Portais
da história
Izaias
Resplandes de Sousa
Poxoréu
nasceu como terra de oportunidades. E, com certeza, foi oportunidade
para os plantadores de cidades que vieram ao seu território como
garimpeiros, como bravos “soldados sem farda”, armados de
peneiras, carumbés e outras armas do gênero, que penetraram em suas
entranhas, desde 1924, desde João Airenas Teixeira até os dias
atuais, “em busca do ouro, diamante ou xibiu”, tão decantados na
“minha doce Poxoréu”, de Aurélio Miranda e que
ambicionavam suas riquezas, fossem elas quais fossem.
Sim!
Poxoréu foi para os garimpeiros pioneiros e seus descendentes, bem
como para outros tantos desbravadores que também sonhavam com a
fortuna fácil, uma terra de oportunidades. E ainda que a grande
maioria não ficou rica com as riquezas minerais nela encontradas,
eles formaram fileiras sem fim, de pessoas felizes que sempre
consideraram Poxoréu como o melhor lugar do mundo para se viver,
criar raízes, constituir famílias, criar filhos, fazer política,
jogar futebol, compor e declamar poesias, ser feliz e fazer
história.
É,
Poxoréu! Seus verdadeiros diamantes não eram as pedras brilhantes
tão cobiçadas, mas sim, os homens que se ergueram no meio daquelas
pedras e construíram a sua fama, a sua saga e a sua epopeia. Joaquim
Moreira, o seu príncipe poeta, estava certo ao dizer que “no meio
das pedras há diamantes”, porque, verdadeiramente há e sempre
haverá. E esses diamantes de Poxoréu são seus filhos e amigos
ilustres que lhe dão brilho e esplendor. São aqueles que se
orgulham de não apenas desfraldar por onde passam, a sua gloriosa
bandeira, mas também em exaltar e proclamar a sua saudade e
ansiedade de voltar para os braços aconchegantes de sua terra natal.
A
linda Poxoréu, uma cidadezinha aparentemente sem graça, que brotou
dos monchões e grupiaras do vale circundado pelas águas dos rios
Areia, Bororo e Poxoréu, pode ser tudo, menos sem graça, pois, com
seus encantos, conquistou uma plêiade de homens e mulheres,
apaixonados e amantes, que se vão, mas que sempre voltam para outra
vez abraçá-la e beijá-la. E para esse cenário tão rico de
oportunidades, vieram tantos e tantos escritores, mas que apesar
desses tantos nunca foram capazes de exaurir os seus mistérios, as
suas lendas, os seus mitos e suas histórias igualmente tantas.
Cada um deles veio com um talento diferenciado, mas todos puderam
beber do mesmo cálice que lhes foi oferecido de forma singular pela
velha musa inspiradora. E assim, letra por letra, palavra por
palavra, eles vêm, ao longo do tempo, compondo e escrevendo as
páginas de sua existência. E tem demonstrado que também são
brilhantes aptos a fazerem parte do seu “picuá de histórias”,
pois também são como os diamantes de Poxoréu, com nome, sobrenome
e renome. E assim e assim, eles têm sido aceitos e recebidos. E na
medida que cada um tem chegado, seja na União Poxorense de
Escritores, seja no Instituto Histórico e Geográfico de Poxoréu,
esses homens têm contribuído para trazer, a cada ano, novos
registros para aumentar, ainda mais, o brilho de sua memória e de
sua história.
Parabéns,
Poxoréu! Parabéns aos 32 anos da União Poxorense de Escritores e
aos 5 anos do Instituto Histórico e Geográfico de Poxoréu.
Parabéns aos notáveis escritores que formam o acervo principal
dessas instituições. É assim que se ama, é assim que se admira, é
assim que se faz. Viva Poxoréu! E viva a cada um de seus ilustres
escritores, os quais, com a firmeza e a tenacidade dos diamantes vêm
lutando para se tornarem os portais de sua história. para os olhares
curiosos do mundo.
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Izaias
Resplandes de Sousa, escritor, advogado, pedagogo e professor e
Matemática é sócio-fundador da UPE - União Poxorense de
Escritores e do IHG - Instituto Histórico e Geográfico de Poxoréu,
onde ocupa a cadeira nº 7.