domingo, 11 de novembro de 2012

Patrícia ficou em 3º lugar com Marginália II, de Torquato Neto

Suizi Fernandes Xavier escreveu em sua rede social: Patrícia abrilhantou a noite com a poesia Marginália 2 do autor Torquato Neto. 3º lugar, Muito linda sua apresentação, Patrícia!

Ao término do Recital, a Profª Suizi também falou do relacionamento que a Escola Júlio Muller vem mantendo com o escritor Torquato Neto.

 Equipe Gestora da Escola Júlio Muller: Professoras Suizi, Aldenice e Lucinéia

Paulo Andrade em “Torquato Neto: uma poética de estilhaços” analisa a obra do poeta Torquato Neto. À página 57, registra:
Dando continuidade ao seu projeto de explicitar as contradições de um país subdesenvolvido, que pretende inserir-se no contexto internacional, em “Marginalia II”, o poeta expõe a condição marginalizada do país e, em tom de mea culpa, confessa problemas cruciais como a fome e a pobreza do Brasil. Letra de Torquato, musicada por Gilberto Gil, “Marginalia II” é um exercício de música tropicalista. (...) Na letra de “Marginalia II” delineia-se também um panorama crítico do país, por meio da justaposição de imagens e referências literárias, como “Minha terra tem palmeiras” (Gonçalves Dias), “tropical melancolia” (Gylberto Freyre) e “canto da juriti” (Casimiro de Abreu), das quais se apropria Torquato para, em seguida, subvertê-las, explicitando, assim, o lado negativo da realidade do país. Ao entremear, no cenário ufanista de um Brasil romântico, a tragédia e a melancolia, Torquato encontra o tom para proclamar a saída do fim do mundo: “Yes, nós temos banana / até para dar / e vender.
 

Marginália II

Torquato Neto

Eu, brasileiro, confesso
Minha culpa, meu pecado
Meu sonho desesperado
Meu bem guardado segredo
Minha aflição

Eu, brasileiro, confesso
Minha culpa, meu degredo
Pão seco de cada dia
Tropical melancolia
Negra solidão

Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo

Aqui, o Terceiro Mundo
Pede a bênção e vai dormir
Entre cascatas, palmeiras
Araçás e bananeiras
Ao canto da juriti

Aqui, meu pânico e glória
Aqui, meu laço e cadeia
Conheço bem minha história
Começa na lua cheia
E termina antes do fim

Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo

Minha terra tem palmeiras
Onde sopra o vento forte
Da fome, do medo e muito
Principalmente da morte
Olelê, lalá

A bomba explode lá fora
E agora, o que vou temer?
Oh, yes, nós temos banana
Até pra dar e vender
Olelê, lalá

Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo

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