domingo, 12 de setembro de 2010

Batistão presta homenagem ao seu tio JOSÉ MORAES BARBOSA

Boa noite.
Excelentíssimo Senhor Prefeito Ronan Figueiredo Rocha,
Excelentíssimo Senhor Vereador,
Excelentíssimo Senhor Presidente da UPE
Demais autoridades presentes,

Agradeço a presença de todos para esta justa homenagem da família poxoreenses.

Agradeço o convite dos professores Gaudêncio Rosa Amorim e Izaias Resplandes para participar desta importante condecoração honorífica “Ordem Memória Viva Pó-ceréu” à José Moraes Barbosa (foto ao lado) e aos demais ilustres protagonistas da nossa história.

A família Barbosa entende que a comenda ao tio José Moraes, a prima Julinda Alves Vieira, a Antônio de Lima Fernandes, a Aristino Vilela, a irmã Bernadete de Lima Barros, a Bráulio Silva, a Eoni Sousa Lima,a Eunilce Rita de Brito Sol, a Pompílio Alves Pereira e a Zacarias Galvão representa uma justa e merecida homenagem a família poxoreense.

Sou filho do finado Quidinho e da finada Laurinda, sobrinho de José Moraes e primo de Julinda Alves Vieira. As homenagens que Moraes e Julinda recebem nesta noite orgulham as nossas famílias.

Honrado pelo convide, estou satisfeito pela oportunidade de falar sobre José Moraes, um eminente cidadão, pai de família exemplar, pessoa de elevado grau de sensibilidade e benevolência.

Um dia inteiro seria pouco para contar-lhes a história e os causos das muitas décadas vividas por José Moraes Barbosa. Porém, tenho poucos minutos. Assim, serei breve.

Nesta noite temos uma lição emocionante que resgata fatos e acontecimentos guardados na memória e no subconsciente, aflorando a reconstrução da nossa histórica. Reminiscências, aqui muito bem representadas pela lucidez dos ilustres homenageados, com as graças de Deus. Pessoas que aqui construíram famílias e ajudaram a construir esta cidade.
O início da história de José Moraes vem de muito longe.

Um dos nove filhos de João Francisco Barbosa e Silvina Alves Barbosa, JOSÉ MORAES BARBOSA nasceu no dia 19 de outubro de 1923, em Bom Sucesso, município de Ibitiara, Bahia. Em 08 de junho de 1932, Moraes (criança com 9 anos) deixa o sertão baiano acompanhando o pai, a mãe, os irmãos Lindaura Alves Barbosa (mãe da professora Dalvinha), José Antônio Barbosa, José Euclides Barbosa [Quidinho, meu pai], Idália Alves Barbosa (mãe da dona Julinda), Helena Alves Barbosa (avó do Adilson), Vital Alves Barbosa, Anísio Alves Barbosa (pai do Ruy) e, em gestação, Maria Alves Barbosa [a irmã caçula Lica, que nasceria quase dois meses depois, em Goiás]. Alguns com família constituída, como o caso Idália Alves Barbosa, com o marido Francisco Rodrigues e a filha Julinda Alves (nesta noite também homenageada). Nessa jornada, estavam as famílias Cândido e Rodrigues [povo dos "Abelhas"], compondo uma comitiva solidária e amiga de quase 40 pessoas.

Naquele tempo, a seca castigava a Bahia. A paisagem imitava um deserto. Em lugar do desespero, a família Alves Barbosa preferiu continuar a luta em outras bandas, aonde notícias da chuva e pedras preciosas sinalizavam uma terra prometida.

Na longa travessia, as crianças acomodadas nas bruacas de couro curtido, sobre os lombos de burros e jegues, junto aos parcos mantimentos transportados pela pequena tropa; os maiores, a pé, ora em algazarra correndo à frente, ora com as pernas bambas e alpercatas cansadas, se arrastando na retaguarda do comboio de retirantes. José Moraes Barbosa veio ora caminhando, ora em bruacas nos lombos de jegues.

Quase dois meses depois, nas proximidades do povoado de Posses (GO), foram obrigados a uma rápida parada, pois dona Silvina e dona Lindaura estavam grávidas e dariam luzes aos filhos Maria Alves [tia Lica, irmã caçula de Moraes] e Arquimedes [sobrinho]. Aproveitaram a parada, plantaram um roçado para obter o mantimento necessário para prosseguir a viagem.

Ao retomar a caminhada, um desencontro divide a caravana: uma parte deslocou-se um pouco para o sul, indo parar na região de Dourados, então sul de Mato Grosso, outra parte segue o destino combinado, em direção à região da aldeia Pocereu dos índios bororos – em direção à Poxoréu, terra da vida nova.

Depois de uma longa jornada, a família Barbosa finalmente chega à Poxoréu em 18 de junho de 1933.

Na vila Poxoréu dos anos 1930 as opções de trabalhos eram poucas: o garimpo, a lavoura de subsistência e algumas ocupações intermediárias de pouca renda.

Da labuta no garimpo, o jovem Moraes Barbosa gostava não. Nessa atividade ficou pouco tempo, o suficiente para juntar uns trocados. Logo, estabeleceu sociedade com sua mãe Silvina Barbosa em uma pequena loja na Rua Nova esquina com o Beco [Atual Rua Paraíba, esquina com a Rua Pernambuco], onde vendia tecidos, máquina de costura Singer e aviamentos.

A loja comercial evoluiu e Moraes Barbosa mudou o seu comércio para a Rua Mato Grosso, rua principal, onde está estabelecido com Casa Moraes há mais de 45 anos.

Adepto da convivência familiar, logo tratou de buscar sua parceira, para com ela construir seus sonhos de família e ter filhos. Assim, Moraes conhece a jovem Diva do Valle (foto ao lado), baiana de Brejinhos, filha de Antonio do Valle e Zulmira do Valle, e inicia um prudente namoro. Ficaram noivos e o casamento acontece em 24 de dezembro de 1951 (se não me falha a memória).

A família, o trabalho, a inteligência, a amizade, e a postura conciliadora e o toque de violão de José Moraes Barbosa despertaram a atenção da UDN. O amigo Joaquim Nunes Rocha [e aqui devemos render nossas homenagens ao saudoso Rochinha e a sua família] e outros correligionários convenceram Moraes a ingressar na política. Primeiro no diretório municipal da UDN, depois candidato à vereador.

Eleito vereador duas vezes, Moraes exerceu os mandatos no período de 1955 a 1963. Foi presidente e secretário da Câmara Municipal.

Do exercício político, Moraes destaca duas ações importantes: a criação do Ginásio 7 de Setembro [posteriormente Escola Professora Juracy Macedo], conseguido junto ao Governo do Estado numa força tarefa com os demais vereadores e a doação de livros pela Secretaria de Educação para compor o acervo inicial da Biblioteca do Ginásio.

Ainda na função pública, José Moraes Barbosa exerceu a função de Juiz de Paz em Poxoréu, escolhido por eleição popular, no biênio de 1964 a 1965, substituindo eventualmente, em alguns casos, a função do juiz de direito da Comarca de Poxoréu na ausência do titular. No período de 1971 a 1972, foi chefe do posto de atendimento do FUNRURAL, agência então responsável pela aposentadoria dos trabalhadores rurais do município de Poxoréu e região.
Atualmente, Moraes Barbosa é comerciante e fazendeiro.

Do matrimonio de José Moraes Barbosa com a saudosa Diva do Valle Barbosa, nasceram os filhos José Moraes Barbosa Filho, Sandra Maria do Valle Barbosa, Simone Maria do Valle Barbosa dos Anjos, Adauto Luiz do Valle Barbosa, Maria de Fátima do Valle Barbosa. Posteriormente, chegaram os netos, para a alegria da família.

José Moraes Barbosa devoto de São João Batista, do alto dos seus 86 anos, dos quais 77 vivendo em Poxoréu, sua terra prometida, soube enfrentar com galhardia as dificuldades da vida e os problemas de saúde. Moraes Barbosa é um vencedor, forte como aroeira.

Trago em minha vida um olhar de aplauso, admiração e gratidão por tudo o que José Moraes representa para a nossa família.

Tenho a certeza que esta primeira condecoração honorífica “Ordem Memória Viva Pó-ceréu” a cada um dos “jovens” protagonistas homenageados, rejuvenesce a alma, alegra a vida e entra para a história da nossa cidade como uma noite das mais bela. Noite de encontro.

Noite histórica, em que o passado se encontra com o presente para deixar uma admirável lição de vida para o futuro.

Parabéns à comissão organizadora!
Que nos próximos anos, outras famílias possam receber com saúde e alegria o mesmo reconhecimento e a justa homenagem.

Viva José Moraes Barbosa!
Vivam os homenageados!
Que Deus vos ilumine!
Muito obrigado!



João Batista Araujo Barbosa

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