A terra é para
quem trabalha.
O fruto é o suor do
homem,
É o trabalho árduo que
sacia a dor da fome
Pior do que corte de
navalha
O latifúndio aparece,
horrendo
Com jagunços, como que
antevendo
A tragédia de quem já
não tem sorte
E na luta pela vida
encontra a morte
Num projétil que entra
ardendo.
A nada servirão as
conferências
Dos homens sábios com
suas ciências
Nos países ricos que
dominam os pobres
Enquanto morrerem
camponeses nobres
Na terra, palco de
violências.
Eis a terra que querias
ver dividida
A cobrir-te eternamente
no pós-vida.
Voltas ao pó por uma
reforma agrária,
Mártir da luta,
errante, pária,
Na cova que te cabe,
recompensa da lida.
Deixas mulher, filhos e
companheiros...
Deles também são teus
sonhos derradeiros.
Teu sangue mancha as
mãos de latifundiários,
De políticos sujos,
seus fiéis sectários,
Encharca a terra o teu
sangue de guerreiro
Lava-nos a alma o teu
sangue vertido
E escreve o teu nome de
homem destemido
Nas páginas do livro
dos heróis da utopia
De que terra terão
todos, um dia
Porque sonhar ainda não
é proibido.
Edinaldo Pereira de Souza
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