terça-feira, 31 de março de 2020

Portais da história


Portais da história


Izaias Resplandes de Sousa




Poxoréu nasceu como terra de oportunidades. E, com certeza, foi oportunidade para os plantadores de cidades que vieram ao seu território como garimpeiros, como bravos “soldados sem farda”, armados de peneiras, carumbés e outras armas do gênero, que penetraram em suas entranhas, desde 1924, desde João Airenas Teixeira até os dias atuais, “em busca do ouro, diamante ou xibiu”, tão decantados na “minha doce Poxoréu”, de Aurélio Miranda e  que ambicionavam suas riquezas, fossem elas quais fossem. 



Sim! Poxoréu foi para os garimpeiros pioneiros e seus descendentes, bem como para outros tantos desbravadores que também sonhavam com a fortuna fácil, uma terra de oportunidades. E ainda que a grande maioria não ficou rica com as riquezas minerais nela encontradas, eles formaram fileiras sem fim, de pessoas felizes que sempre consideraram Poxoréu como o melhor lugar do mundo para se viver, criar raízes, constituir famílias, criar filhos, fazer política, jogar futebol, compor e declamar poesias, ser feliz e fazer história. 



É, Poxoréu! Seus verdadeiros diamantes não eram as pedras brilhantes tão cobiçadas, mas sim, os homens que se ergueram no meio daquelas pedras e construíram a sua fama, a sua saga e a sua epopeia. Joaquim Moreira, o seu príncipe poeta, estava certo ao dizer que “no meio das pedras há diamantes”, porque, verdadeiramente há e sempre haverá. E esses diamantes de Poxoréu são seus filhos e amigos ilustres que lhe dão brilho e esplendor. São aqueles que se orgulham de não apenas desfraldar por onde passam, a sua gloriosa bandeira, mas também em exaltar e proclamar a sua saudade e ansiedade de voltar para os braços aconchegantes de sua terra natal.



A linda Poxoréu, uma cidadezinha aparentemente sem graça, que brotou dos monchões e grupiaras do vale circundado pelas águas dos rios Areia, Bororo e Poxoréu, pode ser tudo, menos sem graça, pois, com seus encantos, conquistou uma plêiade de homens e mulheres, apaixonados e amantes, que se vão, mas que sempre voltam para outra vez abraçá-la e beijá-la. E para esse cenário tão rico de oportunidades, vieram tantos e tantos escritores, mas que apesar desses tantos nunca foram capazes de exaurir os seus mistérios, as suas lendas, os  seus mitos e suas histórias igualmente tantas. Cada um deles veio com um talento diferenciado, mas todos puderam beber do mesmo cálice que lhes foi oferecido de forma singular pela velha musa inspiradora. E assim, letra por letra, palavra por palavra, eles vêm, ao longo do tempo, compondo e escrevendo as páginas de sua existência. E tem demonstrado que também são brilhantes aptos a fazerem parte do seu “picuá de histórias”, pois também são como os diamantes de Poxoréu, com nome, sobrenome e renome. E assim e assim, eles têm sido aceitos e recebidos. E na medida que cada um tem chegado, seja na União Poxorense de Escritores, seja no Instituto Histórico e Geográfico de Poxoréu, esses homens têm contribuído para trazer, a cada ano, novos registros para aumentar, ainda mais, o brilho de sua memória e de sua história.



Parabéns, Poxoréu! Parabéns aos 32 anos da União Poxorense de Escritores e aos 5 anos do Instituto Histórico e Geográfico de Poxoréu. Parabéns aos notáveis escritores que formam o acervo principal dessas instituições. É assim que se ama, é assim que se admira, é assim que se faz. Viva Poxoréu! E viva a cada um de seus ilustres escritores, os quais, com a firmeza e a tenacidade dos diamantes vêm lutando para se tornarem os portais de sua história. para os olhares curiosos do mundo.



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Izaias Resplandes de Sousa, escritor, advogado, pedagogo e professor e Matemática é sócio-fundador da UPE - União Poxorense de Escritores e do IHG - Instituto Histórico e Geográfico de Poxoréu, onde ocupa a cadeira nº 7.

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