sábado, 28 de novembro de 2009

O abraço da fraternidade upenina

UPENINOS: Prof. Gaudêncio Filho Rosa de Amorim, Prof. João de Sousa, Rev. Kautuzum Araújo Coutinho, Prof. Izaias Resplandes de Sousa, Prof. Edinaldo Pereira de Sousa, Dr.João Batista Cavalcante, Theodomira Alves de Oliveira Lima e Vereador Leônidas Barcelos


A UPE – União Poxorense de Escritores tem sido vista como uma entidade cultural
que atua em defesa da arte e da cultura, uma agremiação de escritores
cognominados como Notáveis Upeninos, uma associação em defesa dos interesses
poxorenses, um esforço para resgatar e registrar a memória histórica e
tradicional do município de Poxoréu, um sonho de unir as forças de intelectuais
que tenham interesse na defesa e promoção da terra poxoreana, entre tantas
outras definições. E, sem dúvida alguma, a UPE é tudo isso, mas não tão somente.
O seu mérito principal tem sido o de ser um modelo de convivência familiar
harmônica e pacífica no contexto da sociedade poxorense, o que não é tarefa
fácil, principalmente quando se considera a diversidade existente na composição
da família upenina. Apesar disso, a UPE é um centro de convivência de desiguais,
com unidade de ideais construídos com base nos verbos associar, unir, agir,
defender, resgatar, registrar, sonhar, acreditar, idealizar, projetar, divertir,
festejar e conviver.


O homem não é uma ilha; é um ser social. Em que pese ter uma natureza rebelde e individualista que o faz declarar guerra contra todos os demais, na visão sociológica de Thomas Hobbes, autor de “O Leviatã”, todo homem necessita de convivência com outros de sua espécie. Não é por acaso que o próprio Deus, após criá-lo à sua imagem e semelhança, avalia não ser bom que ele vivesse só, cuja conclusão o levou à criação da mulher, “uma auxiliadora que lhe fosse idônea”, conforme registra o livro de Gênesis (Gn 2:18). A mulher completou a criação do ser humano, fortalecendo-o para a grande missão de conquistar e dominar o universo, o que acredito, ainda será inteiramente povoado pela humanidade.

Por outro lado, ainda que a semelhança não seja tão próxima, vejo que antes da UPE, éramos Adões limitados pela nossa individualidade, socráticas andorinhas solitárias tentando fazer o verão, obtendo tão poucos resultados, que os mesmos quase passaram despercebidos no curso da história. Estava patente não ser bom que esses “Adões” estivessem sós. E então “Eva” foi criada. Após uma série de conversas, concluiu-se o processo de gestação e no dia 31 de março de 1988 veio à luz do sol a União Poxorense de Escritores. A partir dali nós nos sentimos mais fortes e capazes de alcançar os nossos objetivos. Como Adão e Eva, diferentes em suas individualidades se tornaram uma só carne, nós também, apesar de nossas diferenças e particularidades, nos tornamos upeninos, guiados pela mesma bandeira de ideais.

É certo que a diversidade amplia as potencialidades. Se todas as cores fossem azuis, onde estaria o amarelo? A diversidade é necessária para completar a unidade. A UPE é uma diversidade, um mundo de possibilidades.

Em uma cena do filme “A máquina do crescimento”, lançado em 1988, pelos estúdios Disney, o criador da dita máquina mostra a um amigo algumas sementes de abóboras, perguntando-lhe o que vê. Aquele diz que vê sementes. Então ele responde: “Você vê sementes... Eu vejo possibilidades!”. Identicamente, nós vislumbramos a União Poxorense de Escritores como possibilidades de construção de uma memória histórica para essa terra. Na diversidade, cada upenino faria a sua parte. E assim tem acontecido.

No exercício de sua vocação, os upeninos têm se aperfeiçoado, tornando-se especialistas nas mais diversas áreas do conhecimento. Foi assim que vimos o Prof. João de Sousa, atual Presidente da UPE, graduado em Ciências da Natureza, especializar-se em Matemática; o Prof. Gaudêncio Filho Rosa de Amorim, nosso atual Vice-Presidente, graduado em Pedagogia, especializar-se em Ciência Política; o Prof. Luiz Carlos Ferreira, licenciado em História, especializar-se em Geo-História. E assim, sucessivamente. Cada upenino, em sua trajetória de buscar fazer o melhor por essa cidade, tem buscado, de igual forma, alcançar uma melhor capacitação para atingir esse fim. Comigo não foi diferente.

Em 1988, quando pensei na criação da UPE, eu tinha apenas o segundo grau. Em 1994 voltei a estudar, fazendo os Estudos Adicionais ao Magistério na área de Alfabetização. Em 1995, ingressei na UFMT cursando Licenciatura em Pedagogia, o que terminei em 1998. Naquele mesmo ano iniciei o curso de Especialização como Gerente de Cidades pela FAAP, de São Paulo, concluído em 2000, ano em que também iniciei o curso de Matemática pela UFMT. Na sequência, de 2003 a 2004, especializei-me em Matemática pela Universidade Federal de Lavras, MG. No mesmo ano de 2004, iniciei o bacharelado em Direito pela UNICEN de Primavera do Leste, MT, curso que concluí em julho de 2009. E agora, para culminar essa caminhada, passei nas provas da OAB, razão pela qual, se Deus permitir, a partir de 2010 estaremos somando com os doutores Enir Arge Conceição e João Batista Cavalcante, Notáveis juristas upeninos, na advocacia dos clamores de nossos contemporâneos.

Aperfeiçoar para melhor servir. Esse objetivo que faz parte da vida de cada upenino, sempre foi uma constante em minha vida, o que me deu muitas alegrias e muitos abraços de meus familiares. Todavia, nada se compara com esse abraço que hoje recebo de meus fraternos confrades upeninos, com os quais luto em prol de um mundo melhor para os demais.

É de ver que o início de uma nova carreira não é fácil. É inegável a insegurança e o receio de errar ou de ser podado antes mesmo que se possa crescer. Tenho me angustiado em demasia para dar conta das responsabilidades que assumi. Já não sou jovem. Não tenho a mesma energia de outrora. Sinto o peso dos anos. Todavia, acreditando que parar equivale a morrer e desejando viver eternamente, prossigo. Enfrento o desconhecido sob a convicção de que só não erra aquele que não tenta acertar. Como Camões, acredito que existem glórias a serem conquistadas além dos “mares nunca dantes navegados”.

Desse modo, escudado na fé que tenho em Deus, apoiado pela minha família e alicerçado pelo conhecimento proporcionado por essa plêiade de notáveis marujos upeninos, lanço minha nave pelo Mar do Futuro com a pretensão de descobrir novas paragens, novos rumos e novas possibilidades de melhorar a vida e a convivência entre os homens que vivem nesse Universo.
Seguindo a lição de Paulo Freire, prossigo nessa aventura com a certeza de que somente haverá o amanhã, se no dia de hoje nós fizermos aquilo que somente hoje pode ser feito, apesar de todas as dificuldades.

Obrigado pelo afeto, pelo apoio e pelo abraço.

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