quarta-feira, 7 de março de 2012

Oito de Março de 2012


AO DIA INTERNACIONAL DA MULHER
Upenino Gaudêncio Filho Rosa de Amorim
                                       
A vida tem símbolos, gratas representações
Ícones do desejo, de vocação e de fé.
Que aquece na centelha das emoções
O encantamento original de uma mulher.

Ela é a vida que renasce das entranhas
E que ao mundo dá encanto e sentido
E, suave, repara dores ínfimas ou tamanhas
De um coração em lamentos reprimidos.

É um rouxinol que, sem cantar, seduz
Cantando, embalsama a mais doce emoção
É um ser que, sem amor, reluz
E quando ama, encarcera um coração.

A mulher, porque vinda da costela de Adão
Celebra a vida no seu melhor traço
Ao contrário, se vinda do coração
...Seria anjo e levitaria no espaço.

Ela é a luz que, sem brilho, encanta e cintila
E quando mais brilhante adormece o horizonte
É o sereno que, sem o sol, brilha,
Molhado e escuro - é um arco-íris na fonte
 
Ela é o espírito que, sem luz, a dor consome
Iluminada - é uma cachoeira de sublimes véus
É uma voz que, sem eco, adormece os homens
E falando - é um coro de anjos que encanta os céus

É o caminho que, sem direção, é aviso
E, visionária, nos leva a quaisquer lugares
É a alma pecadora que, sem pecar, leva ao paraíso
Pecando, é a vigília em orações dos altares

É a vontade que sem querer atiça o desejo
E, querendo, enlouquece uma alma, perdidamente.
É o tato que, sem se tocar, umedece o beijo
E tocando, é um vendaval de suspiros eloqüentes.

É uma fotografia que, por si, se revela
O Uirapuru que adormece as cantigas de roda
A mulher parada é uma pintura em tela
Quando andando – é um desfile de modas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário