E o menino se fez homem
E se fez padre
E se fez louco
E voou para o Brasil
Não quis as grandes catedrais
Não quis as altas patentes eclesiásticas
Não quis a cátedra das universidades
Quis ser pai de uma gente
Não se fez médico, mas curou doentes
Não se fez engenheiro, mas erigiu tantas casas
Não se fez aventureiro, mas enfrentou selvas
Quis e conquistou almas
Eu o vi em vestes pobres
Eu o vi no altar com cimento nos sapatos
Eu o vi cavalgar sob o sol escaldante
Eu o vi abençoar o povo pobre
Eu o vi correr com os meninos
Eu o vi trabalhar com os pedreiros
Eu o vi ensinar nas escolas distantes
Eu o vi sempre atarefado
Conheço o hospital que edificou
Conheço os templos que a Deus ofereceu
Conheço as valiosas obras de arte que adquiriu
Conheço o cubículo onde dorme
Sei que não é de ferro
Sei o que diz sem palavras
Sei que chora em silêncio
Sei que sente dor e cansaço
Por isso o admiro:
Por envelhecer sem se tornar velho
Por fazer sem esperar um “obrigado”
Por agir quando tantos cruzam os braços
Quem sou eu que sei tantas coisas?
Sou o povo poxoreano que passa
Que vê toda a sua obra
Mas nem sempre tem coragem
De manifestar seus sentimentos...
Muito boa, Edinaldo. Excelente! Parabéns!
ResponderExcluir