Essa matéria está sendo republicada em substituição à anterior que continha um incorreção. A poesia declamada por ela foi "Sertanejo", de Graciano Araújo. E essa brilhante intérprete é aluno do 1º ano da Escola Júlio Muller. Agradecemos as informações prestadas por Elisângela Maria Francisca.
As professoras Neinha e Suizzi, integrantes da Equipe Gestora da Escola Júlio Muller, comemora a vitória de sua aluna Maria Eduarda.
A apresentação de Maria Eduarda foi excepcional. Ela realmente emocionou o público com sua interpretação.
SERTANEJO
Sou um pobre peregrino
Que veio lá do sertão
De onde deixei Maria,
José e meu irmão...
Terra de gente sofrida
Que anda de pés no chão
Tentando tirar da terra
A sua alimentação...
O senhor não sabe, seu moço,
Como sofre o meu sertão
Que dói aqui no meu peito
Ver essa gente na mão...
Moço trabalhei duro
por esse sertão sofrido
Mas a seca foi demais
Não vi meu feijão florido.
Saia na madrugada
E corria pelo estradão
O sol queimando o meu rosto
Meus pés ardendo no chão...
Abri cavas, plantei milho,
Plantei soja e algodão
Na esperança que a chuva
Molhasse minha plantação...
A chuva lá não caiu
Perdi minha plantação
Perdi meu boi, meu jumento,
Toda a minha criação...
O milho já não dá mais
Não dá o trigo, nem feijão
Por isso morreu de fome
Maria, José e meu irmão...
E coitado do meu jegue
Não se aguentava mais de pé
De tanto que passou fome
Ficou jogado a migue...
O senhor devia ver, seu moço,
Como estava a minha vaquinha,
Coitadinha, tava no coro e no osso
Não se aguentava mais de é a coitadinha.
O governo nada faz
Pra melhorar a situação
só olha pra´quelas bandas
Em época de eleição...
Não quer saber como sofre
O coitado do meu irmão
Não quer saber do nordeste
Não olha pro meu sertão...
Resolvi ser andarilho
E abandonei meu sertão
Por isso corro essas terras
Mostrando as chagas da mão.
Que veio lá do sertão
De onde deixei Maria,
José e meu irmão...
Terra de gente sofrida
Que anda de pés no chão
Tentando tirar da terra
A sua alimentação...
O senhor não sabe, seu moço,
Como sofre o meu sertão
Que dói aqui no meu peito
Ver essa gente na mão...
Moço trabalhei duro
por esse sertão sofrido
Mas a seca foi demais
Não vi meu feijão florido.
Saia na madrugada
E corria pelo estradão
O sol queimando o meu rosto
Meus pés ardendo no chão...
Abri cavas, plantei milho,
Plantei soja e algodão
Na esperança que a chuva
Molhasse minha plantação...
A chuva lá não caiu
Perdi minha plantação
Perdi meu boi, meu jumento,
Toda a minha criação...
O milho já não dá mais
Não dá o trigo, nem feijão
Por isso morreu de fome
Maria, José e meu irmão...
E coitado do meu jegue
Não se aguentava mais de pé
De tanto que passou fome
Ficou jogado a migue...
O senhor devia ver, seu moço,
Como estava a minha vaquinha,
Coitadinha, tava no coro e no osso
Não se aguentava mais de é a coitadinha.
O governo nada faz
Pra melhorar a situação
só olha pra´quelas bandas
Em época de eleição...
Não quer saber como sofre
O coitado do meu irmão
Não quer saber do nordeste
Não olha pro meu sertão...
Resolvi ser andarilho
E abandonei meu sertão
Por isso corro essas terras
Mostrando as chagas da mão.
Graciano Araújo
27/04/2009
27/04/2009
Disponível em: http://sitedepoesias.com/poesias/42081. Acesso em 14 nov. 2012.
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