sexta-feira, 8 de junho de 2018


O filho distante de Poxoréu


Izaias Resplandes

Olá, Poxoréu! Faz tempo que quero conversar com você.
Precisamos colocar os pingos nos is e voltar a nos entender.
Afinal, eu nasci aqui, embora tenha passado a vida distante.
E eu sei que você lamenta muito e até tenta compreender
Porque é que fui embora, te deixando e te fazendo sofrer...
E porque me envolvi com outras e delas me tornei amante.

Sabe, Poxoréu, eu percorri o mundo atrás de oportunidade.
Eu queria ser alguém de valor, com meu talento reconhecido.
Eu queria aparecer e ver meu nome inscrito no rol da fama.
E assim eu andei e viajei, vagando de cidade em cidade.
E conheci lugares lindos, aventurando pelo céu desconhecido.
Às vezes dormi em casas, noutras vezes a relva foi minha cama.

E enquanto eu vagava pelo mundo, eu sempre pensava em ti.
Lembrava dos morros, dos riachos, das cabeceiras e cachoeiras.
Via o Morro da Mesa, lindo naquela foto de nosso cartão postal,
Os domingos à beira da Lagoa, encantos que eu nunca esqueci.
Me imaginava nas Cachoeiras do Lucas, minhas delícias primeiras
E também nas nossas águas termais do Damasceno e do Buritizal.

Fui várias vezes na cidade de Brasília, a Capital Federal do Brasil.
Estive no Congresso Nacional, na Câmara e no Senado da República.
Vi Louremberg  Nunes Rocha, que fora deputado e também Senador,
Ubiratan Spinelli e Bento de Souza Porto, teus filhos, entre outros mil,
Destacada liderança mato-grossense, de nobre caráter e de fé pública,
Honrando a sua bandeira e com vozes altaneiras, a lutarem com fervor.

No Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, famosa morena capital,
Encontrei Aurélio Miranda, destaque no rádio e na televisão brasileira,
O teu poeta cancioneiro, autor e compositor de “Minha Doce Poxoréu”,
A música que os teus filhos cantam como se fosse o seu Hino Oficial,
Membro da União Poxorense de Escritores, criação de gente violeira,
Que tanto tem feito e lutado, em defesa da arte e da cultura deste céu.

Em Cuiabá, Capital de nosso Estado, era como se em casa estivesse,
Tantos os teus filhos que ali brilhavam, nas mais diversas posições...
No Tribunal de Justiça, Juvenal Pereira da Silva e Onésino N. Rocha
São juízes pilares que te fazem ser notória e tua história engrandece.
E os demais, tantos são, decidiram se unir para em diversas situações,
Assegurar que venham a ti o calor de suas lutas como uma forte tocha.

E então é isso, Poxoréu. Sou esse teu filho distante, que um dia partiu,
Para encontrar-se com aquilo que seria o seu futuro e o seu destino;
Para se fortalecer e te servir com mais força, coragem e determinação.
Eu fui, mas eu sempre voltei, porque o meu coração daqui nunca saiu.
Eu me tornei muito conhecido, mas jamais deixei de ser o seu menino,
Que sempre te amou e sempre estará aqui, cantando, em tua exaltação.

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