segunda-feira, 15 de março de 2010

Abstinênscia


Grazy Lemes

Há dias em que abraçamos o travesseiro e esperamos sem mesmo saber o que.
Há dias em que a mente vaga e não conseguimos ver, falar ou pensar em nada...
São em dias assim que mais sofro, eu sofro como se um de meus queridos estivessem partindo
Tenho medo. Muito medo. Afinal, são tantas as incógnitas...
Existem rios imensos. Não há pontes. Eu preciso atravessar.
Quanto desespero...
Em meio a solidão de um quarto, sumo aos poucos. As lembranças e as saudades me consomem...
A sensação de que estou só corrói-me. É estranho isso...
Sinto saudades de um abraço terno,de um carinho de família. Sinto saudades da lembrança de momentos felizes com meus pais
Sinto tanta falta daqueles idôneos e magros lábios que me envolviam de forma tão atraente, sinto tanta falta dos inúmeros fios brancos em meio aos cabelos negros. Sinto tanta falta desse romance e medo de que ele não mais exista...Quanta saudades dos dias de molecagem, dias em que fazia rir o mais robusto dos lábios. Quanta dos abraços, dos olhares furtivos denunciando cumplisidade. Quanta saudades de meus amigos...
E, talvez por egoísmo, sinto falta das palavras suas. Sinto tanto medo de perder-te, falta de alguem que nem conheço mas alguém que me faz derramar as lágrimas mais contentes
É como se eu pudesse ver seu sorriso ensolarado, ainda que diante da neve asiática. Talvez nem devesse catalogar toda essa abstinência mas como seria possível viver sem ser?, sem sentir?...
Não!
Não posso!
Mas... Quanta falta me faz...

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