quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Décimo Recital de Poesias do SESC-LER de Poxoréu - MT

A poesia não envelhece. Seu encanto é eterno, como eterna é a alma do poeta.
 Muitas poesias já foram maravilhosamente interpretadas nos recitais do SESC-LER Poxoréu, MT, cuja salão social, nos últimos dez anos, nesta mesma data, sempre respirou a poesia upenina. 
Agradecemos a todos aqueles que têm organizado, preparado e realizado esse Recital de Poesias de autores poxorenses. 
O que vocês fazem não é apenas uma homenagem à poesia, mas especialmente à poesia e literatura poxoreana. 
Como disse Gonçalves Dias: "Todos cantam sua terra, também vou cantar a minha". 
Se nós vamos cantar, seja em verso, seja em prosa, cantemos Poxoréu, essa terra dadivosa, da qual o poeta escreveu: "Se Deus, brasileiro nasceu, por certo que foi teus céus, [Poxoréu], o berço que escolheu". Upenino Izaias Resplandes

Desde o ano de 2005 a Unidade SESC-LER de Poxoréu realiza um recital de poesias nessa data memorável de 17 de dezembro. Neste ano, não foi diferente. 
Sob a Coordenação da Profª Paula (de verde, na foto ao lado), os alunos da Unidade desfilaram pelo palco, declamando com alegria as poesias upeninas, prestando sua homenagem não somente à poesia, mas principalmente à poesia dos autores poxorenses, hoje reunidos na guarida da UPE - União Poxorense de Escritores.
O cerimonial ficou a cargo da Profª Rosa Rocha, que desempenhou seu papel de forma brilhante, fazendo inteligentes introdução sobre cada uma das apresentações realizadas pelos alunos.

Dentre as poesias declamadas destacamos "Centro Juvenil", do Notável poeta Luiz Carlos Ferreira, onde homenageia os salesianos que durante várias décadas prestaram serviços à juventude de Poxoréu, no Centro Juvenil, tais como Mestre Armando Catrana, Pe. Clemente, Mestre Marquez, entre outros. Além dessa, foram declamadas muitas outras poesias de Luiz Carlos, todas notáveis e amorosamente interpretadas pelos alunos do SESC-LER Poxoréu.

A poesia do Notável poeta Gaudêncio Filho Rosa de Amorim também foi celebrada no Recital. Dentre as diversas que foram apresentadas, destacamos "Drogas, não!", onde o autor fala das consequências que as drogas podem acarretar, deixando em seu final a forte mensagem; "Drogas, não". O poema foi muito bem interpretado.
Também foram apresentadas poesias de Márcia Nunes, como por exemplo, "Meus Pais", em que ela homenageia seus genitores Albertino e Adelina. Interpretação emocionante.
De Edinaldo Pereira de Sousa, destacamos a interpretação alegre e descontraída de seu poema "A Bola".

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De Wallace Rodolfo, o destaque fica a poesia "a lição da formiga"; 



De Zenaide Mendonça Farias, destacamos o poema "Medo". 
E, de Izaias Resplandes, foi muito bem declamada pelo aluno acima, a poesia "A morte do Areia", escrita em 1987, inscrita no Concurso Literário de Verso e Prosa promovido pela municipalidade naquele ano, por ocasião do aniversário de Poxoréu.
Dentre os intérpretes adultos destacamos Luís Tremura, na foto ao lado, um dos organizadores da Escola de Samba Estrela D'Alva e Laudelina Magalhães da Silva, que sempre declama poesias de sua autoria.

A poetisa Laudelina escreve a transmite em simplicidade de alfabetizanda, as  mensagens que tem escrito como decorrência de sua alfabetização no SESC-LER Poxoréu, MT.
Ela se encanta com o Recital.
Ao final do evento a Coordenadora do SESC-LER Poxoréu agradeceu a todos, especialmente aos upeninos presentes" pela presença e pelo incentivo ao trabalho anualmente realizado pela unidade.
Falando pela UPE, o Prof. João de Sousa deixou sua mensagem, parabenizando a todos pela realização do evento.

sábado, 13 de dezembro de 2014

Uma nova visão de mundo

Prof. Izaias Resplandes de Sousa

“Holístico vem do grego “holos”, que significa totalidade; é a compreensão da realidade a partir de totalidades integradas que não podem ser reduzidas a unidades menores”[i].


Não há dúvida de que a compreensão do mundo seja polissêmica, quando se pensa em leituras globalizadas e especializadas. Uma é a leitura do todo e outras, bem diferentes, são as leituras das partes, ainda que a leitura destas, quando o todo possibilitar a dissecação, possa contribuir para uma ampliação exponencial do todo, quando também possível for a reintegração das partes examinadas ao todo original.
Leia mais em: 


[i] CAPRA, Fritjof. O ponto de mutação, 1982, p. 8.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

São Pedro, onde Poxoréu nasceu

Professor João de Sousa lança seu primeiro livro de história: São Pedro, onde Poxoréu nasceu.

O evento foi prestigiado pela sociedade poxorena. Aconteceu na sede social da ASSEMP, em Poxoréu, MT.
Osmar do Nascimento e sua esposa Sandra Moraes
Amigos e familiares compareceram à noite de autógrafos.

João de Sousa e Mundica
Professor João de Sousa, meu mestre em Matemática, no início dos anos oitenta, na EE. Pe. César Albisetti, em Poxoréu, MT; dedicado pesquisador e inquiridor incansável sobre as raízes históricas do município de Poxoréu; grande admirador da obra literária de Joaquim Moreira ao qual apoiou na publicação de seu livro “No meio das pedras há diamantes” (2005); de espírito incentivador aos novos talentos da literatura poxoreana, também nos apoiou na publicação de nosso primeiro livro, intitulado “Saudades e Melancolias” (1987), escrito em co-autoria com Gaudêncio Filho Rosa de Amorim e Kautuzum Araújo Coutinho, que seu irmão José Alencar publicou em sua pequena tipografia, a Gráfica e Editora Aurora, a qual ficava no final da Rua Mato Grosso, já quase chegando às barrancas do Córrego Bororo, bem próximo à esquina com a Rua Bahia, no centro histórico de Poxoréu; redator do jornal “A Voz de Poxoréu” e nosso companheiro na fundação da UPE - União Poxorense de Escritores (31/03/1988) – eis o autor de “São Pedro, onde Poxoréu nasceu... e a euforia chegou ao fim!”.

Este livro é um livro para ser lido de um fôlego só, porque não dá para interromper a aventura. A gente lê um parágrafo e já fica imaginando o que vem nos demais; lê uma página e já começa a mentalizar as próximas; e assim, de capítulo em capítulo, o autor vai nos conduzindo pelas veredas do rio São Pedro, dos córregos Sete e Pombas, bem como das demais vertentes que gestaram diamantes de valor incalculável e que se espalharam pelo mundo afora como missionários e embaixadores da fortuna desta terra mato-grossense, altaneiramente balizada pelo pico do majestoso morro da Mesa.

 É uma obra de inestimável valor histórico, pela qual o autor pretende encaminhar outros inquisidores aos mistérios soterrados nas regiões garimpeiras de São Pedro, Poxoréu e adjacências, mas que vai muito além de uma simples introdução a novas pesquisas. O livro tem sua própria identidade. Cumpre o papel histórico do autor em somar esforços com seus confrades upeninos (membros da UPE) na “defesa da arte e da cultura” de Poxoréu – eis a crítica da obra.

A narrativa parte do desbravamento da região leste de Mato Grosso, mostra em detalhes a concepção de São Pedro, uma povoação que sentiu o pulsar forte de aproximadamente três mil garimpeiros, que teve o esplendor das grandes e preciosas gemas diamantíferas que foram arrancadas de suas entranhas e que, em pouco mais de três anos de existência, por fatores naturais e também acidentais, entrou em declínio, terminando por desaparecer das margens do rio São Pedro, há poucas léguas da atual cidade de Poxoréu, para onde afluiu a maioria de seu povo, a partir de 1927, quando foi arrasada por um grandioso incêndio – eis aí a obra “São Pedro, onde Poxoréu nasceu... e a euforia chegou ao fim!”.
Eis aí um monumento literário aos garimpeiros são-pedrenses, que viveram, que laboraram, que enriqueceram, que sofreram e que morreram pelo amor à aventura nos berços “onde Poxoréu nasceu”, cuja “euforia”, somente nos braços inertes da morte poderia chegar ao fim – eis uma aventura de vida e morte de uma cidade garimpeira.
Izaias Resplandes de Sousa, advogado,

professor e escritor mato-grossense, co-fundador da UPE.  

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Lagos de Rocha - Poesia


LAGOS DE ROCHA*
                                                                       Gaudêncio Amorim
I
Quando se é jovem na aurora da existência
Os sonhos se amontoam em profusão
Até se consolidar na firme vocação
Daquilo que, realmente, se pretende na vida
E não há prazer melhor que a experiência
Quando repousa n´alma a consciência
A certeza de uma árdua tarefa cumprida

II
E com que zelo e gozo desvarios
Quem do seio da mocidade
Alcançou a incerta posteridade
Feliz dos modos e escolhas que fez
Pois, poderá desfrutar dos amores
Sem o ávido desprazer dos rumores
Das pedras ao leu em desatina intrepidez.

III
Mais feliz do que alcançar a felicidade
É se prender a um valor na vida
Numa filosofia clara, bem definida
Na inequívoca identidade de um Ser.
Mais importante do que viver ensinando
O saber a quem estiver precisando
É ensinar os outros a viver

IV
E foi este o sacerdócio de uma vida
Que escolheste ou por ela escolhida
Qual botão que não se desprende da flor
E embalde a caminhada numa missão
Chegaste ao fim, com rara devoção,                                           
Na mais límpida mensagem de amor

V
Orgulha-te do feito alcançado, a glória enfim
Na luta dos desiguais - a concorrência
Sob a insígnia e láurea da competência
Altaneiros e impávidos na moldura da história
O teu nome é o que enriquece a sua gente
Que em qualquer tempo presente
Será relíquias de uma ditosa memória

VI
Pois, de tantas alternativas de projetos
Nos sonhos indeléveis, o furor
Na mais nobre das profissões, o professor
E no mais rico laboratório de ambiência.
Nesta cátedra, não deixaste apenas e afinal
O trabalho e o sucesso de uma profissional
 Mas, as marcas de toda uma existência

VII
Obrigado!, Mil vezes obrigado e se pudesse
Escalaria o mais alto planalto
Para escrever seu nome lá no alto
Qual Morro da Mesa, lá de cima desabrocha
E ficaria admirando-o pisca-piscando
Qual tocha viva seu povo iluminando
Na sua grandeza: Leda Figueiredo Rocha.


* Para Leda Figueiredo Rocha, na sua despedida de uma vida dedicada a educação.