quinta-feira, 2 de abril de 2020

Bruno Marini, um dos homens do Hospital




O Hospital e Maternidade São João Batista, em Poxoréu, MT, é uma dádiva de numerosas almas gentis, que abriram seus corações para a generosidade, doando uma parte de si e de seus bens, em favor daqueles que vivem nesta cidade, fossem ricos ou pobres, assistidos ou não. O Hospital, pronto-socorro do povo de Poxoréu e região, sempre foi socorrido por pessoas que agiram no espírito de Cristo, tiveram misericórdia, estenderam suas mãos e doaram. As almas generosas que se ocultam em sua memória são tantas, que poderíamos pecar por omissão ao tentar relacioná-las. E, na verdade, elas nunca fizeram questão de aparecerem. Em sua grande maioria, fazem parte daquele grupo que escondem uma mão para que esta não veja o que a outra está fazendo. Seu prazer está em servir ao próximo, em fazer o bem, em exercer a misericórdia e em diminuir a desigualdade social.
O italiano Bruno Marini é uma daquelas almas anônimas das quais falamos em nosso poema “O Homem do Hospital”. É uma alma gentil que sempre recebeu da juventude e do povo de Poxoréu, um carinho todo especial, desde 25 de julho de 1971, quando visitou Poxoréu pela primeira vez, na condição de voluntário da Operação Mato Grosso. Nascido em Bagnolo Mella, Itália, em 18/03/1948, poxorense de coração, faleceu ontem, 01/04/2020, em sua terra natal, a Itália, vitimado pela pandemia do coronavírus, confirmada hoje, 02/04/2020. Se a Itália perdeu um cidadão, Poxoréu perdeu um filho, uma alma e um coração que sempre lhe devotou um grande e profundo amor.



terça-feira, 31 de março de 2020

Portais da história


Portais da história


Izaias Resplandes de Sousa




Poxoréu nasceu como terra de oportunidades. E, com certeza, foi oportunidade para os plantadores de cidades que vieram ao seu território como garimpeiros, como bravos “soldados sem farda”, armados de peneiras, carumbés e outras armas do gênero, que penetraram em suas entranhas, desde 1924, desde João Airenas Teixeira até os dias atuais, “em busca do ouro, diamante ou xibiu”, tão decantados na “minha doce Poxoréu”, de Aurélio Miranda e  que ambicionavam suas riquezas, fossem elas quais fossem. 



Sim! Poxoréu foi para os garimpeiros pioneiros e seus descendentes, bem como para outros tantos desbravadores que também sonhavam com a fortuna fácil, uma terra de oportunidades. E ainda que a grande maioria não ficou rica com as riquezas minerais nela encontradas, eles formaram fileiras sem fim, de pessoas felizes que sempre consideraram Poxoréu como o melhor lugar do mundo para se viver, criar raízes, constituir famílias, criar filhos, fazer política, jogar futebol, compor e declamar poesias, ser feliz e fazer história. 



É, Poxoréu! Seus verdadeiros diamantes não eram as pedras brilhantes tão cobiçadas, mas sim, os homens que se ergueram no meio daquelas pedras e construíram a sua fama, a sua saga e a sua epopeia. Joaquim Moreira, o seu príncipe poeta, estava certo ao dizer que “no meio das pedras há diamantes”, porque, verdadeiramente há e sempre haverá. E esses diamantes de Poxoréu são seus filhos e amigos ilustres que lhe dão brilho e esplendor. São aqueles que se orgulham de não apenas desfraldar por onde passam, a sua gloriosa bandeira, mas também em exaltar e proclamar a sua saudade e ansiedade de voltar para os braços aconchegantes de sua terra natal.



A linda Poxoréu, uma cidadezinha aparentemente sem graça, que brotou dos monchões e grupiaras do vale circundado pelas águas dos rios Areia, Bororo e Poxoréu, pode ser tudo, menos sem graça, pois, com seus encantos, conquistou uma plêiade de homens e mulheres, apaixonados e amantes, que se vão, mas que sempre voltam para outra vez abraçá-la e beijá-la. E para esse cenário tão rico de oportunidades, vieram tantos e tantos escritores, mas que apesar desses tantos nunca foram capazes de exaurir os seus mistérios, as suas lendas, os  seus mitos e suas histórias igualmente tantas. Cada um deles veio com um talento diferenciado, mas todos puderam beber do mesmo cálice que lhes foi oferecido de forma singular pela velha musa inspiradora. E assim, letra por letra, palavra por palavra, eles vêm, ao longo do tempo, compondo e escrevendo as páginas de sua existência. E tem demonstrado que também são brilhantes aptos a fazerem parte do seu “picuá de histórias”, pois também são como os diamantes de Poxoréu, com nome, sobrenome e renome. E assim e assim, eles têm sido aceitos e recebidos. E na medida que cada um tem chegado, seja na União Poxorense de Escritores, seja no Instituto Histórico e Geográfico de Poxoréu, esses homens têm contribuído para trazer, a cada ano, novos registros para aumentar, ainda mais, o brilho de sua memória e de sua história.



Parabéns, Poxoréu! Parabéns aos 32 anos da União Poxorense de Escritores e aos 5 anos do Instituto Histórico e Geográfico de Poxoréu. Parabéns aos notáveis escritores que formam o acervo principal dessas instituições. É assim que se ama, é assim que se admira, é assim que se faz. Viva Poxoréu! E viva a cada um de seus ilustres escritores, os quais, com a firmeza e a tenacidade dos diamantes vêm lutando para se tornarem os portais de sua história. para os olhares curiosos do mundo.



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Izaias Resplandes de Sousa, escritor, advogado, pedagogo e professor e Matemática é sócio-fundador da UPE - União Poxorense de Escritores e do IHG - Instituto Histórico e Geográfico de Poxoréu, onde ocupa a cadeira nº 7.

UPE 32 ANOS


UPE 32 ANOS



Izaias Resplandes de Sousa




E então, a UPE - União Poxorense de Escritores, fundada em 31 de março de 1988, completou 32 anos de existência.



Foram longos anos de lutas para colocar Poxoréu no mapa cultural do Brasil. Sabemos que fizemos pouco, mas temos consciência de que fizemos o que foi possível fazer no desenvolvimento de uma unidade cultural, onde cada um de nós pensava muito mais no coletivo do que no individual.



É certo que, individualmente, todos os upeninos sempre tiveram uma vasta atuação cultural nos espaços em que ocuparam. E não apenas na literatura, mas também na música, a exemplo de nossos confrades Amorésio Sousa Silva e Aurélio Miranda, cantores e compositores, que atuaram nessa área e, também, nas artes plásticas, onde sempre temos a upenina Dorileia Adriana Detoni registrando sua atuação.



Na área da produção literária, a nossa principal bandeira de luta, registramos ao longo de nossa história, a realização ininterrupta do Recital de Poesias Upenino, o qual sempre foi aguardado, ano, após ano, com muita expectativa por parte da classe estudantil, a quem o evento sempre se voltou em primeira mão.
 
Em 2004, realizamos a publicação coletiva de uma Antologia Poética, o primeiro livro exclusivamente upenino. Mas, também temos registrado diversas publicações individuais de nossos membros, tanto física como virtualmente.



Também realizamos um bom volume de publicações físicas do Jornal O Upenino e da Revista A Upenina. Mas, com o advento da internet, encerramos essa atividade, pelo fato de ser bastante onerosa.



Desde a fundação até o início de 2018, realizamos as audições do Programa Momento de Arte e Cultura, primeiro pela Rádio Cultura de Poxoréu e, depois, pela Rádio Sul Matogrossense. Encerramos o programa com o fim das transmissões AM pela emissora, a qual passou ao comando da Rádio Jovem Pan, com transmissões apenas em FM.
 
No campo virtual, desde 7 de junho de 2009, mantemos o blog www.upevirtual.blogspot.com, onde buscamos registrar de forma sumária, as principais atuações da entidade e algumas das produções upeninas.



Em 2017, tivemos uma experiência com a Rádio Upenina, uma rádio web, que desativamos em 2019. Também em 2017, começamos as publicações virtuais da Revista A Upenina. Fizemos quatro edições, sendo que a última data de dezembro de 2018.



É de se observar que, nos últimos anos, temos reduzido  nossas atividades, em virtude de que a maioria dos nossos membros ativos estão com idade bastante avançada. Mas, não paramos. E não pretendemos parar com nossas atividades. Reduzimos o nosso portfólio para adequar à nossa capacidade logística. Mas continuaremos ativos enquanto isso for possível.



Estamos satisfeitos com o que fizemos até aqui, principalmente como influência positiva para a produção cultural em Poxoréu, por mais de três décadas. É provável que sejamos a entidade com o registro de atividades contínuas mais longo de toda a história local. E ainda temos muito sangue cultural circulando em nossas veias, o qual pretendemos oferecer em transfusões regulares, como incentivo às novas gerações.



E então é isso. Sabemos que todos os nossos confrades têm feito o seu melhor para que a UPE continue existindo em nosso querido município de Poxoréu. E é com um coração agradecido que cumprimentamos a cada e a cada uma pelo trabalho abnegado em defesa da arte e da cultura poxoreana, nesses 32 anos de existência da UPE - União Poxorense de Escritores.



Parabéns pelo trigésimo segundo aniversário!