segunda-feira, 17 de maio de 2010
A história de um cão
Gaudêncio Amorim
I
Era domingo – dia de relativa paz!
daqueles que a família reunida,
na lida doméstica aquecida
Repousa-se sem se cansar.
Parece que naquela paz serena e mansa
É o dia que a gente mais descansa
Antes da segunda feira – dia de trabalhar.
II
Na varanda solitária, o latido da cachorrinha
Que mais parecia uma campainha
Anunciar visitantes na porta de entrada.
As vezes latia tanto à exaustão
Passando merecer, o bichinho de estimação
Umas violentas e boas chicotadas.
III
Mas era a nossa cachorrinha...
Esperta, travessa, ligeirinha
Que latia ás noites e embalsamava os dias
Era aquele bicho doméstico tão querido
Que sem os seus incansáveis latidos
Nossa casa parecia uma lata vazia.
IV
Ela era a Duda e parecia uma decoração
Daquelas que a ordem vigente
Sugere de forma eloqüente
preservar para nunca morrer.
Mas nesta vida não há eternidade
E um dia, contra a nossa vontade.
Tudo que prezamos tende a desaparecer.
V
Foi assim com a Duda, nossa cadela
Que numa tarde, nostágica e amarela
Escreveu o seu negro destino.
Naquele dia, indefesa, a pobre coitada
Sucumbiu-se a vida nas ferozes dentadas
De um cão monstruoso e assassino.
VI
Cão maldito, maldito cão!
Negro de cor, alma de tição
Como pode matar minha pequena?
Ela jamais ofendeu uma pessoa
Não havia ali cadela tão boa
..não merecia aquela horroroza cena.
VI
Mas cão pitbul e desgraçado
Perverso, vil desenfronhado
Ser negro! dos santos desconjurar.
Enquanto a minha Duda, sem merecer
Sempre conjugando o verbo viver
Viu aquele cão conjugar o verbo matar.
VII
A probrezinha ainda convalescendo é trazida
Na tentativa de curar-lhe as feridas
No socorro que já lhe veio tarde.
E estendida no chão, tentamos devolver-lhe o alento
Salvar-lhe daquele desejo sarnento
Das malditas dentadas do ptibul covarde. .
VIII
A dona do cão, soberba e ingrata,
Na cena fúnebre, receita desata
Pra diminuir a culpa e aumentar o perdão
- Lá em casa tem terramicina
- Dê-lhe uma dose que ela logo se anima
.... E ela não morrer não!.
IX
Ledo engano, o remédio não fez efeito
Embora a quiséssemos viva com ou sem defeito
Deixamos convalescida num canto da porta.
Mas quando voltamos lá sangrava-lhe as feridas
Dura, inerte, estremecida:
....Olhos arregalados...estava morta!
X
E o meu pequeno revoltado chora
Pede impensadamente, sem demora
- Mata aquele cão desgraçado, pai!
De faca, machado, não importa
Aí está minha cachorrinha morta
Prá ele não matar outras mais.
XI
Meu filho! A violência gera violência
Não se preocupe .... um dia sem clemência
O seu destino também o mundo traga.
Pois a lógica que a vida encerra
É o que: o que faz na terra
Na terra se paga.
I
Era domingo – dia de relativa paz!
daqueles que a família reunida,
na lida doméstica aquecida
Repousa-se sem se cansar.
Parece que naquela paz serena e mansa
É o dia que a gente mais descansa
Antes da segunda feira – dia de trabalhar.
II
Na varanda solitária, o latido da cachorrinha
Que mais parecia uma campainha
Anunciar visitantes na porta de entrada.
As vezes latia tanto à exaustão
Passando merecer, o bichinho de estimação
Umas violentas e boas chicotadas.
III
Mas era a nossa cachorrinha...
Esperta, travessa, ligeirinha
Que latia ás noites e embalsamava os dias
Era aquele bicho doméstico tão querido
Que sem os seus incansáveis latidos
Nossa casa parecia uma lata vazia.
IV
Ela era a Duda e parecia uma decoração
Daquelas que a ordem vigente
Sugere de forma eloqüente
preservar para nunca morrer.
Mas nesta vida não há eternidade
E um dia, contra a nossa vontade.
Tudo que prezamos tende a desaparecer.
V
Foi assim com a Duda, nossa cadela
Que numa tarde, nostágica e amarela
Escreveu o seu negro destino.
Naquele dia, indefesa, a pobre coitada
Sucumbiu-se a vida nas ferozes dentadas
De um cão monstruoso e assassino.
VI
Cão maldito, maldito cão!
Negro de cor, alma de tição
Como pode matar minha pequena?
Ela jamais ofendeu uma pessoa
Não havia ali cadela tão boa
..não merecia aquela horroroza cena.
VI
Mas cão pitbul e desgraçado
Perverso, vil desenfronhado
Ser negro! dos santos desconjurar.
Enquanto a minha Duda, sem merecer
Sempre conjugando o verbo viver
Viu aquele cão conjugar o verbo matar.
VII
A probrezinha ainda convalescendo é trazida
Na tentativa de curar-lhe as feridas
No socorro que já lhe veio tarde.
E estendida no chão, tentamos devolver-lhe o alento
Salvar-lhe daquele desejo sarnento
Das malditas dentadas do ptibul covarde. .
VIII
A dona do cão, soberba e ingrata,
Na cena fúnebre, receita desata
Pra diminuir a culpa e aumentar o perdão
- Lá em casa tem terramicina
- Dê-lhe uma dose que ela logo se anima
.... E ela não morrer não!.
IX
Ledo engano, o remédio não fez efeito
Embora a quiséssemos viva com ou sem defeito
Deixamos convalescida num canto da porta.
Mas quando voltamos lá sangrava-lhe as feridas
Dura, inerte, estremecida:
....Olhos arregalados...estava morta!
X
E o meu pequeno revoltado chora
Pede impensadamente, sem demora
- Mata aquele cão desgraçado, pai!
De faca, machado, não importa
Aí está minha cachorrinha morta
Prá ele não matar outras mais.
XI
Meu filho! A violência gera violência
Não se preocupe .... um dia sem clemência
O seu destino também o mundo traga.
Pois a lógica que a vida encerra
É o que: o que faz na terra
Na terra se paga.
OLHANDO NO ESPELHO
Gaudêncio Amorim
Que queres tu de mim
Se parece que tudo lhe convém?
Que arte é esta de amar...?!
Que completa-se sem se completar...
Será que assim há de amar-me, também ?
Um Ser especial para seres de valores desiguais:
Um, amando sem esforço para ignorar
Outro, esforçando para se saciar,
Num vendaval de vidas sem vida
Mas um é história mal começada.
O outro - começo de uma história retardada.
Numa história que já vai longe, incontida.
Amor dividido, quer dizer, que amor ?
Amor não se divide
Quando acontece, agride
E machuca o sentimento mais profundo.
E polarizado no extremo da dualidade
É, ora a dor eterna da extrema felicidade
É, ora a dor mais dolorida do mundo.
Há, deveras, três extremos acesos.
Entretanto, além de agora, um há de fenecer,
Cicatrizado pelas rugas e feridas do sofrer
Desatará no destino incerto de um morteiro
E no jogo do destino ou da razão
Jaz uma história que se agoniza na conclusão
De quem não quer ser o último, nem o primeiro.
A decisão pode ser do destino ou da razão
Da mesma forma, a do mais atirado
Em contraste do menos ousado
Riscará as páginas do infinito amar.
Não há como salvar três amores:
O fato é que um turbilhão de dores
É o destino do primeiro que se “matar”.
sexta-feira, 14 de maio de 2010
A Matemática da vida
Izaias Resplandes
Fim de mês é data boa
Que faz a nossa alegria.
Ao receber nosso salário
Do patrão da Companhia.
Mas também é de tristeza
Quando a gente volta a casa
Pois o bolso do empregado
No mercado tudo vaza.
Mal dá pra nossa comida
Do puro arroz com feijão.
E sem um centavo no bolso
O mês vira solidão.
Não tem jeito de sair
À noite, em diversão.
Ninguém quer saber de gente
Com bolsos sem um tostão.
Nessa situação danada
Vi sem jeito de ficar
Eu tinha que mudar de vida
Antes dela se acabar.
Então pensei na escola
Que eu tinha deixado pra lá...
Será que depois de anos
Adiantaria eu voltar?
Pensei, pensei, fiz as contas:
Se eu fizesse o supletivo,
Talvez eu viesse aprender
A ser um cara mais vivo.
Se eu aprendesse matemática,
Somaria melhor minha conta,
Diminuiria um pouco meu gasto...
Talvez molhasse a garganta!
Foi essa avaliação o que me fez decidir
Voltar à escola, ao ponto em que desisti,
Dividir meu tempo de trabalho
Pra buscar o que perdi.
E assim voltei estudar
Na primeira fase do EJA.
Sempre bastante cansado
Do pós dia de peleja.
Mas peguei firme com Deus
Que eu haveria de dar conta.
Estudei cada operação
Fiquei tal barata tonta.
O mundo girava em números...
Unidades, dezenas... Unidades de milhar;
Milhões de bilhões e trilhões;
Ninguém conseguia contar.
Então veio o dia de prova.
Oh, que terrível tensão!
Foi zero pra cá, zero pra lá,
Uma total reprovação.
Então o professor explicou
Que na Matemática é assim.
O que no começo se erra,
Se aprende tim-tim por tim-tim.
Então ele fez outra prova
Sob nova orientação
Passo a passo nos mostrando
Como refazer a lição.
Nas contas com os inteiros
E também os decimais:
Vírgula debaixo da vírgula
É assim nas “contas de mais”.
Quando eram as de vezes,
Contas de multiplicar.
As casas depois da vírgula,
Nessas, tinha de contar.
Nas de dividir, então...
É mais fácil de explicar.
Bastavam as decimais
Antes de tudo, igualar.
A prova foi um sucesso
Depois dessa explicação.
Não teve quem tirou zero
Foi total a aprovação
Então o mestre explicou
Que foi nossa decisão
Diante dos resultados
Que dos nos deu motivação.
Disse que nessa terra
Todo mundo nasce igual
E o que faz a diferença
É não querer ser tal qual.
Todos podem aprender
A somar... Multiplicar.
Só uma coisa é preciso:
Coragem pra começar.
E isso aqui tem de sobra...
Tutano melhor tá pra vir.
Então não pode haver Matemática
Que nos faça desistir!
Um mais um soma dois
Duas vezes dois somam quatro
Aprendendo mais Matemática
Teremos mais feijão no prato.
Como filho dessa terra
Lutarei até o fim.
E as glórias que vêm dos céus
Serão também para mim.
E viva a Matemática,
Que nos ensina a contar
As bênçãos que a aprendizagem
Nos ajuda acumular.
Coco Amigo
Izaias Resplandes
Coco amigo da folia
Batistão meu camarada,
Já chegou o nosso dia
De fazer a batucada.
E depôs vamos beber,
Com limão nossa cachaça,
Fazendo tê-rê-tê-tê,
Evaporar-se com a fumaça.
Araújos e Barbosas,
Plantadores de coqueiros,
Dê os cocos aos “butequeiros”
Para enche-los com gasosa.
E depôs vamos beber,
Com limão nossa cachaça,
Fazendo tê-rê-tê-tê
Evaporar-se com a fumaça.
Cadê o velho pandeiro,
Batistão querido amigo
Quero enroscar, meu parceiro
Com a morena no umbigo.
E depôs vamos beber,
Com limão nossa cachaça,
Fazendo tê-rê-tê-tê,
Evaporar-se com a fumaça
Coco amigo da folia
Batistão meu camarada,
Já chegou o nosso dia
De fazer a batucada.
E depôs vamos beber,
Com limão nossa cachaça,
Fazendo tê-rê-tê-tê,
Evaporar-se com a fumaça.
Araújos e Barbosas,
Plantadores de coqueiros,
Dê os cocos aos “butequeiros”
Para enche-los com gasosa.
E depôs vamos beber,
Com limão nossa cachaça,
Fazendo tê-rê-tê-tê
Evaporar-se com a fumaça.
Cadê o velho pandeiro,
Batistão querido amigo
Quero enroscar, meu parceiro
Com a morena no umbigo.
E depôs vamos beber,
Com limão nossa cachaça,
Fazendo tê-rê-tê-tê,
Evaporar-se com a fumaça
A parte que parte um poeta
Izaias Resplandes
O poeta escreveu uma parte de seu imaginário e me fez pensar.
Bendito sejas tu e a tua arte!
Você me deu a oportunidade do aparte.
A partir da tua idéia inspiradora, também me pus a partir.
Parti o todo que consome minhas conjecturas.
E retirei de lá essa pequena reflexão.
Esse aparte que partiu daquela parte...
Não partimos por partir.
Partimos no exercício da arte.
Queremos unir; não queremos dividir.
Partimos para acrescentar,
Para somar e multiplicar.
Partimos para fazer um todo,
Que se torne cada vez maior
Maior do que a soma de suas partes
Primavera Invernal
Izaias Resplandes
Está chegando a Primavera
Com flores pra cada lado.
O descansado verá Florinda,
A flor linda do bem-amado.
O estressado está do outro lado.
Com os nervos à flor da pele...
Com a visão das flores
Não será contemplado.
Não verá cores, não sentirá odores...
Sua Primavera trará os rigores
De um inverno sem cores
E nervos à flor da pele
Está chegando a Primavera
Com flores pra cada lado.
O descansado verá Florinda,
A flor linda do bem-amado.
O estressado está do outro lado.
Com os nervos à flor da pele...
Com a visão das flores
Não será contemplado.
Não verá cores, não sentirá odores...
Sua Primavera trará os rigores
De um inverno sem cores
E nervos à flor da pele
Exaltação a Poxoréo
Izaias Resplandes
Um grito alto, bem alto, eleva-se hoje ao céu
Pois na terra dos bororos, já existe Poxoréo.
Foi Antônio de Carvalho seu grande descobridor
E João Ayrenas Teixeira, o seu nobre fundador.
Salve, salve Poxoréo, Capital do Diamante,
Esplendor de Mato Grosso, nosso Estado tão pujante,
A terra que o garimpeiro oriundo do Nordeste,
Vira ser seu paraíso, tão sonhado no agreste.
O 26 de outubro, cantamos em tom maior,
E lembramos Júlio Müller, o augusto interventor.
Ele nos fez soberano, deu-nos a emancipação,
A ele também a glória, nesses versos de emoção.
Morro da Mesa, Lagoa e Bororo ou Pará,
São algumas das belezas deste tão lindo lugar
E a poxorense menina, de morena meiga cor,
É o postal que a cidade, lhe apresenta com amor.
“Minha doce Poxoréo!”, assim canta o artista,
Veio estrela lá do céu, uma estrela nunca vista.
Planejada assim por Deus, ela foi então fundada,
E, como berço Seu, natal, sempre assim será cantada.
Salve, salve Poxoréo, capital do diamante,
Esplendor de Mato Grosso, nosso Estado tão pujante,
A terra que o garimpeiro, oriundo do Nordeste,
Vira ser seu paraíso, tão sonhado no Agreste.
Eu e Você
Izaias Resplandes
Que eu não seja omisso contra ti
E tenha a coragem de falar
A verdade que você precisa escutar
Para não perecer, para não cair;
Que você seja forte e valente
E enfrente o mal com altivez
Preferindo até morrer de vez
Que voltar a servi-lo novamente.
Que eu seja um servo fiel
E cumpra os mandamentos de amor
Ao meu próximo, seja ele quem for
E o conduza ao reino do céu.
Que você seja um vaso escolhido
Para receber as bênçãos que Deus
Preparou para os filhos Seus
Que em Jesus Cristo tenham crido.
Que nós estejamos sempre unidos
Nessa caminhada para o lar
Eu te apoiando, você a me ajudar
Para que jamais possamos ser vencidos.
Que eu não seja omisso contra ti
E tenha a coragem de falar
A verdade que você precisa escutar
Para não perecer, para não cair;
Que você seja forte e valente
E enfrente o mal com altivez
Preferindo até morrer de vez
Que voltar a servi-lo novamente.
Que eu seja um servo fiel
E cumpra os mandamentos de amor
Ao meu próximo, seja ele quem for
E o conduza ao reino do céu.
Que você seja um vaso escolhido
Para receber as bênçãos que Deus
Preparou para os filhos Seus
Que em Jesus Cristo tenham crido.
Que nós estejamos sempre unidos
Nessa caminhada para o lar
Eu te apoiando, você a me ajudar
Para que jamais possamos ser vencidos.
Dias de férias
Izaias Resplandes
Quando chegam nossas férias,
A cama então toma conta
Da turma toda de casa.
É a época em que se desconta
Os olhos de sono que se têm
Nas aulas que se nos vêm
Antes que o sol desponta.
Ninguém quer acordar cedo,
Nem tampouco madrugar.
Todos querem mais um pouco,
O bom sono aproveitar.
O sol, bem que insistente chama
Pra que todos deixem a cama
E se ponham a levantar.
A cada manhã ele diz
Na hora de despertar:
Pessoal, já amanheceu,
Vamos, vamos aprumar.
Já despontei no horizonte
E da Mesa do grande monte,
Vê-se Poxoréu trabalhar.
Mas nada, ninguém se meche.
Nas férias, a cama é boa,
É só deitar e rolar.
É tempo de estar à toa,
De ficar sem fazer nada,
Comer biju e goiabada
E se banhar na Lagoa!
Ao voltar pro sacrifício
Das aulas de todo dia,
Então se recupera a forma
Que mamãe sempre pedia,
Até que chegue outra vez
As férias de mais de mês,
Noutro ciclo de alegria
Quando chegam nossas férias,
A cama então toma conta
Da turma toda de casa.
É a época em que se desconta
Os olhos de sono que se têm
Nas aulas que se nos vêm
Antes que o sol desponta.
Ninguém quer acordar cedo,
Nem tampouco madrugar.
Todos querem mais um pouco,
O bom sono aproveitar.
O sol, bem que insistente chama
Pra que todos deixem a cama
E se ponham a levantar.
A cada manhã ele diz
Na hora de despertar:
Pessoal, já amanheceu,
Vamos, vamos aprumar.
Já despontei no horizonte
E da Mesa do grande monte,
Vê-se Poxoréu trabalhar.
Mas nada, ninguém se meche.
Nas férias, a cama é boa,
É só deitar e rolar.
É tempo de estar à toa,
De ficar sem fazer nada,
Comer biju e goiabada
E se banhar na Lagoa!
Ao voltar pro sacrifício
Das aulas de todo dia,
Então se recupera a forma
Que mamãe sempre pedia,
Até que chegue outra vez
As férias de mais de mês,
Noutro ciclo de alegria
A Primavera
Izaias Resplandes
Já chegou a Primavera.
Trouxe-a flores para mim,
Perfumou a minha terra,
Enfeitou o meu jardim!
E o floral?
O floral floriu.
Floresceu o floral.
A natureza sorriu
Um sorriso natural
E o beija-flor?
O beija-flor está em festa,
Pulula de flor em flor
Buscando ver entre essas
A razão do seu amor.
E o floral?
O floral floriu.
Floresceu o floral.
A natureza sorriu
Um sorriso natural
A partida...
Izaias Resplandes
Vais partir?
Não podes mesmo ficar?
É realmente o que você quer?
Então vá, amigo!
Caminhes com fé e coragem!
A jornada é muito longa.
Deve preparar-te bem para percorrê-la.
Se puderes,
Escolhas o caminho das flores...
Das cores...
Dos odores.
Assim, por onde quer que fores,
Sua vida será mais alegre
E você mais feliz!
Que Deus te acompanhe!
Vais partir?
Não podes mesmo ficar?
É realmente o que você quer?
Então vá, amigo!
Caminhes com fé e coragem!
A jornada é muito longa.
Deve preparar-te bem para percorrê-la.
Se puderes,
Escolhas o caminho das flores...
Das cores...
Dos odores.
Assim, por onde quer que fores,
Sua vida será mais alegre
E você mais feliz!
Que Deus te acompanhe!
Você é...
Izaias Resplandes
Você é...
O sol que me ilumina os caminhos da vida;
O raio de luz que me tira a dúvida e me traz a paz;
A energia que reaviva em mim a chama do amor;
O calor, que em nós gera amizade pura,
Que não morrerá com a idade.
Você é...
Tudo que dentro de mim continuará existindo:
Um sol que ilumina, uma luz que esclarece,
Um calor que gere paz!
Tudo que dentro de mim continuará existindo:
Um sol que ilumina, uma luz que esclarece,
Um calor que gere paz!
E enquanto eu iluminar, esclarecer e semear a paz,
Você continuará, irmanada, como alma gêmea,
Existindo também,
Naqueles que eu gerar,Pela luz, pelo calor e pela paz!
Você continuará, irmanada, como alma gêmea,
Existindo também,
Naqueles que eu gerar,Pela luz, pelo calor e pela paz!
Recado de Poxoréo
Izaias Resplandes
Ó filho que Poxoréo
No mundo estabeleceu...
Lembrai-vos deste torrão
Que te deu à luz um dia
E que nunca admitia
Deixá-lo entre outras mãos.
Tu foste daqui embora
Para voltar sem demora
E parece que esqueceu;
Não viu tua cidadezinha
Ser coroada a rainha
Do leste que floresceu!
Bem longe do seu lugar
Onde fostes estudar
Para adquirir formação...
Tu tornaste um doutor
Mas esfriou seu amor
Pelo distante rincão.
A sua terra, tão bairrista,
Não admite que exista
Um filho desnaturado...
Que depois de instruído
Para melhor ser ouvido
Lhe tenha abandonado.
Mesmo daí, tão distante,
Poderás levar avante
O nome de POXORÉO!
Proclames a sua grandeza
Exaltes a sua beleza
Não deixe-o vagar ao léu!
Sua riqueza nunca é vista
Em qualquer lugar que exista
Do Norte ao Sul do Brasil!
São diamantes milionários,
Espalhados nos lendários
Garimpos pra mais de mil!
Orgulhe-se de sua terra,
Sejas um peito que encerra
POXORÉO bem-aventurada!
Zelando por essa sorte,
Não permitas que na morte
Caia sua Pátria amada!
Que tu, a partir de agora,
Sejas diamante, lá fora
Na luta por POXORÉO...
Digas ao mundo que é brilhante
Na Capital do Diamante,
As bênçãos que vem do céu!
Em Poxoréu
Esmeralda de Goiás
Beleza Interior
Izaias Resplandes
Mesmo sendo um cara feio
E com fama de durão
Não há razão pra receio:
Cara não é coração.
A beleza é um detalhe
Que tem pouca importância,
Não diz o que alguém vale
Não guarda a eqüidistância.
Ao olhar uma pessoa
Veja o seu interior
Isso te dirá se é boa
Seja que aparência for.
Se alguém te der a mão
Querendo te ajudar
Não lhe feche o coração
Convide-o para entrar.
Dê-lhe a coroa de louro
Mostrando-lhe que você
Possui um coração de ouro
E que sabe conviver.
E com fama de durão
Não há razão pra receio:
Cara não é coração.
A beleza é um detalhe
Que tem pouca importância,
Não diz o que alguém vale
Não guarda a eqüidistância.
Ao olhar uma pessoa
Veja o seu interior
Isso te dirá se é boa
Seja que aparência for.
Se alguém te der a mão
Querendo te ajudar
Não lhe feche o coração
Convide-o para entrar.
Dê-lhe a coroa de louro
Mostrando-lhe que você
Possui um coração de ouro
E que sabe conviver.
Deus te abençoe!
Izaias Resplandes
Desde pequeno aprendi
Pedir benção a minha mãe
Ao depois que o sol se põe!
No momento de dormir.
Na doce terra natal
Onde passei minha infância
Era de suma importância
Esse gesto maternal
Trata de um costume antigo
Passado de mãe p’ra filho,
Que não maculou seu brilho
E nem jamais foi esquecido.
Lá naquele meu sertão
Onde mamãe bendizia
Eu – menino –, não dormia
Se não recebesse a bênção.
Sem mamãe me proteger
Eu começava inventar
Bichos para me pegar
Mal se punha a escurecer.
Cada qual o mais terrível
Que se possa imaginar,
Difícil de retratar
De tanto que era horrível.
De manso então levantava
E no quarto de mamãe eu ia
Dizer-lhe que não dormia
Tal o medo que eu estava.
Ela então me acalentava
Entre os seus braços de amor
Libertando-me do horror
Dos bichos que eu criava.
Ao depois me conduzia
Outra vez de volta ao leito
E apertando-me ao seu peito
Um pedido a Deus fazia.
Para que me desse a bênção
E do mal me protegesse,
Que nada me acontecesse
Sob a guarda de sua mão.
E nesse embalo eu dormia
Só pensando em coisa boa
E que ainda hoje povoa
Meu desejo de um bom dia.
Por isso, mãe, peço que ecoe
Ao quatro cantos do mundo
Meu pedido mais profundo
Pra que Deus a abençoe!
Desde pequeno aprendi
Pedir benção a minha mãe
Ao depois que o sol se põe!
No momento de dormir.
Na doce terra natal
Onde passei minha infância
Era de suma importância
Esse gesto maternal
Trata de um costume antigo
Passado de mãe p’ra filho,
Que não maculou seu brilho
E nem jamais foi esquecido.
Lá naquele meu sertão
Onde mamãe bendizia
Eu – menino –, não dormia
Se não recebesse a bênção.
Sem mamãe me proteger
Eu começava inventar
Bichos para me pegar
Mal se punha a escurecer.
Cada qual o mais terrível
Que se possa imaginar,
Difícil de retratar
De tanto que era horrível.
De manso então levantava
E no quarto de mamãe eu ia
Dizer-lhe que não dormia
Tal o medo que eu estava.
Ela então me acalentava
Entre os seus braços de amor
Libertando-me do horror
Dos bichos que eu criava.
Ao depois me conduzia
Outra vez de volta ao leito
E apertando-me ao seu peito
Um pedido a Deus fazia.
Para que me desse a bênção
E do mal me protegesse,
Que nada me acontecesse
Sob a guarda de sua mão.
E nesse embalo eu dormia
Só pensando em coisa boa
E que ainda hoje povoa
Meu desejo de um bom dia.
Por isso, mãe, peço que ecoe
Ao quatro cantos do mundo
Meu pedido mais profundo
Pra que Deus a abençoe!
A atitude do pródigo
Izaias Resplandes
Misericórdia, Senhor! Misericórdia!
"Pequei contra o céu, pequei contra ti";
Falei mal dos irmãos, espalhei a discórdia,
Até do seu nome, zombei e esqueci.
Perdão, meu Pai! Perdão!
"Já não sou digno de ser chamado seu filho".
Deixei sua luz perfeita, preferi a escuridão.
Meu rosto já está morto, já não tem mais o seu brilho.
Oh, Deus! Oh, Deus! Livra-me do submundo das dores
Dá-me uma nova chance de estar ao seu lado.
"Trate-me apenas como um dos seus trabalhadores",
Mas não me deixe lá, sozinho e abandonado.
Sei que fui um tolo quando parti
Dos seus braços amorosos e desse lar paterno.
Não há lugar melhor do que aqui
A vida lá fora é um verdadeiro inferno.
Aqui, cada servo é chamado de seu amigo,
O Senhor lhes confia até o íntimo segredo,
Eles se sentam à mesa e ceiam contigo
Com toda confiança, sem receio e sem medo.
Sei que nada fiz para merecer o seu amor;
"Dissipei os seus bens, vivi dissolutamente"...
Mas eu não agüento mais viver com essa dor
Que me consome o coração e a mente.
Deixa-me ficar! Eu preciso de paz!
Não suporto mais esse tormento.
Sei que pelo que fiz, nada é demais,
Mas eu não agüento tanto sofrimento.
Quero ficar na paz desse seu recanto,
Viver para sempre nesse lar de amor
Quero adormecer ao som de seu acalanto
E encher minha vida de seu brilho e cor.
É bem verdade que nada disso mereço
Mesmo assim venho fazer-lhe esse pedido
Pelo qual, desde já, lhe agradeço
Quando por sua graça puder ser atendido.
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