domingo, 2 de abril de 2017

Há 29 anos...

HÁ 29 ANOS...
Izaias Resplandes
Nova Diretoria da UPE, eleita para o período 2017/2018: Presidente: Izaias Resplandes de Sousa, 1º Vice-Presidente: João de Souza. 2º Vice-Prsidente: Edinaldo Pereira de Sousa. Secretário: Kautuzum de Araújo Coutinho. Tesoureiro: Gaudêncio Filho Rosa de Amorim.
Há 29 anos, em 31 de março de 1988, nascia a União Poxorense de Escritores (UPE). E então, éramos sete companheiros puxando a fila de alistados que prosseguiu a partir dali “em defesa da arte e da cultura” de Poxoréu: Aquilino Sousa Silva, Joaquim Moreira, Genivá Bezerra, Kautuzum de Araújo Coutinho, Enir Arge Conceição, João de Souza e Izaias Resplandes de Sousa. Uma fila que cresceu e decresceu, mas que não desapareceu e que até hoje permanece como um esteio de aroeira fincado no solo poxoreano.
João de Sousa, Izaias Resplandes, Luís Carlos Ferreira, Márcia Lorenzon, Gaudêncio Amorim e Kautuzum Coutinho
Não é por acaso que sete é o número da totalidade e da perfeição. Sete foram os garimpeiros que descobriram Poxoréu e sete foram os upeninos fundadores da União Poxorense de Escritores. Se começamos bem, só poderemos acabar se for tão bem, também!
Que os upeninos se orgulhem de sua UPE. Se orgulharem dessa terra, orgulhem-se também dessa filha que nasceu para garantir que essa mãe pátria gentil, Poxoréu, “a estrela que veio lá do céu”, seja sempre bem-aventurada nos quatro cantos do Brasil.
Luís Carlos, Izaias Resplandes, Márcia Nunes, João de Sousa, Paula e Rosana
Vimos muitas organizações sociais nascerem aqui em Poxoréu durante o breve tempo de 40 anos que estamos pisando no solo poxoreano. Vimos também vários projetos espetaculares sendo engendrados para serem executados aqui entre nós. Aplaudimos a tudo isso com entusiasmo. E lamentamos que tais disponibilidades fossem movidas a fogo de palha, e que por isso tenham desaparecido do cenário ativo com a mesma aceleração que apareceram. Muitas delas não permaneceram porque foram criados para um objetivo imediato e, uma vez cumpridos aqueles objetivos, não tiveram mais razão para continuar existindo.
Em nenhum momento, a UPE foi pensada para conter um grande grupo. Pelo contrário. A ideia sempre foi ser um grupo pequeno, mas que fosse coeso com os propósitos estabelecidos. Entendíamos que sozinhos sempre seríamos fracos, mas que, unidos, poderíamos nos fortalecer mutuamente. E assim tem sido ao longo desses 29 anos de existência.

 Os upeninos se tornaram muito mais que membros de uma Academia Literária. Formaram uma família. Podem ter certeza de que temos muito mais cumplicidades do que a maioria das famílias. O tempo nos fez irmãos. Irmãos pela arte, irmãos pela cultura, irmãos por Poxoréu e irmãos por nós mesmos.
É por isso que estamos aqui até hoje, porque nós somos nós. Não somos fruto de fantasias e ilusões. Nós sempre vivemos com os pés no chão, na realidade, no dia a dia, fazendo pouco (como muitos dizem), mas sempre fazendo. Um exemplo disso é o nosso encontro no rádio, o “Momento de Arte e Cultura” que está no ar desde 1988, até hoje, veiculando o debate, as ideias, os fatos, a arte e tudo o mais que constitui a cultura de Poxoréu. Outro exemplo é o Recital de Poesias que também fazemos desde aqueles tempos e que já proporcionou momentos de grande alegria e satisfação para todos os que participaram como intérpretes e para os que participaram como espectadores da genialidade dos talentos que essa “terrinha pôs nos palcos como artistas”.
De verso em verso e de prosa em prosa temos escrito as crônicas do cotidiano poxorense. Hoje podemos dizer com a boca cheia: Yes, nós temos memória! Sim, nós temos porque resgatamos, escrevemos, registramos e publicamos o que temos visto e ouvido, tanto do dia a dia em que vivemos, como do passado que ficou sem registro, mas que ainda conseguimos recuperar.
É possível que algum dia a UPE também venha sucumbir na inoperância. Os upeninos estão envelhecendo. A maioria está de cabelos brancos. Apesar de que, em quase todos os anos temos convidado novos integrantes para se filiarem conosco, não temos sido muito exitosos na formação de um novo quadro de upeninos ativos, do naipe desses que estiveram na entidade nas três últimas décadas.
Muitos manifestam o desejo de pertencer aos quadros da UPE, mas não conseguem se identificar com o que fazer upenino. Como já dissemos em outra oportunidade, todos querem as glórias, mas poucos aceitam as responsabilidades que elas impõem.


 A UPE não é festa, não é farra. A UPE é trabalho e aquele que deseja fazer parte de seus quadros, também deve estar disposto a trabalhar. Primeiro, nós trabalhamos; depois, nos alegramos.
A UPE também não foi criada para arrecadar dinheiro, nem público e nem privado, como a maioria das organizações sociais. Os upeninos são altruístas e filantropos.  A maioria de seus projetos é custeada com recursos dos próprios membros. Mas, como o grupo se dispõe também a realizar projetos que são de natureza e responsabilidade pública, é evidente que a entidade não dispensa as parcerias píblico-privadas para realizá-los. Nessa hora nós nos tornamos parceiros do Poder Público e ainda fazemos gestão junto aos nossos amigos da sociedade para que também participem.
É interessante destacar que a UPE não tem mais responsabilidade por fazer e realizar qualquer projeto cultural, do que qualquer outro cidadão ou organização social. Nos nossos projetos pessoais nós somamos esforços entre nós mesmos para viabilizá-los. E nos projetos públicos e sociais, nós sempre estendemos as nossas mãos para ajudar a realizar.
Sim, podemos não ter muito para ajudar; podemos não ser muitos para fazer; mas, que ninguém diga que nós somos omissos, por que jamais puxamos o tapete de alguém, bem como jamais deixamos de participar de qualquer projeto, sempre que fomos chamados por outros.
Isso é a União Poxorense de Escritores, que nesta data de 31 de março de 2017 está aniversariando, completando 29 anos de existência nas terras de Poxoréu, MT.
Ao ensejo da data, cumprimentamos os nossos pares, abraçando a cada um com ardor, reforçando o valor da nossa amizade uns pelos outros e, principalmente, por nossa querida e amada Poxoréu. Que venham os trinta! Obrigado.

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