Quando
bebê, pouco chorava
E
ouvia o canto que a embalava
Embora
fosse tão pequenina
Gostava
de música aquela menina
Ouvia
as cantigas de ninar
Que
sua mãe se punha sempre a cantar
E
as vozes dos pássaros da verde campina
Nossa
cantora, ainda menina
Ainda
pequena, lhe fascinava
O
pai, que o tempo todo assobiava
E
o eco que longe gritava a colina...
Vivia
feliz a nossa menina
O
tempo passou e o bebê cresceu
De
tantas coisas, muita coisa aprendeu
E
logo deu rumo certo á sua sina
Tornar-se-ia
cantora a menina
Sonhou
com os palcos que mundo afora subiria
E
todas as platéias que cantando encantaria...
Lembrou-se
de quando era ainda pequenina
E
pôs o pé na estrada, nossa cantora-menina
Bela
voz não lhe faltava
E
era bela aos olhos de quem a fitava
Cantar
era o ofício, o palco a oficina...
Cresceu
assim, cantando, a cantora não mais menina
Na
arte que amava fez muito sucesso
Entre
e erros e acertos, num constante recomeço.
Vitória
era sempre o abrir da cortina
Onde
se apresentava nossa cantora-mulher-menina
Viajou
países navegando os ares
Percorreu
estradas e atravessou mares...
Manteve
sempre uma imagem em sua retina
O
colo dos pais quando ainda em menina
Cantando
envelheceu, se é que assim se envelhece.
Cantou
até quando morreu e isso ninguém esquece.
Hoje,
no túmulo coberto de bonina,
Repousa
feliz a cantora-mulher-anciã-menina
Lembrai-vos
do canto que vos alegrou a existência
Lembrai
a cantora e fazei-lhe reverência
Meditai
a sua história e tudo que ela ensina
E
envelhecei como a cantora, sem deixar de ser menina
Edinaldo
Pereira de Souza
Nenhum comentário:
Postar um comentário