segunda-feira, 1 de setembro de 2014

O tempo das queimadas

 “O tempo das queimadas”
Prof. Izaias Resplandes
O Brasil é um país de contrastes. Da mesma forma que existem lindas paisagens a serem vistas, existem outras tantas, horríveis de se ver, como as queimadas, por exemplo. Elas representam cenas muito tristes! Marcam o fim das inúmeras vidas que se perdem, tanto animais, quanto vegetais. Aumentam também a força destrutiva das ventanias, pois destroem as árvores que atuam como obstáculos naturais no controle dos ventos. Assim, além do aumento da temperatura que traz um calor sufocante, também somos frequentemente bombardeados por vendavais carregados de poeira, cinza e sujeira. E todo ano é a mesma coisa.
Quando chega o inverno, aumentando a sequidão no Brasil, começam também as queimadas. Essa semana eu ouvi de uma colega professora, que “há pessoas que não podem ver uma folha seca...”. E deve ser assim mesmo, pois o que se vê é fogo e fumaça por toda parte.


Na verdade, o período intensivo do fogo já começa no mês de junho, com as “fogueiras de São João”, que acontecem principalmente no Nordeste e Centro-Oeste brasileiros.
Aqui em Poxoréu, MT, onde vivo, “as fogueiras de São João”, no mês de junho, se espalham pelas ruas, em muitas casas. Algumas delas, inclusive, são marcos dos festejos oficiais da cidade. E então, as pessoas ficam ao redor dessas fogueiras. Brincam de pular o fogo. Alguns mais corajosos chegam a andar sobre as brasas. É a síndrome do fogo, que contamina muitos brasileiros nessa época do ano. Não é por acaso que também acontecem muitos acidentes envolvendo atividades com fogo. E no caso de Poxoréu, por exemplo, o povo já deveria estar mais escaldado, já que, em outubro de 1927, a povoação de São Pedro, onde teve origem o desbravamento dessa região e que já contava com mais de três mil habitantes, foi totalmente destruída por um grande incêndio. “Tudo virou cinzas”, como escreveu o meu confrade da União Poxorense de Escritores (UPE), o prof. João de Souza, em seu artigo intitulado “O incêndio de São Pedro”.


Já em agosto, ainda que seja o tempo das lindas floradas dos ipês e de outras espécies que florescem lindamente nessa época do ano, o mês é também o tempo das queimadas... Como as pessoas gostar de colocar fogo em tudo!
O Brasil está ardendo em fogo! E quando vejo todo esse fogaréu, eu me recordo do que a Bíblia diz sobre o dia do juízo... Me recordo de que o apóstolo Pedro, em 2 Pe 3:7  diz que “os céus e a terra que agora existem, pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios”. E me lembro também das palavras registradas em Mateus 13:40, quando o próprio  Senhor Jesus diz que: “Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste mundo”. Com certeza, o juízo virá!


Meu queridos....
Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça (2 Timóteo 3:16).
Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo (2 Pe 1:21).
A Bíblia é um registro de homens que escreveram sob a inspiração de Deus (2 Tm 3:16; 2 Pe 1:21) e sábio é aquele que faz dela uma “lâmpada para os seus pés” e uma “luz para os seus caminhos” (Sl 119:105). Ela nos diz em vários textos, por interpretação direta, que as coisas terrenas são sombras das coisas espirituais (Cl 2:17, Hb 8:5; 10:1).
Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo (Colossenses 2:16-17)
Não resta dúvida de que nós temos que aprender alguma coisa com esse comportamento humano invernal, de todo ano sair queimando aquilo que encontra pela frente.



Eu gosto de estudar a Bíblia, mas principalmente de relacioná-la com a Natureza, com as coisas que estão criadas, pelo fato dela própria me dizer que tudo o que de Deus se pode conhecer, Ele o tem revelado nas coisas que estão criadas (Rm 1:19-20).
Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis (Romanos 1:19-20)
E então, dentre as coisas que já tenho aprendido, uma delas é que tanto Deus, quanto o fogo não estão para brincadeira. A Bíblia é clara em relação a isso:
Hb 10:31 - Terrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo!
Gl 6:7 - Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá.
Meus queridos... Não é hora de destruir. Embainhem todas as suas espadas, pois o que fere com a espada, com ela será ferido. Guardem os seus archotes! Nós precisamos da Terra para viver e ela também precisa de nós para continuar sendo um bom lugar para nós vivermos. É certo que houve um tempo em que a sabedoria popular recomendava a limpeza dos campos através do fogo. Mas hoje os tempos são outros. Já temos poluição demais. Vamos mudar nossos hábitos. Ao invés de queimarmos as folhas secas, vamos enterrá-las. Assim, além de evitarmos a fumaça e o aumento da temperatura, ainda estaremos contribuindo para melhorar a fertilidade do solo. A Terra é o nosso lar, é a nossa casa. Sendo criada por Deus, ela nos foi entregue para ser por nós administrada. Portanto, precisamos cuidar bem dela.



Vamos fazer conforme diz a Palavra de Deus em 1 Pe 4:10. “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus”.
Chega de fogaréu! Chega de fumaça! A Terra está sofrendo diante desses pecados cometidos por nós contra ela. Rm 8:22 nos diz  “que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora”.

Parece que nós estamos querendo antecipar o dia do Juízo de Deus, quando Ele, pelo seu fogo consumidor haverá de fazer a purificação de sua criação, produzindo novos céus e nova terra (Is 65:17; Ap 21:1; 2 Pe 3:13).
Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão (2 Pedro 3:10).
Porque, eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá mais lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão (Isaías 65:17).
E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe (Apocalipse 21:1).
Ainda que este dia esteja próximo, nenhum de nós sabe quando isso acontecerá. Esse é um mistério que o Pai guardou para si (Mc 13:32).
Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai (Marcos 13:32). 
Mas, com certeza, uma das coisas que faz Deus deixar de lado a sua misericórdia e agir com justiça é o aumento das nossas transgressões. E nós estamos transgredindo as ordens do Criador, quando ao invés de cuidar e zelar da sua criação, como bons administradores dos talentos dele recebidos, nós estamos destruindo as sementes, os animais e a natureza de um modo geral. Ao invés de estimularmos a misericórdia de Deus, nós estamos apressando o dia em que fará justiça através de seu fogo consumidor.

Mas, chegando também o que recebera um talento, disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste; E, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu. Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei? Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros e, quando eu viesse, receberia o meu com os juros. Tirai-lhe pois o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos. Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado. Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes (Mateus 25:24-30)

Queridos leitores...
Não queiramos que Deus seja rápido em sua Justiça; antes, queiramos que ele seja longânimo em sua misericórdia. Fazer justiça é dar a cada um o que é lhe é devido. PENSEMOS em nossa vida diante dos homens.
Nós temos sido justos em nossos compromissos? Temos pago as nossas contas em dia? Temos sido fiel no pagamento dos impostos? Temos exigido a nota fiscal em todas as nossas compras? Antes de comprar algo, nós temos procurado saber sobre a procedência do produto? Na questão da informática, por exemplo: ninguém tem usado algum software sem autorização do criador? ninguém tem baixado alguma música sem antes pagar pelos direitos autorais de sua reprodução pública?
Eu tenho observado que nós somos muito apressados em julgar os outros. E nem sempre seguimos a orientação da Palavra de Deus. Aceitamos como natural fazermos coisas que, embora erradas, não chamam a atenção de ninguém. Todavia, julgamos ser merecedores de severo castigo outros que fazem as mesmas coisas de forma escancarada. O apóstolo Paulo nos diz em Romanos 14:12 -Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova.

Temos que tomar muito cuidado em nossa sede de justiça. Deus tem sido longânimo para com a humanidade.
Em 2 Pedro 3:9, o apóstolo Pedro registra que o “o Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se”. Deus é longânimo e deseja que nós  também o sejamos. Os filhos devem imitar o pai, aprendendo com ele o modo correto de proceder. PERDOAR sempre será a melhor atitude e JULGAR sempre será um grande risco, porque aquele que perdoa, o faz porque tem um bom coração, mas aquele que condena sempre corre o risco de errar.
Embora uma coisa certa possa se tornar errada, dependendo da forma como for praticada, o mesmo não acontece com uma coisa errada, a qual sempre serra errada.

Aquele que pratica em oculto certas coisas e condena os que praticam as mesmas coisas à vista de todos é um hipócrita. E a hipocrisia foi um dos pecados mais duramente criticados por Jesus, conforme se vê nos registros do Novo Testamento, como por exemplo, no capítulo 23 do Evangelho de Mateus. Ali estão registrados diversos “ais” de Jesus para os hipócritas. E também não são brandas as palavras de juízo que Ele profere contra esse tipo de gente, que, exteriormente, parecem justas aos homens, mas interiormente, estão cheias de hipocrisia e de iniquidade. Ele diz: “Sofrereis mais rigoroso juízo!”; “Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?” e por último: Que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra”.
Paulo nos chama a atenção com várias declarações nesse sentido, como por exemplo, em Rm 2:21 - Tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas?
E complementa em Ef 4:28 - Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade.

Aprendamos as lições bíblicas para praticar e não para condenar os outros. Jesus diz em Jo 13:15 - Eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também.
É assim que devemos agir em todas as situações: perdoando e sendo misericordiosos.
Quando orarmos, peçamos o perdão e a misericórdia de Deus por nós e por aqueles que consideramos pessoas erradas e ruins, para que sejam transformados em pessoas certas e boas. E de nossa parte, procuremos fazer as coisas certas, fazendo o bem a todos. Deixemos que Deus se preocupe com a justiça.

Antes de encerrar eu quero lembrar de que, certa feita, quando Jesus ia para Jerusalém, ele enviou alguns de seus discípulos à frente para que lhes preparassem a pousada. E eles entraram em uma aldeia de samaritanos, onde não os receberam. “E os seus discípulos, Tiago e João, vendo isto, disseram: Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma, como Elias também fez? Voltando-se, porém, Jesus os repreendeu, e disse: Vós não sabeis de que espírito sois. Porque o Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las”. Essa história está registrada em Lucas 9:52-56.
Meus queridos...
Nós estamos vivendo o tempo da graça de Deus, mas se continuarmos com esse espírito de destruição aumentando cada vez mais, com certeza nós estaremos reduzindo o tempo da misericórdia e do perdão divino e apressando o dia de seu juízo final e do castigo eterno para os transgressores.

Portanto, quero clamar a todos para que mudem suas práticas em relação à Terra. Aquele que queimava, não queime mais. Aquele destruía, não destrua mais e aquele que não cuidava, que passe a cuidar mais. Agindo assim, nós e toda a Terra agradecemos com muito carinho. Um forte abraço e até uma nova oportunidade.
Que Deus nos abençoe!

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