segunda-feira, 17 de maio de 2010

OLHANDO NO ESPELHO



Gaudêncio Amorim


Que queres tu de mim
Se parece que tudo lhe convém?
Que arte é esta de amar...?!
Que completa-se sem se completar...
Será que assim há de amar-me, também ?

Um Ser especial para seres de valores desiguais:
Um, amando sem esforço para ignorar
Outro, esforçando para se saciar,
Num vendaval de vidas sem vida
Mas um é história mal começada.
O outro - começo de uma história retardada.
Numa história que já vai longe, incontida.

Amor dividido, quer dizer, que amor ?
Amor não se divide
Quando acontece, agride
E machuca o sentimento mais profundo.
E polarizado no extremo da dualidade
É, ora a dor eterna da extrema felicidade
É, ora a dor mais dolorida do mundo.

Há, deveras, três extremos acesos.
Entretanto, além de agora, um há de fenecer,
Cicatrizado pelas rugas e feridas do sofrer
Desatará no destino incerto de um morteiro
E no jogo do destino ou da razão
Jaz uma história que se agoniza na conclusão
De quem não quer ser o último, nem o primeiro.

A decisão pode ser do destino ou da razão
Da mesma forma, a do mais atirado
Em contraste do menos ousado
Riscará as páginas do infinito amar.
Não há como salvar três amores:
O fato é que um turbilhão de dores
É o destino do primeiro que se “matar”.

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