sábado, 30 de junho de 2018

A virtude do perdão

A virtude do perdão

Izaias Resplandes
 
E, quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe as vossas ofensas. Mas, se vós não perdoardes, também vosso Pai, que está nos céus, vos não perdoará as vossas ofensas. Marcos 11:25-26.
Perdoar é, com certeza, a maior de todas as virtudes que alguém possa ter. Por amor de Jesus, Deus Pai nos perdoou de nossas muitas transgressões, de nossa multidão de pecados. E, não por acaso Jesus ensinou que a resposta às nossas orações pelo perdão de nossas ofensas depende da nossa capacidade de perdoar aos que nos têm ofendido. É assim a Palavra:
Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores; e não nos conduzas à tentação; mas livra-nos do mal; porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém. Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas. Mateus 6:12-15.
Nós sempre achamos que merecemos uma segunda oportunidade; e às vezes, até uma terceira, uma quarta… Mas nós mesmos, não estamos dispostos a dar mais uma oportunidade àqueles que falham conosco.
Certa vez, o apóstolo Pedro conversava com Jesus a respeito do perdão e recebeu dele uma aula magistral. É assim a Palavra:
Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete. Por isso o reino dos céus pode comparar-se a um certo rei que quis fazer contas com os seus servos; e, começando a fazer contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos; e, não tendo ele com que pagar, o seu senhor mandou que ele, e sua mulher e seus filhos fossem vendidos, com tudo quanto tinha, para que a dívida se lhe pagasse. Então aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. Então o Senhor daquele servo, movido de íntima compaixão, soltou-o e perdoou-lhe a dívida. Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos, que lhe devia cem dinheiros, e, lançando mão dele, sufocava-o, dizendo: Paga-me o que me deves. Então o seu companheiro, prostrando-se a seus pés, rogava-lhe, dizendo: Sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. Ele, porém, não quis, antes foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida. Vendo, pois, os seus conservos o que acontecia, contristaram-se muito, e foram declarar ao seu senhor tudo o que se passara. Então o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste. Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti? E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que lhe devia. Assim vos fará, também, meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas. Mateus 18:21-35.
O perdão é a maior de todas as virtudes. Tanto é assim, que dependemos dele para que possamos receber a salvação de nossa alma e assim, o reino de Deus.
Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor. Atos 3:19.
Os nossos pecados nos separam de Deus, nos impedem de entrar nos céus. Somente poderemos ser salvos da perdição eterna se nos livrarmos das consequências de nossos pecados. É assim a Palavra:
Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem agravado o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça. Isaías 59:1,2.
Deus quer nos perdoar. Jesus morreu em nosso lugar para que pudéssemos ser perdoados de nossos pecados. E para que pudéssemos viver em paz com Deus. Por sua morte, Jesus abriu as portas para a nossa reconciliação com o Pai.
Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer. Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. Romanos 5:6-8.
Deus quer nos perdoar e por isso Ele tem paciência conosco. Assim escreveu o apóstolo Pedro:
O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se. 2 Pedro 3:9.
Sim, meus queridos… Deus quer nos perdoar, mas ele estabeleceu uma condição para pudesse nos perdoar. E a condição é difícil de cumprir, porque nós queremos ser perdoados infinitas vezes, mas temos dificuldades para perdoar mesmo por uma única vez.
Deus somente nos perdoará, se nós, primeiramente, perdoarmos àqueles que nos têm ofendido. Se não perdoarmos, ele também não nos perdoará. E esse é o fundamento para que nós busquemos nos aperfeiçoar nessa área.
É verdade que não basta que perdoemos aqueles que nos ofenderam para que sejamos salvos. A salvação tem outros fundamentos além desse, mas com certeza, ainda que Cristo morresse em nosso lugar mil vezes, nem por isso seríamos perdoados, se primeiro não formos capazes de perdoar.
No reino de Deus não entra mágoa, não entra ódio, não entra rancor. O reino de Deus é para aqueles que, antes de qualquer outra coisa, aprenderam a perdoar.
Quantas vezes já desejamos o mal para alguém! Quantas vezes já clamamos por justiça? Ou por vingança? Não importa quantas vezes… O que importa é sermos capazes de perdoar. E já que estamos no plano do “quantas vezes”, deveríamos perguntar por quantas vezes já fomos perdoados? E se já fomos perdoados tantas e tantas vezes, outras tantas mais deveríamos perdoar.
É de registrar e destacar que nossa salvação está associada ao princípio da reciprocidade, pois somente se perdoarmos, seremos perdoados.
É verdade que nenhum de nós é perfeito nem nesta área e nem em qualquer outra, mas devemos lutar pelo que devemos ser, esquecer o que passou e avançarmos. É assim o ensinamento de Paulo:
Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.Filipenses 3:12-14.
Imploremos a Deus pela transformação de nossos corações de pedra em corações capazes de perdoar. Que possamos crescer na graça do perdão. É isso que Jesus, que deus sua vida por nós, espera de nós, para que sua morte não tenha sido em vão no nosso caso.
Deus nos abençoe!

sábado, 23 de junho de 2018

O controle da ansiedade

O controle da ansiedade

Izaias Resplandes

E disse [Jesus] aos seus discípulos: Portanto vos digo: Não estejais apreensivos pela vossa vida, sobre o que comereis, nem pelo corpo, sobre o que vestireis. Mais é a vida do que o sustento, e o corpo mais do que as vestes. Considerai os corvos, que nem semeiam, nem segam, nem têm despensa nem celeiro, e Deus os alimenta; quanto mais valeis vós do que as aves? E qual de vós, sendo solícito, pode acrescentar um côvado à sua estatura? Pois, se nem ainda podeis as coisas mínimas, por que estais ansiosos pelas outras? Considerai os lírios, como eles crescem; não trabalham, nem fiam; e digo-vos que nem ainda Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles. E, se Deus assim veste a erva que hoje está no campo e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé? Não pergunteis, pois, que haveis de comer, ou que haveis de beber, e não andeis inquietos. Porque as nações do mundo buscam todas essas coisas; mas vosso Pai sabe que precisais delas. Buscai antes o reino de Deus, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não temais, ó pequeno rebanho, porque a vosso Pai agradou dar-vos o reino. Vendei o que tendes, e dai esmolas. Fazei para vós bolsas que não se envelheçam; tesouro nos céus que nunca acabe, aonde não chega ladrão e a traça não rói. Porque, onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração.Lucas 12:22-34.

Nós queremos muitas coisas. Na verdade, nós gostaríamos de satisfazer todos os desejos de nosso coração e de nossa alma. E podemos ter tudo isso, mas existem coisas muito mais importantes na vida do que o ter. E nós não devemos deixar as coisas essenciais de lado para perseguirmos as secundárias.

O Pregador escreveu: Alegra-te, jovem, na tua mocidade, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade, e anda pelos caminhos do teu coração, e pela vista dos teus olhos; sabe, porém, que por todas estas coisas te trará Deus a juízo. Eclesiastes 11:9.

Devemos conduzir nossa vida de acordo com as nossas possibilidades, para que, amanhã ou depois não venhamos enfrentar dificuldades por conta de qualquer trivialidade da vida, por deleites que poderíamos ter esperado mais um pouco. É assim que Deus deseja nos ver em ação.

Tiago escreveu: De onde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam? Cobiçais, e nada tendes; matais, e sois invejosos, e nada podeis alcançar; combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis. Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites. Tiago 4:1-3.

A palavra-chave para os nossos planos futuros deve ser: necessidade. Devemos buscar aquilo que realmente precisamos, principalmente nos tempos de vacas magras. Se assim o fizermos, teremos asseguradas as bênçãos de Deus.

Assim diz o salmista: NÃO te indignes por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos que praticam a iniquidade. Porque cedo serão ceifados como a erva, e murcharão como a verdura. Confia no Senhor e faze o bem; habitarás na terra, e verdadeiramente serás alimentado. Deleita-te também no Senhor, e te concederá os desejos do teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele o fará. Salmos 37:1-5.

A ansiedade caminha na contramão da paciência, da longanimidade, da confiança… Não devemos colocar o nosso chapéu onde a nossa mão não alcança. Quantas pessoas se afundam em dívidas de onde nunca conseguem mais sair, simplesmente porque não tiveram a paciência de esperar a hora certa! Não devemos seguir o caminho do ansioso, mas o do paciente.

Assim diz o salmista: Esperei com paciência no SENHOR, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor. Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos. Salmos 40:1, 2.

Nós sonhamos muito, quase todos os dias temos novos sonhos. Isso é bom, porque ainda que devamos viver com os pés no chão, também devemos pensar no amanhã. Há uma sabedoria que nos manda vivermos o hoje como se fôssemos morrer amanhã e trabalharmos hoje como se fôssemos viver eternamente.

Não devemos passar fome para pouparmos o alimento para amanhã. Com certeza, se formos obedientes a Deus, ele nos dará o nosso pão de cada dia. Ele não cuida dos animais que vivem no campo! Por que não cuidaria de nós? Mas também não devemos esbanjar ou desperdiçar, jogar fora ou fazer pouco caso daquilo que Deus nos tem dado, porque isso é ofensivo.

José, inspirado por Deus, orientou o Rei do Egito a guardar uma parte dos alimentos para os tempos difíceis que viriam. A orientação de José não é apenas para os egípcios. É uma orientação para todos nós, em todos os tempos.

A vida não é constituída somente de tempos favoráveis. Os tempos difíceis sempre estão batendo às nossas portas. Devemos estar preparados para esses dias, agindo com sabedoria e administrando o nosso patrimônio de tal maneira que tenhamos com que nos socorrer nos dias maus.

O mundo não é nosso, mas foi colocado em nossas mãos para que nós o administrássemos. Ora, qualquer administrador que não for capaz de apresentar bons resultados ao seu patrão a respeito de seus empreendimentos, certamente será substituído. A gente vê isso acontecendo todo dia com os técnicos de futebol que não conseguem levar seus times às vitórias.

Jesus exemplificou como devemos atuar na condição de administradores de seu patrimônio, na parábola dos talentos.

Ele disse que certo homem, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens. E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe. E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles, e granjeou outros cinco talentos. Da mesma sorte, o que recebera dois, granjeou também outros dois. Mas o que recebera um, foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor. E muito tempo depois veio o senhor daqueles servos, e fez contas com eles. Então aproximou-se o que recebera cinco talentos, e trouxe-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que granjeei com eles. E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. E, chegando também o que tinha recebido dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; eis que com eles granjeei outros dois talentos. Disse-lhe o seu senhor: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. Mas, chegando também o que recebera um talento, disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste; E, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu. Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei? Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros e, quando eu viesse, receberia o meu com os juros. Tirai-lhe pois o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos. Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado. Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes. Mateus 25:14-30.

Então é assim que deve ser… Nós devemos trabalhar de forma a obtermos resultados favoráveis com o nosso trabalho. Investirmos com sabedoria, de forma que poderemos crescer. Mas devemos fazer isso sem usura, sem olho grande, sem correria, com muita calma e paciência.

A ansiedade nos tapa o entendimento, a visão e a lógica. E por causa disso nós fazemos besteiras. Nós não estamos sozinhos no mundo. Nós temos a nossa família, que deve ser um suporte para as nossas ações.

A família deve ser consultada, sempre. Não é vergonha pedir conselhos. É sabedoria. Mas devemos pedir conselhos antes de tomarmos qualquer atitude. Depois que fizermos nossas besteiras, só nos resta mesmo arcarmos com as consequências.

É preferível ficarmos chateados porque não recebemos uma ajuda que esperávamos para fazer isso ou aquilo que nós desejávamos, do que agir precipitadamente e depois ficarmos presos com os credores de plantão, sempre prontos para nos oferecer o socorro que vai nos colocar em suas mãos.

Tenhamos fé de que, no tempo certo, com a graça de Deus nós realizaremos os nossos sonhos tão desejados. Até lá, vamos seguindo em oração, estudo, trabalho, economia e administração com sabedoria. Vamos dando um passo de cada vez, sempre sabendo aonde estamos pisando.  É assim que os frutos virão.

Que Deus nos abençoe!

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Viagem ao Reino dos Tubarões


Viagem ao Reino dos Tubarões

Izaias Resplandes de Sousa

Hoje, na aula de articulação no Laboratório de Aprendizagem da Escola Profª Juracy Macêdo, meus alunos Cristyan, João Charles, Hellen, Josinéia e eu fizemos uma viagem pelas águas marítimas, através do ciberespaço internético.
Foi uma aventura espetacular. Após o retorno à terra firme nos fizemos um registro coletivo da viagem. Cada marujo foi relembrando de alguma coisa e eu, como Almirante-Professor fui registrando tudo, tim-tim por tim-tim.


E foi assim o que escrevi...
Na data aprazada de vinte e um de junho de dois mil e dezoito, meus alunos Cristyan, João Charles, Hellen, Josinéia e eu iniciamos uma viagem de faz-de-conta pelas profundezas dos sete mares desconhecidos.
Nós saímos da Escola Juracy Macêdo direto para o Sítio do Pica-pau Amarelo. Dali, em companhia de Pedrinho, Narizinho, Visconde e Emília seguimos até o Reino das Águas Claras, onde pegamos emprestado um dos coches do Príncipe Escamado. E então partimos em nossa aventura através dos mares mais profundos do Brasil e do mundo, à procura dos grandes tubarões.
Como professor, disse-lhes que há  365 espécies de tubarões. E nós vimos vários desses indivíduos. Alguns deles fazem parte das 88 espécies de tubarões que existem no Brasil.


De todos os tubarões que vimos, os mais curiosos, com certeza, foram o tubarão-lanterna anão que media 21 centímetros e o tubarão-baleia que media 12,7 metros. Eles são o menor e o maior tubarão do mundo. Vimos também o tubarão-tigre, o tubarão martelo, o tubarão-elefante, o tubarão da Groelândia, o tubarão-branco, entre outros.
A experiência foi muito legal. A Narizinho ficou muito assustada quando viu o enorme tubarão-baleia. Coitadinha! Desmaiou no coche, bem no colo de Josinéia. Mas logo voltou a si e prosseguimos a viagem marítima.


Conhecemos tubarões que nem sabíamos que existiam. Foi maravilhoso vermos aqueles gigantes carnívoros bem de perto, bem na nossa frente. Também foi muito divertido passear pelos mares, passando no meio  dessa peixarada de todas as cores e tamanhos. Nas comparações que fizemos, eles chegavam a medir quase duas salas de aulas de comprimento e pesavam o equivalente a 238 homens de 1,80 m com peso ideal de 80 kg, aproximadamente. O tubarão-baleia, disse-lhes, pode ultrapassar as 19 toneladas de peso.


Mas, nem tudo foram águas claras. Também tivemos águas turvas. Nós já estávamos voltando para o Reino das Águas Claras, quando nos defrontamos com uma batalha de tubarões e passamos por um grande perigo. Ocorreu que um gigantesco tubarão foi atirado sobre nosso coche e quase nos fez naufragar. A verdade é que naquele tatame marítimo não havia regras. Parecia que era uma luta de todos contra todos. Era tanto tubarão que ficava difícil da gente saber quem estava  lutando contra quem, quem era aliado e quem era inimigo. Mas pudemos ver um tubarão-anjo lutando sozinho contra um enorme tubarão-raia-preta e um grande tubarão-branco. Foi uma luta sangrenta. O tubarão-branco foi abatido, mas o Raia-preta e o Anjo continuaram a briga por muitas horas. Por causa do risco de sermos envolvidos naquela briga, resolvemos ir embora e deixá-los brigando. Retornamos ao Sítio do Pica-pau Amarelo, onde descansamos de nossa aventura. Depois voltamos para a Escola Juracy Macêdo. Mas a história não acabou aqui, porque o João Charles queria mais aventuras e resolveu ficar ali mais uma semana.


Ao chegar na Escola, uma semana depois que saímos do Pica-pau Amarelo, João Charles  contou-nos que logo depois de nossa partida, um tubarão-raia-preta apareceu com uma gangue de tubarões atormentando o Reino das Águas Claras. E então o Príncipe Escamado chamou a turma do Sítio para lutar e ajudar a expulsar os invasores.


A liderança dos exércitos marítimos coube ao Major Agarra e Não Larga Mais. Já as tropas terrestres que foram do Sítio, lutaram sob a liderança do Capitão Pedrinho e dele, João Charles, alçado ao posto de Coronel. Pedrinho levara Quindim, Rabicó, Visconde, Conselheiro e Narizinho. Dona Benta e Tia Nastácia não quiseram ir. João Charles disse que capturou dois tubarões-demônios. Colocou umas focinheiras neles e fê-los galopar com ele de pé sobre eles pela zona de guerra. Disse que se sentia como o próprio Netuno, o Rei dos Mares, tal a sua imponência em cima dos tubarões.


A luta foi vencida e os invasores foram expulsos. Os tubarões-raia-pretas foram abatidos e servidos em um grande churrasco de peixe para o qual foi convidada toda a população do Pica-pau Amarelo e dos reinos marítimos vizinhos.
Em nossa aventura, fui falando sobre os tubarões. Disse aos meninos que eles se alimentam de plancton e de peixes, mas se houver algum ser humano por perto, eles comem também. E que eles podem ser encontrados até dois mil metros de profundidade.
E essa foi a aventura, a qual acabou quando escapuli um grande atchim, tal qual aconteceu com Narizinho, no seu encontro com o Príncipe Escamado e o Mestre Cascudo. É verdade que aumentamos um pouco, mas não é verdade o que dizem, que quem conta um conto, sempre aumenta um ponto?!


Essa foi a nossa história. Quem não gostou que conte outra.

sábado, 16 de junho de 2018

Salada Mista

Salada Mista

Izaias Resplandes de Sousa

Ingredientes para a salada: 1 colher de chá de alho triturado; 1 manga picada; 2 cenouras raladas; 2 rodelas de abacaxi picado; 3 palmitos em rodelas; 5 xícaras de chá de acelga picada. Ingredientes para o molho: 1 laranja em cubos; 1 pote de iogurte; 1 colher de sopa de hortelã fresca picada; 1/2 colher de sopa de sal marinho; 2 colheres de sopa de passas. Modo de Preparo: Misture bem todos os ingredientes do molho. Reserve. Arrume, em uma saladeira, a acelga, o alho, a cenoura, o palmito, a manga e o abacaxi. Misture bem, acrescente o molho e sirva em seguida. Bom apetite.
Muitos de nós gostamos de uma salada mista em nossas refeições. Segundo os nutricionistas, é muito bom nós comermos saladas. Mas é possível que a refeição seja uma das raras exceções à regra, porque, nas diversas situações em geral, as saladas só costumam acarretar problemas. Nessa reflexão, pretendemos mostrar o que a Palavra de Deus nos diz sobre as misturas de um modo geral e sobre as misturas religiosas, de um modo particular. Vejamos…
Quando Deus criou os animais, Ele os fez em casais, macho e fêmea o fez. Mas em relação ao ser humano, inicialmente, Ele criou apenas o homem, Adão. Todavia, de imediato concluiu que não estava bom dessa maneira. “E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele”. Gênesis 2:18. E de lá para cá essa orientação tem sido praticada.
Desde o princípio até os dias atuais, a orientação que a Palavra de Deus dá ao homem é para que ele busque a companhia de uma mulher. Assim diz o texto sagrado: “Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá a sua mulher; e serão dois numa carne”. Efésios 5:31.
A união do casal é a base de sustentação da efetivação e solidificação do casamento. E, considerando que ninguém casa para descasar, faz-se necessário que os nubentes aparem todas as arestas que existir entre eles, antes que digam o sim decisivo. Em que pese observarmos certa banalização do casamento, quando os nubentes decidem fazer testes de convivência com base no “se não certo, divorciamos”, essa não é a orientação mais adequada ao caso.
A vida é muito curta para ficarmos perdendo tempo testando possibilidades. Nossas escolhas, ainda que possam não ser as mais adequadas, devem merecer de nossa parte o máximo de empenho e esforço para que se tornem realidade.
Eu defendo a tese bíblica de que tudo o que Deus fez é bom. Fundamento na própria avaliação divina. “E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã, o dia sexto”. Gênesis 1:31.
O pecado do homem diante de Deus trouxe consequências para toda a criação, mas em que pese as modificações, a essência do plano divino permanece inatacável. E dia virá em que tudo voltará a ser como era antes do homem pecar. É assim a Palavra: “Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora”. Romanos 8:22.
Um plano bom merece ser aprovado. Devemos nos empenhar para colocarmos o plano de Deus em prática, conforme o mesmo está traçado em sua santa Palavra. Nós podemos até decidir de outra forma, entendendo que nossos planos são melhores que os planos de Deus, mas não são. É o Senhor que diz não ser assim: Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor. Isaías 55:8. Os Salmos também afirmam: O Senhor conhece os pensamentos do homem, que são vaidade. Salmos 94:11. E também os provérbios:Há um caminho que parece direito ao homem, mas o seu fim são os caminhos da morte. Provérbios 16:25.
A orientação bíblica é que o homem busque unir-se com uma mulher. Que se entendam. Que caminhem na mesma direção e sentido. Que tenham a mais perfeita comunhão. Assim diz o Pregador:
Há um que é só, e não tem ninguém, nem tampouco filho nem irmão; e, contudo, não cessa do seu trabalho, e também seus olhos não se satisfazem com riqueza; nem diz: Para quem trabalho eu, privando a minha alma do bem? Também isto é vaidade e enfadonha ocupação. Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante. Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só, como se aquentará? E, se alguém prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa.Eclesiastes 4:8-12.
Todos nós precisamos trabalhar para sobrevivermos. No entanto, às vezes pode ocorrer de alguém da família ficar desempregado. E ocorrendo isso, os demais membros da casa assumirão as responsabilidades até que a situação seja normalizada. Já a pessoa que vive sozinha, obrigatoriamente precisa trabalhar. E nem pode se dar ao luxo de escolher o seu trabalho, porque depende dele e somente dele para a sobrevivência de todo dia. Para o sozinho não há folga, a não ser que queira passar privações. Esse é um dos motivos porque devemos nos unir com outras pessoas, como ocorre no casamento, por exemplo.
Nós trabalhamos para nossa família, onde somos uns pelos outros. Mas e aquele que vive sozinho, para quem ele trabalha? Quem ficará com os resultados de seus trabalhos quando ele morrer? É muito ruim a gente saber que poderá morrer a qualquer hora e que não teremos alguém ao nosso lado. Quantos casos a gente ouve falar de pessoas que morreram sozinhas e somente foram encontradas quando já estavam apodrecendo e fedendo? É muito importante que a gente tenha alguém que esteja junto conosco no curso da vida, com quem nós possamos dividir nossas alegrias, tristezas, prazeres e dissabores.
Há um provérbio popular que diz: “A união faz a força!”. Bem, isso é verdade! Podemos quebrar um palito, mas não conseguiremos quebrar facilmente e de uma vez, toda uma caixa de palitos. É por isso que o inimigo, quando quer nos derrotar, procura nos dividir e nos atacar isoladamente. Jesus disse que nenhuma casa dividida subsistirá. Vejamos…
Trouxeram-lhe [a Jesus], então, um endemoninhado cego e mudo; e, de tal modo o curou, que o cego e mudo falava e via. E toda a multidão se admirava e dizia: Não é este o Filho de Davi? Mas os fariseus, ouvindo isto, diziam: Este não expulsa os demônios senão por Belzebu, príncipe dos demônios. Jesus, porém, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: Todo o reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda a cidade, ou casa, dividida contra si mesma não subsistirá. E, se Satanás expulsa a Satanás, está dividido contra si mesmo; como subsistirá, pois, o seu reino? E, se eu expulso os demônios por Belzebu, por quem os expulsam então vossos filhos? Portanto, eles mesmos serão os vossos juízes. Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, logo é chegado a vós o reino de Deus. Ou, como pode alguém entrar na casa do homem valente, e furtar os seus bens, se primeiro não maniatar o valente, saqueando então a sua casa? Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha. Mateus 12:22-30.
Sozinhos e isolados, nós somos fracos. Juntos, somos fortes! Ainda que, às vezes, sentimos grande necessidade de ficarmos sozinhos, devemos atender essa necessidade com muita cautela. Aqueles que se sentem fortes, normalmente afrontam os seus adversários, mas aqueles que se sentem mais fracos armam arapucas para pegar os seus inimigos. Tenhamos cuidado para não cairmos nas arapucas. Evitemos ficar sozinhos. Busquemos a companhia daqueles que se escondem na sombra do Onipotente, conforme diz os Salmos 91 e não caiamos nos laços do passarinheiro.
Quantos cristãos preferem a companhia dos não cristãos, ao invés de seus iguais! Meus queridos! Devemos dar preferência aos irmãos. Se vamos comprar, que a preferência seja para os comércios da irmandade; se nós vamos vender, que primeiro ofereçamos aos irmãos. É preferível pagar mais caro por um produto, mas termos a certeza de que amanhã ou depois nós não seremos enredados em algum processo. O mesmo se pode dizer quanto a ganhar menos.
A mistura com os desiguais não é salutar. Imaginemos um casal. Dia de reunião na igreja, um vai para um rumo e outro para outro rumo. Isso não é casamento. Isso é desunião. E os filhos, seguirão o pai ou a mãe? É bem provável que a nenhum dos dois.
Devemos decidir de pronto o que nós queremos. Não vejo problemas em duas pessoas de orientações diferentes se casarem. Mas, para que sejam felizes e vivam bem é preciso que caminhem na mesma direção.
Quando dois jovens têm orientação espiritual diferenciada, é na fase do namoro que devem procurar se entender e não depois de casados. Após o casamento, os dois serão uma só carne, um só corpo e devem ter uma só cabeça. Assim diz a Bíblia:
Quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo. 1 Coríntios 11:3.
Cabe ao homem a missão de conduzir o corpo após o casamento. Nesse sentido, é antes do casamento que a mulher deve conhecer a orientação que seguirá ao lado de seu marido. Se conhecer e não aprovar, então devem desistir do casamento antes que o mal aconteça, porque divididos não subsistirão.
É preciso que a gente decida o que se quer de uma vez por todas. A vida exige escolhas e decisões devem ser tomadas na hora certa, para não se arrepender depois.
É costume ouvir as pessoas dizendo que tudo o que fala de Deus é coisa boa. Isso não é verdade. Satanás citou a Palavra de Deus quando tentou a Jesus. E ele é o mal. O que torna uma palavra boa ou não é aquele que a pronuncia. Devemos conhecer a vida de quem fala, para ver se tal pessoa vive o que fala ou se é apenas uma faladora que não pratica o que diz.
A vida não é fácil, porque vivemos em um mundo com muitas orientações e temos de decidir o que vamos seguir. Mas precisamos escolher. Diz a Bíblia: Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna. Mateus 5:37.
Quem vive com um pé na estrada e outro fora dela, uma hora ou outra vai se dar mal. Devemos fazer nossas escolhas. Isso não quer dizer que não devemos compartilhar as coisas com pessoas de orientações diferentes. Podemos. Mas, sempre na condição de superior e não como inferior.
A convivência social é muito importante, mas somente será salutar para aquele que for o orientador. Se você tem uma orientação pela Palavra e vai trabalhar com alguém que não tem a mesma orientação, vai acabar se perdendo na prática de atos contrários à sua própria orientação. Se você é patrão, você pode ter pessoas sem a sua orientação religiosa trabalhando com você. Se elas concordam em trabalhar, está tudo bem. Agora, o contrário não é verdadeiro. Assim diz a Palavra:
Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor;E não toqueis nada imundo,E eu vos receberei; E eu serei para vós Pai,E vós sereis para mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso. 2 Coríntios 6:14-18.
A mesma orientação vale para qualquer situação, onde os dois que pretendem se unir, não buscam se unir plenamente, antes da união.
É de destacar ainda sobre a importância de não misturar o espiritual com o material, principalmente quando não houver a faculdade da opção de escolha. Exemplifico.
Em uma associação há pessoas de diferentes orientações espirituais. Nesse sentido, a referida associação deve evitar o envolvimento com as atividades de caráter religioso, ou então liberar os seus membros das obrigações a esse respeito. Se não houver essa possibilidade, então não há a possibilidade da convivência nessa sociedade. As entidades de caráter não religioso devem orientar-se nesse sentido.
O fato de alguém não participar de atividades de caráter religioso não significa que tal pessoa esteja condenando tais atividades, mas sim, que não deseja participar delas. E isso deve ser respeitado, sob pena de se minar a convivência entre essas pessoas.
Ao concluir, queremos dizer que a mistura somente é salutar na salada mista de nossas refeições. Nas demais questões é importante que nos guiemos pela pureza de nossos relacionamentos, sob pena de vivermos em conflitos eternos. Devemos buscar a paz e o entendimento e não o litígio e a guerra.
Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor. Hebreus 12:14.
Deus nos abençoe!