AO DIA INTERNACIONAL DA MULHER
Upenino Gaudêncio Filho Rosa de Amorim
A vida tem símbolos, gratas representações
Ícones do desejo, de
vocação e de fé.
Que aquece na centelha das
emoções
O encantamento original de
uma mulher.
Ela é a vida que renasce
das entranhas
E que ao mundo dá encanto
e sentido
E, suave, repara dores
ínfimas ou tamanhas
De um coração em lamentos
reprimidos.
É um rouxinol que, sem
cantar, seduz
Cantando, embalsama a mais
doce emoção
É um ser que, sem amor,
reluz
E quando ama, encarcera um
coração.
A mulher, porque vinda da
costela de Adão
Celebra a vida no seu
melhor traço
Ao contrário, se vinda do
coração
...Seria anjo e levitaria
no espaço.
Ela é a luz que, sem
brilho, encanta e cintila
E quando mais brilhante
adormece o horizonte
É o sereno que, sem o sol,
brilha,
Molhado e escuro - é um
arco-íris na fonte
Ela é o espírito que, sem
luz, a dor consome
Iluminada - é uma
cachoeira de sublimes véus
É uma voz que, sem eco,
adormece os homens
E falando - é um coro de
anjos que encanta os céus
É o caminho que, sem
direção, é aviso
E, visionária, nos leva a
quaisquer lugares
É a alma pecadora que, sem
pecar, leva ao paraíso
Pecando, é a vigília em
orações dos altares
É a vontade que sem querer
atiça o desejo
E, querendo, enlouquece
uma alma, perdidamente.
É o tato que, sem se
tocar, umedece o beijo
E tocando, é um vendaval
de suspiros eloqüentes.
É uma fotografia que, por
si, se revela
O Uirapuru que adormece as
cantigas de roda
A mulher parada é uma
pintura em tela
Quando andando – é um
desfile de modas.