para ser lido de um fôlego só, porque não dá para interromper a aventura. A gente lê um parágrafo e já fica imaginando o que vem nos demais; lê uma página e já começa a mentalizar as próximas; e assim, de capítulo em capítulo, o autor vai nos conduzindo pelas veredas do rio São Pedro, dos córregos Sete e Pombas, bem como das demais vertentes que gestaram diamantes de valor incalculável e que se espalharam pelo mundo afora como missionários e embaixadores da fortuna desta terra mato-grossense, altaneiramente balizada pelo pico do majestoso morro da Mesa.

 É uma obra de inestimável valor histórico, pela qual o autor pretende encaminhar outros inquisidores aos mistérios soterrados nas regiões garimpeiras de São Pedro, Poxoréu e adjacências, mas que vai muito além de uma simples introdução a novas pesquisas. O livro tem sua própria identidade. Cumpre o papel histórico do autor em somar esforços com seus confrades upeninos (membros da UPE) na “defesa da arte e da cultura” de Poxoréu – eis a crítica da obra.

A narrativa parte do desbravamento da região leste de Mato Grosso, mostra em detalhes a concepção de São Pedro, uma povoação que sentiu o pulsar forte de aproximadamente três mil garimpeiros, que teve o esplendor das grandes e preciosas gemas diamantíferas que foram arrancadas de suas entranhas e que, em pouco mais de três anos de existência, por fatores naturais e também acidentais, entrou em declínio, terminando por desaparecer das margens do rio São Pedro, há poucas léguas da atual cidade de Poxoréu, para onde afluiu a maioria de seu povo, a partir de 1927, quando foi arrasada por um grandioso incêndio – eis aí a obra “São Pedro, onde Poxoréu nasceu... e a euforia chegou ao fim!”.
Eis aí um monumento literário aos garimpeiros são-pedrenses, que viveram, que laboraram, que enriqueceram, que sofreram e que morreram pelo amor à aventura nos berços “onde Poxoréu nasceu”, cuja “euforia”, somente nos braços inertes da morte poderia chegar ao fim – eis uma aventura de vida e morte de uma cidade garimpeira.
Izaias Resplandes de Sousa, advogado,

professor e escritor mato-grossense, co-fundador da UPE.  

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Lagos de Rocha - Poesia


LAGOS DE ROCHA*
                                                                       Gaudêncio Amorim
I
Quando se é jovem na aurora da existência
Os sonhos se amontoam em profusão
Até se consolidar na firme vocação
Daquilo que, realmente, se pretende na vida
E não há prazer melhor que a experiência
Quando repousa n´alma a consciência
A certeza de uma árdua tarefa cumprida

II
E com que zelo e gozo desvarios
Quem do seio da mocidade
Alcançou a incerta posteridade
Feliz dos modos e escolhas que fez
Pois, poderá desfrutar dos amores
Sem o ávido desprazer dos rumores
Das pedras ao leu em desatina intrepidez.

III
Mais feliz do que alcançar a felicidade
É se prender a um valor na vida
Numa filosofia clara, bem definida
Na inequívoca identidade de um Ser.
Mais importante do que viver ensinando
O saber a quem estiver precisando
É ensinar os outros a viver

IV
E foi este o sacerdócio de uma vida
Que escolheste ou por ela escolhida
Qual botão que não se desprende da flor
E embalde a caminhada numa missão
Chegaste ao fim, com rara devoção,                                           
Na mais límpida mensagem de amor

V
Orgulha-te do feito alcançado, a glória enfim
Na luta dos desiguais - a concorrência
Sob a insígnia e láurea da competência
Altaneiros e impávidos na moldura da história
O teu nome é o que enriquece a sua gente
Que em qualquer tempo presente
Será relíquias de uma ditosa memória

VI
Pois, de tantas alternativas de projetos
Nos sonhos indeléveis, o furor
Na mais nobre das profissões, o professor
E no mais rico laboratório de ambiência.
Nesta cátedra, não deixaste apenas e afinal
O trabalho e o sucesso de uma profissional
 Mas, as marcas de toda uma existência

VII
Obrigado!, Mil vezes obrigado e se pudesse
Escalaria o mais alto planalto
Para escrever seu nome lá no alto
Qual Morro da Mesa, lá de cima desabrocha
E ficaria admirando-o pisca-piscando
Qual tocha viva seu povo iluminando
Na sua grandeza: Leda Figueiredo Rocha.


* Para Leda Figueiredo Rocha, na sua despedida de uma vida dedicada a educação. 

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

A vida aquém e além da morte

A vida aquém e além da morte

Prof. Izaias Resplandes


Sempre que alguém muito próximo de nós encerra suas atividades nesta vida, qualquer que seja a sua crença, vemos pessoas chorando e lamentando a perda daquela companhia que partiu e que, às vezes, foi companhia de muitos anos. É costume ouvir também manifestações de apreço ao falecido, exaltando suas qualidades, virtudes e realizações, augurando que esse possa ser bem recebido na vida além da Terra, conforme seja a sua crença.

sábado, 8 de novembro de 2014

Notável Upenino Amorésio Silva


Amorésio Souza Silva

Nasceu para esse mundo em 19 de março de 1953. Filho de Alexandre Pereira da Silva e de Dona Alice Angélica da Silva, que vieram da Bahia em 1928, ainda pequenos, para depois aqui casarem-se e constituírem uma  família com os filhos: José Augusto (in memoriam), Ademar, Amorésio, Cesar, Alexandre Filho, Juscineide (in memoriam), Juscélia, Aloísio, Alexandra e Jussara.

Sua vida seria marcada pela música.

Dono de perfeitos acordes no violão, na juventude participou do premiado Coral do Centro Juvenil, sob a batuta do mestre Armando Catrana. Depois, apaixonou-se por Maria Auxiliadora da Silva, a Dora, musa inspiradora e esposa, foi seresteiro, cantor, compositor e poeta da UPE - União Poxorense de Escritores.

Além de presidente do Diamante Clube Sociedade Recreativa, clube da magia e grandes emoções, palco em que se apresentou como músico e cantor, e organizou brincadeiras dançantes e festejados bailes com bandas nacionais e internacionais, a exemplo Orquestra Cassino de Sevilla e a mexicana Pancho Delgado, com destaque para os inesquecíveis Carnavais, Amorésio foi funcionário público municipal e estadual e dono de Escola de Datilografia.

Amorésio viveu intensamente 6 dêcadas e faleceu na manhã desta terça-feira, dia 4, vítima de câncer, após pelejar vários meses contra a terrível doença.

Foi pai de quatro filhos: Paulo, Joabe, Amanda e Amorésio Filho.

Principais obras musicais: José e Paladar da emoção.


Amorésio

A última viagem de Amorésio

Prof. Izaias Resplandes de Sousa
Amorésio Sousa Silva e Izaias Resplandes de Sousa
“Bem-aventurados os pacificadores, porque eles verão a Deus”, Mateus 5:9.
Amorésio, Josélia e Gaudêncio Amorim
Neste quatro de novembro de dois mil e catorze fomos surpreendidos pela notícia de que nosso confrade upenino Amorésio Sousa Silva havia partido para a sua última viagem nessa vida, deixando a Terra dos Homens, a terra de dor, de sofrimento, de males e violência por todo lado e que fora se encontrar com nossos eternos confrades upeninos que já partiram desta vida: Aquilino Sousa Silva, Delza Fernandes Zambonini, Joaquim Nunes Rocha, Maria de Lurdes Coutinho, Manoel Fraga Filho, Zenaide Farias Pinto, Joaquim Moreira e Jurandir da Cruz Xavier.
Izaias, Volnei e Márcia Lorenzon, Josélia, Amorésio, Gaudêncio e João de Sousa
A UPE do céu está crescendo. Quantas tertúlias já não foram feitas ali! Quantas ainda serão feitas! Quantas poesias já foram declamadas pelo Notável Fraga Filho! E os sonetos mil de nosso Notável Príncipe dos Poetas Poxorenses Joaquim Moreira, a pena que mais escreveu a terra poxoreana. O que dizer do grande político e cronista Joaquim Nunes Rocha, o Rochinha, Notável confrade que muito enriqueceu a memória e a história da literatura poxorense. Ah! E nossas poetisas Delza e Zenaide, com seus cantos poéticos sobre o amor e sobre a vida quotidiana... E o Mestre Aquilino, será que creu que Deus existe? 
A UPE do céu está crescendo. E agora, novamente o céu se vestiu de gala para receber o cancioneiro romântico dessa doce e amada Poxoréu, o violonista Amorésio Sousa Silva.
Francisco Dorilêo, Amorésio e Edinaldo Pereira
As tertúlias upeninas jamais serão as mesmas, meus amigos. A nostalgia toma conta de mim, quando recordo que já não teremos mais o violão seresteiro de Amorésio para animar e alegrar os nossos encontros literários. Ele era um dos primeiros a chegar. Calmo, sereno e tranquilo, com seu violão, inseparável companheiro, instrumento que ele ensinou tantos jovens e crianças a tocar. Dentre esses eu destaco a minha filha Mariza Resplandes. E nas tertúlias era dos últimos a sair, porque cantava para nós enquanto tivesse plateia. E só parávamos de ouvi-lo cantar, porque o tempo nos cobrava por outros afazeres. Mas a vontade era de lá ficar para sempre ouvindo suas canções.
Volnei Lorenzon, Luís Carlos, Edinaldo, Gaudêncio, Márcia, Wállace; João de Sousa, Amorésio, Márcia Lorenzon e Izaias Resplandes
 Mariza se encantou com o violão. Ainda na madrugada de sua vida conversei com Amorésio, nosso amigo de longa data, se ele poderia ensiná-la. E ele disse que sim. Redargui dizendo que ela não sabia absolutamente nada. E ele me disse que era esse tipo de aluno que ele gostava de ensinar. E teve toda a paciência do mundo para encaminhar minha querida filha na arte musical. E não foi apenas Mariza. Nem sei dizer quantos e quais foram os alunos de violão ensinados por Amorésio. Mas de uma coisa eu sei... Ele tinha calma e paciência de sobra para cada um.
Upenino Amorésio Sousa Silva
O violeiro caminhava em passos lentos. Ele não tinha pressa de chegar. Quantas vezes nos encontramos pelo caminho, ora descendo a ladeira em direção à cidade, ora subindo para o morro da Vila Operária, onde morava, mais precisamente na primeira casa, lado esquerdo, da rua Cuiabá, bem próximo ao Centro de Saúde Dr. João Andrade de Figueiredo. Era sempre um grande prazer desfrutar de sua companhia nessas descidas ou subidas, tirando-o de suas meditações e inspirações poéticas de “enquanto caminhava”, para uma boa prosa enquanto viajávamos.
João de Sousa, Gaudêncio, Luís Carlos, Izaias e Amorésio (ao violão)
O tema preferido de nossos bate-papos era Poxoréu. Falávamos da cidade, do povo, das mudanças, da alegria, da política, das coisas boas que temos aqui. Amorésio foi sempre um homem de bons olhos poxoreanos, porque somente via as coisas boas. Ele preferia não destacar as coisas ruins da vida local. Ele seguia a linha-mestra de que àquele que ama, até o feio, bonito lhe parece. Amorésio só tinha olhos para o belo, para o bem, para o amor, para a paz. Suas mensagens são simples, de acordo com o seu modus vivendis.
João de Sousa, Wallace, Luís Carlos, Amorésio e Edinaldo Pereira
Orgulho-me de dizer que fui um de seus fãs sem carteirinha, rê-rê! Dificilmente nos reuníamos sem que eu lhe pedisse uma palhinha musical de sua própria obra. Eu gostava muito do “José”, “menino levado que passava o dia a brincar”. Com José, os “vilões dos devaneios, tinham mesmo que se cuidar”. De dia, o menino era o tal, mas quando chegava à noite ele era assaltado pelos vilões das histórias que ouvia sobre “Mãe d’água, alma penada e Saci Pererê”, os quais lhe “assustavam até o amanhecer”. Eu sei que tenho a letra dessa música, uma das quais ele defendeu brilhantemente durante o I FESCAMPOX – Festival da Canção de Poxoréu, organizado pelo radialista Zé Bunitinho, no ano de 1988, durante os festejos de aniversário da cidade, por ocasião da inauguração do Ginásio de Esportes Cinquentenário, o Cinquentão, nome dado em homenagem aos cinquenta anos de emancipação de Poxoréu, posto que isso acontecesse em 26 de outubro de 1938. Mas não encontrei. Uma hora dessas eu a encontro e divulgo em sua memória.
Izaias, Josélia, Pe. Ademar, Gaudêncio; Wallace, Luís Carlos, Amorésio, Edinaldo e João de Sousa
Eu conheci o Amorésio no início dos anos oitenta. Não consigo precisar o ano, mas eu tive a satisfação de divulgar nas páginas do Jornal “Correio de Poxoréu” (em 1983 e 1984) vários dos eventos organizados pelo Amorésio, enquanto Presidente do Diamante Clube Sociedade Recreativa. Ainda me lembro que seu slogan era: “A chave é a sua participação”. Para ele, esse era o fundamento do sucesso do Diamante Clube, tradicional ponto de encontro da sociedade poxoreana.
João de Sousa, Pe. Ademar (co-celebrante da missa de Amorésio), Amorésio, Josélia e Izaias
Até os anos noventa, o Diamante Clube de Amorésio foi o centro das atividades culturais e artísticas da cidade. Houve um período em que se criou o Clube Dourado, para o qual se anunciava auspiciosos sonhos, que não passaram de sonhos. O clube teve curta duração e hoje é apenas uma página virada da história local. Mas o Diamante Clube, não! Ele continua altaneiro, na Rua Paraíba, esquina com a Minas Gerais. Já não são tantos os eventos que acontecem ali. Mas ainda acontecem porque houve pessoas como Amorésio Sousa Silva, seu Presidente em mais de uma gestão, que lutou para que isso acontecesse.
Aniversário de Josélia. Amorésio estava lá
Hoje eu vivo uma vida menos carnavalesca. Adotei uma nova postura na área espiritual e já não tenho tempo e disponibilidade para participar dos bailes e folguedos da cidade. Mas me recordo de ter estado presente em alguns dos bailes carnavalescos do Diamante Clube de Amorésio Sousa Silva, coletando dados e informações para a coluna social do jornal Correio de Poxoréu, do qual eu era o redator. A imprensa tinha lá uma mesa reservada pelo Presidente. Êh, Amorésio... Você fará muita falta entre nós.
Garibaldi, Genivá, Luís Carlos, Amorésio e Márcia de Oliveira
Eu fui seu orientador de monografia na sua graduação em Trânsito. Juntos, conseguimos obter um bom texto. Suas ideias eram muito boas e valeu a pena orientá-lo.
João Batista, Enir, Edinaldo, Gaudêncio, Luís Carlos, Genivá e Garibaldi. Izaias, Amorésio, Zenaide, Josélia e João de Sousa
Na literatura musical, uma das últimas produções de Amorésio, de que tomei conhecimento, foi “Paladar da Emoção”, a qual poderá ser apreciada e compartilhada em minha página pessoal no facebook, em https://www.facebook.com/video.php?v=834932269885125. Esse é um vídeo inédito. Nunca havia sido publicado. Foi uma produção nossa. Gravamos em nossa casa upenina na avenida Brasília. Fiquei de divulgá-lo e acabei não fazendo isso durante a vida de nosso amigo. Faço agora essa publicação póstuma em sua homenagem. Que Poxoréu cante com Amorésio o seu entusiasmo pelo “arroz e frango com pequi” nesse belíssimo trabalho que ele intitulou de “Paladar da Emoção”. Vale a pena ouvir.
Amorésio, no aniversário do Jurandir Xavier
Acredito que a úlltima tertúlia de Amorésio foi uma que realizamos na casa upenina de João de Sousa. Me recordo que naquele dia eu pedi que ele tocasse e cantasse comigo a música do saudoso Gonzaguinha: “O que é, o que é?”. E cantamos com alegria “a pureza da resposta das crianças”; e que “a vida que é bonita, é bonita e é bonita”. Cantamos que o negócio é “viver e não ter a vergonha de ser feliz”. E pode crer, Amorésio, toda vez que cantarmos essa música, irei me lembrar de você. Você, mais do que todos nós, seus confrades da União Poxorense de Escritores, viveu de forma plena, com pureza e simplicidade e não teve a vergonha de ser feliz. Aqui entre nós, para mim, “O que é, o que é?”, do Gonzaguinha, será a música que sempre tocarei e pedirei em sua homenagem.
Luís Sol e Amorésio, chegando para a tertúlia na Chácara Linda Flor, de Jurandir Xavier
Mas vamos falar sério, agora, Amorésio! Você nos deixou muito tristes com essa sua partida tão rápida, sem dar tempo para que nós nos despedíssemos direito. Eu acredito que a gente ainda tinha tanta coisa para discutir, tantos projetos para realizar. E agora você se foi. Ficou um vazio muito grande em nossos corações e nas fileiras upeninas. Você era o nosso cantor. Aurélio canta também, mas não tem muito tempo para estar conosco. Edinaldo canta e toca, mas vive voando pelos céus de Poxoréu e região. Eu acho que até será possível que em qualquer dessas aventuras de nosso amigo, você o encontre por aí. Ele é como a águia... Gosta de voos altos! Gosta dos ares. Para mim que o mais alto que já cheguei foi ao topo do Morro da Mesa, não sei o que significa a emoção de estar aí em cima, viajando pelos céus. Eu até gostaria de saber como foi a sua viagem. Como foi a sua chegada ao céu e como foi a recepção dos nossos companheiros que aí chegaram primeiro. Mas eu sei que agora não vai dar para ficar sabendo dessas coisas. Mas um dia, quando eu também estiver presente nessa eterna tertúlia, da qual você está participando, eu quero que você me conte como foi a sua viagem, a sua trajetória pela Terra, de que mais você gostou... Vamos ficar combinados. Naquele dia você me contará tudo, em todos os detalhes. Pode ir preparando a apresentação, porque essa viagem todos nós a faremos um dia, inexoravelmente. E será maravilhoso esse nosso encontro. Mas isso pode esperar. Ainda temos muitas coisas para fazer aqui. Tertúlias, programas “Momento de Arte e Cultura”, publicação da revista “A Upenina”, do jornal “O Upenino”, de livros e tantas coisas mais. Por outro lado, isso vai ser bom, porque você terá a oportunidade de se reunir com o nosso pessoal daí e fazer uma grande recepção para todos nós que ainda estamos aqui na Terra.
Comunidade Upenina 
Você conhece a minha fé, Amorésio. Eu sou como você que acreditava em Deus, em Jesus e na vida eterna. Por tantas vezes cantamos com Duduca e Dalvan, a “Espinheira” da vida e propagamos que “o mundo não acaba aqui” e com nossa esperança e fé, construiremos um mundo melhor aí nesse lugar celestial em que você agora canta e encanta seus ouvintes.

Também quero te dizer que sua família sempre terá o nosso apreço e nosso respeito. Faremos por sua esposa e filhos o que for preciso e estiver ao nosso alcance. Temos o maior carinho por sua esposa Maria Auxiliadora da Silva e Silva, a DORA e também pelo Paulo, pelo Joabe, pela Amanda e pelo Amorezinho. Para eles, sempre teremos um bom lugar em nosso coração. Não foi apenas a você, mas a sua família tem cativado a todos nós.
Amigo, Toninho Nogueira e Sulene; Genivá, Amorésio, Márcia, Neta e João de Sousa, Olga, Luzinete e Vinícius; Luís Carlos, Gaudêncio, Wallace, Lourdes e Izaias Resplandes, em tertúlia na Fazenda Duas Irmãs, do upenino Genivá Bezerra
No dia de sua partida, enquanto você viajava, nós ficamos cantando uma última serenata em sua homenagem. O local era um tanto fúnebre, mas nós, com a alegria upenina e também de todos os seus amigos que estavam lá, transformamos aquela capela em um palco de homenagens a você. Olha, gostei de ver o seu primo. Que cantor! E como demonstrou ter apreço por você. Cantou até o raiar do dia. Cantou a fé e cantou com a emoção. Parabéns por sua família. Linda família unida!
Luís Carlos, Wallace, Edinaldo, Gaudêncio, Izaias, Amorésio, João e Zenaide
Na sua despedida teve tanta gente que não dá para lembrar os nomes. Mas estiveram o tempo todo a sua mãe, sua esposa e seus filhos, os seus irmãos, muitos parentes e amigos... Foi uma noitada inesquecível. Despedida de upenino seresteiro tem que ser com seresta. Fizemos para você uma última serenata.
Izaias, Amorésio, João de Sousa, Josélia, Edinaldo, Gaudêncio e Luís Carlos Ferreira
A sua missa de corpo presente também foi muito linda. Você sabe que não sou católico, mas eu me fiz presente e dou graças a Deus por isso, porque as homenagens que ali foram feitas para você, geraram imagens tão lindas, que dificilmente serão esquecidas. O seu ex-aluno de música, o Gabriel Noleto Rocha, filho do nosso amigo Osmar do Nascimento, cantou uma música tão bonita... Que linda a voz do Gabriel! Eu ainda não o ouvira cantar. Mas ele é ótimo! Ele cantou “Voa, liberdade”, do Jessé   (https://www.youtube.com/watch?v=3oTZRWJqy_o).  Ele cantou para você, com a alma e o coração. Não tenho dúvidas de que a sua voz subiu aos céus e chegou até aí, com o mesmo ardor e fervor com que chegou aos nossos corações. Seu primo também cantou uma música muito emocionante, a Joelma Pinga e toda a igreja também cantaram em sua homenagem. Foi tudo muito lindo.
Lourdes e Izaias Resplandes, AMORÉSIO e Josélia Neves
Após a missa, um grande cortejo acompanhou o seu corpo até o seu último leito nessa Terra. Você é espiritual e sabe que o corpo é apenas pó e, quando a alma o deixa, quando o espírito volta para Deus, o corpo novamente volta ao pó, de onde veio. Mas ali, naquele cenário de paz ficou um marco em sua homenagem, que nos ajudará a lembrar de você, como se isso fosse necessário, Amorésio. Porque você é um imortal e viverá para sempre em nossa memória e em nosso coração.
Família Upenina
Adeus, amigo Amorésio! Que sua vida no céu seja ainda muito mais linda do que foi a sua vida na Terra. Receba esse meu último abraço literário que escrevo em sua memória, para registrar as eternas saudades que a Família Izaias Resplandes e a Família Upenina tem de ti.

Até breve!