terça-feira, 24 de abril de 2018

I Leilão de Gado do IHG de Poxoréu


I Leilão de Gado do IHG de Poxoréu

·       Izaias Resplandes de Sousa



Domingo, 22 de abril de 2018, Dia da Terra, dia de sol forte, dia de realização do primeiro leilão de gado promovido pelo Instituto Histórico e Geográfico de Poxoréu (IHGP), dia de encontrar velhos amigos, como o Dr. José Jorge Sobrinho, Presidente do Sindicato Rural de Poxoréu (onde o evento aconteceu), dia de arrematar gado, dia de beber, comer e se divertir. Mas também foi um dia triste, pois foi o dia de sepultar a amiga e companheira de profissão, já aposentada, a Profª Mirete de Oliveira Souza.
O leilão do IHG estava marcado para começar às dez horas. E a partir dessa hora de encontro marcado, já estavam presentes a maioria dos membros do Instituto e o povo também já se concentrava no local. Conforme previamente combinado, antes de tudo, o grupo teria uma roda de conversa com o Dr. Jerulino de Aquino, sócio correspondente do IHGP em Cuiabá. Ele falou animada e empolgadamente de suas ações e fez orientações aos demais membros da instituição.
O Dr. Jerulino de Aquino é proprietário dos Laboratórios Carlos Chagas, em Cuiabá e também da Fazenda Consolação. Ele fez uma brilhante participação no leilão, arrematando diversos lotes, contribuindo assim, de forma notável com a instituição da qual faz parte. Segundo o auxiliar de leiloeiro “Sorriso”, que ao lado da Daniela coordenava as vendas entre os clientes presentes, Dr. Jerulino é “patrão”. E ele foi mesmo, recebendo os agradecimentos de todos por isso. Saiu de Cuiabá, veio a Poxoréu, fez-se presente no Leilão, participou da reunião com os membros do IHG, arrematou bezerras e novilhas, fez a sua parte, feliz e fazendo seus companheiros felizes.
Confesso que nunca havia participado de um leilão de gado. Às vezes vejo alguns momentos na televisão, mas ao vivo, presencial, foi a primeira vez que participei. Achei muito interessante a organização do cenário. O leiloeiro oficial fica lá no alto, acima do palco. À sua frente, fica um pequeno cercado, o palco para o gado, com uma porteira de cada lado. O lote a ser leiloado entra por uma porteira e sai pela outra após ser vendido. À frente do curral ficam os vendedores que captarão os lances dos clientes. No caso, o Sorriso e a Daniela. Cada um mais animado do que o outro. Ao captar um lance, Daniela dava um gritinho para o atento leiloeiro. Sorriso, por sua vez, além do “eu” bem forte, também levantava o braço para se fazer entender. No início do leilão estranhei os gritinhos da Daniela. Não sabia o que era. Depois achei interessante e passei a acompanhar. E acompanhei até o final, já depois das dezessete horas. Foi um longo leilão.
O evento começou com as apresentações musicais da Orquestra de Viola de Poxoréu. Lindo! Os violeiros poxoreanos tocaram e cantaram com alegria e entusiasmo. Fizeram um belo espetáculo.
Depois das violas, veio a Catira, um belo sapateado apresentado por sete jovens alegres, bem coreografados e compromissados com a divulgação dessa tradicional dança brasileira, a Catira. Eles foram acompanhados por uma dupla de violeiros. Um grande show.
E então veio o almoço, oferecido gratuitamente aos presentes pelo IHG de Poxoréu. No menu, carne assada, vinagrete, mandioca e arroz branco. Uma boa comida, bem preparada e saborosa. Todos comeram com apetite.
Finalmente, com a alma e o estômago devidamente abastecidos pela boa música violeira, pela catira e pela boa comida oferecida, o Presidente da instituição abriu oficialmente o evento. As autoridades falaram, agradeceram e foram aplaudidas pelo povo presente. E então, disse o Presidente: “agora vamos sair de cena e deixar o espaço ao povo que tem dinheiro”.
E começou o leilão, com a abertura entusiasmada do leiloeiro e um minuto de silêncio em memória da Profª Mirete de Oliveira Souza, que, infelizmente, acometida de parada cardíaca, partiu para o mundo das almas no dia 21 d abril, sendo sepultada no dia 22, no Cemitério de Poxoréu. Esperamos que ela alcance o reino da eterna felicidade.
A primeira bezerra leiloada marcou o tom do leilão. Em que pese fosse um belo exemplar, foi arrematada por R$ 1.860,00. Um valor espetacular! Foi oferecida pelo Sr. Orlando César Dalberto, da Fazenda Água Fria e arrematada pelo Dr. Jerulino de Aquino, da Fazenda Consolação. Nenhum outro lote alcançou um valor tão alto, mas houve quinze bezerras arrematadas por valores iguais ou superiores a R$ 1.000,00. E a média de preço de uma bezerra de boa qualidade é R$ 700,00. As outras bezerras também foram bem cotadas. Apenas quatro bezerras foram arrematadas por menos de R$ 700,00. Foi um grande leilão.
Na prestação de contas, o Presidente do IHG de Poxoréu informou que o valor bruto arrecadado no leilão foi de R$ 50.440,00. E o montante líquido foi de R$ 43.090,00. De forma que foi mesmo um grande leilão. Foram vendidas 54 reses, as quais foram adquiridas por DANILO RODRIGUES VALE BARBOSA, MATHEUS, ALEXANDRE PINTO (AGRO Paraná), JOÃO DE JEUS OLIVEIRA, BENJAMIN MARTINS DE OLIVEIRA, OSMAR DA SILVA TRASNPORTE, JOAQUIM NUNES ROCHA FILHO, JOSÉ MORAES BARBOSA, JOÃO DE JESUS OLIVEIRA, JOÃO ALVES DA ROCHA, EUDOSON ROSA DA SILVA e JERULINO LOPES DE AQUINO.
As doações vieram dos quatros cantos do município, através de Lourival Nunes Vieira da Fazenda LN Vieira, Sandro Cleber V. Filho da Fazenda Bela Vista, Joaquim Benedito Cirilo da Fazenda Chapadão, Viriato Bortoloti, da Fazenda Mangabeira, Lenilson Miranda da Silva da Fazenda Conquista, Trajano Rodrigues da Silva da Fazenda Jaraguá, Antônio Carlos Ramos Neto da Fazenda Lagoinha, Eli Pereira Turbino da Fazenda São Francisco, Maurição da Fazenda Santo Antônio, Altamiro Pereira Campos do Sítio União, Isonel Gil Lopes do Sitio Lambary, Alexandre Pinto da Agro Paraná, Família do Sr. Izaias da Fazenda LN Vieira, Donizette Benedito Cirilo da Fazenda Chapadão, Waldemar Dias da Silva da Fazenda Gameleira, João Vieira da Silva Filho da Fazenda Morro dos Pingas, Armezinda Rosa da Silva da Fazenda Morro dos Pingas, Denizar Benedito Cirilo da Fazenda Chapadão, Raul Farias Pinto da Fazenda Goiabeira, Paulo Mangialardo, Lourival Nunes Vieira da Fazenda LN Vieira, Wislon Nunes Vieira, Helena Dias Vieira da Maria Aguiar Araújo da Fazenda Cachoeirinha, Fazenda Santa Helena, Maurílio da Fazenda Paraiso do Leste, Dr. Moraes, Ademar de Mato S. Junior da Fazenda Capão, Orlando Ribeiro Vilela do Posto São Lucas, Carlos Maia de Almeida da Fazenda Casa da Dinda, Joaquim Nunes Rocha Filho da Fazenda Santa Luzia, LEODILIO GIL LOPES do Sitio Recanto Feliz, Eli Pereira Turbino da Fazenda São Francisco, Sandra Nery Silva da Fazenda Santa Luzia, Danilo Rodrigues, Antônio Garcia Dornelas da Fazenda Boa Vista, Dr. Euson Rosa da Silva da Fazenda Boa Vista, João Neves da Silva da Fazenda Santa Lídia, Nilton Benedito Cirilo da Fazenda Chapadão, Valdete Rosa da Silva da Fazenda Bela Vista, Osman Camargo da Silva do Sito Olho dos Anjos, Jailton Souza Bravo, Wilson Nunes Vieira,  Laurita Silva Xavier da Fazenda Portão, Orlando Cesar Dalberto da Fazenda Água Viva, José Diomedes Pacheco da Fazenda São Pedro, Floriza Nunes Vieira da Fazenda Bom Jesus, Jussária Martins de Oliveira da Fazenda Jussária, Osvaldo Nunes Vieira da Fazenda Estância Baú, Joaquim Santana Nero da Fazenda Cruz de Malta, Donizete Benedito Cirilo da Fazenda Chapadão, João Batista Pancoti da Fazenda São Luiz, Dr. Edmar e Sr. Valdeson Rodrigues de Alcântara da Fazenda Três Irmãos.
Com os recursos arrecadados nesse I Leilão de Gado, o Instituto Histórico e Geográfico de Poxoréu dará prosseguimento aos seus projetos culturais em prol da sociedade poxoreana, com todos seus membros muito agradecidos pelas doações e arrematações que tornarão possível o caminhar da instituição, a qual vai andando em passos largos, buscando corresponder aos anseios presentes em sua criação.
·       Izaias Resplandes de Sousa é Orador do Instituto Histórico e Geográfico de Poxoréu e 2º Vice-Presidente da União Poxorense de Escritores.


domingo, 8 de abril de 2018

ANIVERSÁRIOS DE GIGANTES


ANIVERSÁRIOS DE GIGANTES
                                                
Gaudêncio Amorim

                        Apesar das avaliações negativas de muitos críticos de nossos tempos, eu diria que estamos vivendo em tempos de gigantes. É certo que um dia eles tombarão, mas os seus feitos serão eternos, da mesma forma que é certo constatar que, o que importa mesmo, não é quem foram eles, mas o legado que deixaram, pois assim caminha a humanidade, de sorte que não seremos lembrados pelo glamour das nossas vaidades nem pelo nosso castelo de prosperidades materiais, embora também seja verdade que muitos exércitos defendam o contrário, reconhecemos.
                        A afirmação do empresário Itamar Vilela (Genro do saudoso “Tonico Ribeiro” – da Fazenda Três Balisas) – de que “o IHG está dando de si o que de mais precioso existe nos últimos tempos: o tempo” é passível de uma incisão no curso de nossa história, haja vista a fertilidade dos tempos por oportuno dos 30 anos da UPE; 03 do IHG e 80 anos de vida administrativa do município. De fato, você já percebeu que quase ninguém tem tempo para alguém? Quiçá, o Dr. Itamar tenha mesmo razão, afinal, quando dele ouvi a afirmação, na companhia do confrade Antônio Nival, quando buscávamos arrecadação de gado para um leilão beneficente do IHG, mudei o foco do meu olhar para os gigantes do meu tempo.
                        Quando voltei daquela região do Corguinho, firmei uma “luta corporal” com os meus pensamentos sobre como aquele homem que não conhecia tanto do nosso dia a dia podia saber do tempo que dedicamos graciosamente à sociedade e quanto tempo vimos dedicando a este tempo. Parecia que aquele homem sabia mais de nós do que nós mesmos. Mas depois entendi que o bem é contagioso. Por mais que experimentemos pouco a sua concretude, há uma corrente invisível pulsando nos tecidos sociais e, todos, à sua maneira de percepção, corroboram nossos feitos, implícito ou explicitamente, direto ou indiretamente. Na verdade, contra os fatos não há argumentos. Qualquer invenção contrária se dissiparia em simulacros.
                       


A União Poxorense de Escritores – UPE, fundada em 31 de março de 1988, era apenas um protótipo de agremiação com a lânguida pretensão de se consolidar numa bandeira de luta, “em defesa da arte e da cultura”, sem saber quão alto voaria, que valor a história lhe daria e se duraria o tempo que durou e ainda se mantêm viva. Ela não só surpreendeu a si mesma, como finca desafios para que hajam outras a imitá-la com igual e tempo de existência e com tantos generais no campo de batalha. Quando o prof. Izaias Resplandes reuniu os primeiros “timoneiros da literatura” àquela viagem, há 30 anos atrás, mais do que a agremiação dos talentos literários da época, ele o fazia com todos um pacto com aquilo que já se consubstanciava em raridade, mercadoria de alto custo e pouco acessível aos trabalhadores: a doação de tempo. Quem quisesse pertencer a UPE haveria de dispor de tempo. Talvez, por isso, poucos tem se prestados ao sentimento de pertencimento à entidade. E cada um, à sua maneira, passou a contabilizar o seu tempo e, certamente, fosse uma poupança retornável no decurso, todos teriam para si uma próspera vida material. Este tempo foi investido nas pessoas, principalmente na juventude dos últimos 30 anos. Ele muitos haverão de citar este legado no futuro.
Passei, taciturno e me esgueirando pelas veredas do tempo, para apreciar a riqueza do tempo dispensado à causa upenina: O prof. Izaias com a sua máquina intelectual de produzir artigos; de levantar bandeiras; de criar e transformar tantas matérias brutas em pedras raras, consumidas vorazmente por muitos que não possuem tempo, apenas o tempo para saciar suas necessidades imediatas; o prof. João de Souzacom suas pesquisas, suas palestras, sua voz e um baú de criações e produções, embaladas e, caprichosamente, postas à disposição de quem, sem tempo, se presta à avidez do consumo; a professora Josélia Neves, com tempo para o seu português castiço, para a rima rara, a poesia que exulta o poema e com todo tempo possível, adorna as páginas silenciosas da literatura local, posta ao infortúnio apressado do consumo repentino; O Kautuzum Araújo, pulsando o tempo na artéria, foi generoso para compartilhar com o mundo os lampejos da sua humilde poesia, mas rica simplicidade; O Joaquim Moreira que, de tanto tempo, poderia ”calar” Bilac, seja na qualidade ou na quantidade dos seus sonetos decassílabos, mesmo depois de calado pela sua existência física; A Delza Zambonini, tão intensa, quanto seus versos, cujo tempo farto, só encurtado pela precoce existência; O Aquilino Silva, cujo tempo para escrever  foi imensamente maior do que as aflições que ceifaram sua própria vida; O Genivá Bezerra, a testemunhar tanto tempo nas laudas capitais de sua produção, comumente visitada, num “esforço de tempo” que a circunstância exige; O Edinaldo Pereira, em voo livre, rompendo trilhas da soleira do tempo para acondicionar seu legado, às vezes ecoado nas vozes juvenis, “investindo tempo” para digerir suas raras poesias em recitais; O Wallace Rodolfo, graciosamente, a produzir para quem, cujo tempo não o impele viver aprisionado pelo seu alto valor; Ao Jurandir Xavier, que não etiquetou o valor do seu tempo para escrever, resgatar e preservar as memórias de uma sociedade sem tempo, embora, algumas vezes, se preste com tempo para, paradoxalmente, destruí-las; O Dr. Joaquim Nunes Rocha que não poupou tempo para sanear os percalços que afligiram sua gente; O Dr. João Batista que “das exordiais às considerações finais” não deixou lacunas nem vazios que se aproximasse de pelo menos um verso arredio; O Luis Carlos Ferreira, cujo tempo fê-lo brotar das entranhas da sua fertilidade, um estilo único, a ser admirado e consumido por legiões de gente sem tempo.


                        Em 30 anos estes intelectuais, jamais ousaram colocar em xeque o tempo, como o vilão, mas como oportunidade de doação, já que, verdadeiramente doais, quando são capazes de doar de vós mesmos e não de vossas posses, como dantes afirmara um pensador. Então, o mérito destes imortais pensadores, não foi somente a bandeira filosófica e não a mais nobre de suas missões, mas suas abnegadas doações de tempo.
                        Da mesma forma o Instituto Histórico e Geográfico, uma criança promissora, embalde o embrião que lateja a vida em abundância em tão poucos anos de existência. E assim não seria assim, se no comportamento do tecido humano que o constitui não houvesse ricas milhas de tempo materializadas no feixe das ações que tributam dos resultados dos seus valentes soldados. Porque assim não seria, se a professora “Mundica”, do alto de sua vivência quase octogenária não se predispusesse a constituir num quase “oráculo” da história local para o deleite da tenra juventude e sem a vaidade de ser “sacudida” como arvore da sabedoria, iluminando veredas que a  ignorância poderia enterrar nos destroços da “história sem memória”; Porque assim não seria, se professor João de Souza, reduzisse sua aposentadoria ao deleite privado dos seus sonhos, sem a genialidade de compartilhar projetos e ações a tantos quantos puderem beber da sua sabedoria; Porque assim não seria, se a professora “Deja”, professora de história, ficasse imune ao seu tempo sem se tornar sujeito de sua própria história, incorrendo no seu próprio abismo de contradições, como muitos o fazem. Se o Dr. Alan, Engº. Agrônomo, desejasse viver no limite dos seus conhecimentos técnicos compartilhados apenas com aqueles que pudesse debitar seus custos, sem quaisquer projeções maiores para a riqueza do seu tempo para as pessoas do seu tempo; Se o Dr. Marcelo Vilela, além do bem sucedido profissional que é não pudesse concretizar seus méritos na riqueza do material que possui capaz de se constituir em personalidade notória. Se o Adolfo Catalá, absorto no ofício de empreender grandes negócios, não pudesse compartilhar os frutos do seu sucesso no ânimo dos seus semelhantes e não mantivesse suas mãos estendidas para levantar os que jazem caídos ou sem forças, à sua volta; Se a professora Leda Figueiredo, dos altos tonéis de sua experiência, depois do dever profissional cumprido, não pudesse manter-se rica e à disposição desta geração, com suas intervenções de alto quilate, podendo o eco de sua voz propagar-se nos ouvidos que tanto desejara continuar ouvindo ; Se o Marcos Cezar, a seu jeito e à sua maneira, não se prestasse ao tempo do colecionador solitário e silencioso de artefatos e de memórias dos tempos de antanho;  da  Sandra Sol, com o seu tempo de criar, de acolher, de somar, de grandeza pessoal, de paciência farta, não pudesse ocupar o tempo para ensinar estas virtudes; A Sandra Nery, cuja generosidade, fizera ninho na sua consciência, com a leveza de compartilhar exemplos, na serena luta diante das tempestades ameaçadoras do seu próprio destino; O Agnaldo Luz, com o seu tempo, com tempo para socializar nossos feitos na Web, podendo os visionários da virtualidade conhecer a todos nós com um simples “click”; A Maria Luiza, que “misturada” entre os hangares do poder local, coleciona tempo para desfraldar a nossa nobre bandeira, inobstante as resistências ocultas que nos deseja silenciar; O Jailton, de vida agitada e passos apressados que conseguiu abrir “brechas” no tempo para emoldurar verdadeiros acervos fotográficos, caprichosamente cedidos a tantos entusiastas sem tempo. O Antônio Nival que, com a força de uma general irrompe no tempo em gestos e atitudes de abundantes doações pelo simples prazer de se sentir útil e continuar produzindo riquezas ao alcance de quem desejar compartilhá-las; A Lúcia Voltan, com tempo para o sacerdócio da vida em abundância, fazendo do seu colo, gigantescos tentáculos para aninhar as crianças e adornar os jovens, sob a inspiração de Dom Bosco e sem tempo para se curvar diante das dificuldades, mas com o desejo fortuito para aquecer corações nas mãos que se movimentam a filantropia; A Elvira, com tempo sem vaidade de turnos, quando se tem que fazer grandes ou pequenas ações, com suas mãos prósperas de movimentos; O Izaias Resplandes que, na sua estreita agenda, transforma o próprio tempo em paisagens nas lentes de suas milhares fotos; A Nelice que cada vez mais de alinha ao desejo que vem do coração, dando sentido e alentos aos subjugados e traídos pelas armadilhas da consciência; A Eva Mendes, apaziguando as inquietudes que cabem no tempo, com o anseio estreito de conquistas e de uma maturidade alcançada por toda equipe. Tempo de uma guerreira voraz, vigorosa e comprometida. Eu contemplo tudo isso, soldado de ambas as agremiações, como se fossem pinturas das mais raras paisagens não dissecadas pelo tempo; vivas em qualquer tempo na pinacoteca imprescritível de nossas memórias.


                        Realmente, entre os guerreiros da UPE e do IHG, o tempo que tem dedicado à causa institucional, longe do egoísmo e do individualismo que assolam nossa geração,  os colocam na condição de seres humanos incomuns, bem maiores do que supostamente pensam que são.


Certamente, as gerações do presente hão de proclamar seus feitos e suas memórias dizendo que viveram em tempo de gigantes: no tempo da UPE e do IHG.
                        
Vida longa aos gigantes!