sábado, 21 de outubro de 2017

Vigésimo Sexto Recital Upenino

Vigésimo Sexto Recital Upenino


Prof. Izaias Resplandes de Sousa


Vinte de outubro. Enfim, chegou o dia do poeta em 2017.



No dia 20 de outubro do ano de 1976, em São Paulo, surgiu o Movimento Poético Nacional, na casa do jornalista, romancista, advogado e pintor brasileiro Paulo Menotti Del Picchia. Esse movimento decidiu adotar a data como o dia do poeta no Brasil.


A UPE surgiu doze anos depois, em 31 de março de 1988, e sua Plenária decidiu seguir a orientação desse MPN, também reconhecendo o dia 20 de outubro como o dia do poeta.


Posteriormente, o dia 31 de outubro foi oficializado como o Dia Nacional da Poesia, através da lei 13.131, de 3 de janeiro de 2015, data do nascimento do poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade.

Mas como uma coisa não descarta a outra, a UPE abraça as duas datas, como datas importantes para a literatura poxoreana.


Em Poxoréu, há 26 anos, a Plenária Upenina deliberou realizar no dia 20 de outubro, um grande recital, onde a quinta das sete tradicionais belas artes fosse decantada em verso ou prosa, para o gáudio e deleite da população de nossa querida, doce e amada cidade.



E aqui abrimos um parêntese. Já que a missão fundamental da UPE, semprefoi a de atuar “em defesa da arte e da cultura”, aproveitamos essa oportunidade em que ocupamos a tribuna, para fazermos a defesa de que cetro de “CAPITAL”, aqui tradicionalmente concedido ao diamante, seja a partir de agora concedido à “POESIA”.

Poxoréu ficaria muito bem como a “Capital da Poesia”.

E temos lastro para defender a nossa proposta, pois desde sempre valorizamos a quinta arte, além de que, institucionalmente, já estamos há trinta anos cultuando a poesia, levando encanto, emoção e sentimento em todos os palcos erguidos em Poxoréu.


É de ver que nunca nos faltou um intérprete dessa grande e tradicional bela arte da humanidade.

Que o tempo possa avaliar a nossa propositura. Por enquanto, voltemos ao presente.

Nos dias 19 e 20 de outubro de 2017, a União Poxorense de Escritores (UPE) e parceiros realizou seu vigésimo sexto recital de poesias, com participação de alunos das escolas de Poxoréu e dos distritos de Alto Coité e Jarudore.


O evento foi desenvolvido no Salão Dom José Selva, no Externato São José, na Casa das Filhas de Maria Auxiliadora, gentilmente cedido pela instituição.
Na etapa do dia 19, a cena foi ocupada pelas crianças.

E foi emoção demais.
Algumas crianças mal conseguiam falar, de tanto que estavam emocionadas em estar ali.

Mesmo assim, falaram e falaram.

Todas deram o seu show.

Todas fizeram os nossos olhos lacrimejar de emoção e os nossos corações baterem em ritmo mais acelerado.
Ah, meus queridos!

É como diz o locutor Galvão Bueno: “haja coração!”

As criancinhas declamadoras chegavam ao palco com aquele jeitinho tímido de quem estava com vergonha de estar ali, mas isso durava muito pouco, pois logo dominavam o cenário e mostravam para o que tinham vindo, arrancando não apenas suspiros e lágrimas, mas milhares de aplausos e brados de entusiasmo da plateia atenta e deslumbrada.

Se não bastasse o fato de que as crianças já encantavam somente pelo fato de serem lindas crianças, ficava muito difícil não se encantar quando à criancice se aliava a um talento indescritível.

Foi como sempre disse o poxorense Zequinha: a gente fica “sem palavras”.


Já no dia 20, no dia do poeta, tivemos a etapa final do recital.

Desta feita, estiveram envolvidos os alunos das séries finais do ensino fundamental e os do ensino médio.

E aí a emoção atingiu outro nível.

Naquela hora, a conversa seria assunto de gente grande.


Os adolescentes não vinham apenas pensando em oferecer um espetáculo para seus assistentes.

Eles chegavam encarnados no espírito dos poetas e entregavam a mensagem dos artistas como se fossem suas próprias mensagens.


As palavras adquiriam vida na medida em que eram pronunciadas.


Não era somente a boca que falava… Todo o corpo fazia coro, ressignificando cada letra.

O sentido da mensagem dos poetas foi imensamente multiplicado pela beleza e riqueza da interpretação que aqueles atores lhes deram.


E isso se deu não apenas uma, duas ou três vezes. Isso aconteceu durante várias horas.
E a gente, que estava ali assistindo…


A gente foi se enchendo daquela beleza, daquela emoção e de todo o sentimento que foi transmitido pelos artistas da noite, até que, não cabendo mais, não dando mais para continuar segurando, só nos restava aplaudir e aplaudir até as mãos doerem.



Quantas vezes observei que nem aplaudir as pessoas conseguiam, tão embevecidas estavam com as apresentações.

Chegou ao ponto de uma artista ter que dizer sorrindo: “Acabou!!!”

Porque a concentração da plateia era tão grande, que ela não se conformava que tivesse acabado.

E permanecia em silêncio, aguardando e querendo mais.

Como sempre aconteceu nos outros recitais, neste vigésimo sexto também tivemos as participações especiais.

Aconteceram alguns percalços técnicos durante as apresentações…

A obrigatoriedade de uso do microfone, por exemplo, arrancou algumasreclamações, porque os meninos não estavam acostumados a usá-los.

Mas isso também foi superado.

A organização foi tolerante com essas dificuldades e ninguém foi prejudicado pelo uso dessa tecnologia, a qual permitiu que todos no salão pudessem acompanhar as mensagens declamadas pelos artistas.



E os resultados… Ah, os resultados.
Como foi difícil julgar o talento de quem mereceu nota dez somente pelo fato de ter ido ali e podido falar e transmitir o seu recado para uma plateia que, ardentemente, queria ouvir.

Foi assim que se pronunciou a professora Silvana, depois que duas de suas alunas puderam voltar ao palco e concluir as apresentações que, no seu entendimento foram prejudicadas “pelo uso dos microfones”.

Que bom seria se fôssemos ao teatro apenas para apreciar o espetáculo e não para julgar quem foi melhor.


Porque, afinal, quem foi o melhor?

Nós não temos um emocionômetro, um sentimentômetro ou qualquer coisa desse gênero para medir o sentimento e a emoção transmitida pelos artistas no palco e pelos pais, amigos e assistentes que estão na plateia.

São muitos ingredientes juntos de uma só vez.

O julgamento de uma apresentação é sempre pessoal.

Cada um sente e recebe de um jeito a mensagem do artista.

O juiz é impactado pessoalmente.

E cada um da plateia também tem a sua própria impactação.

Não há como agradar a gregos e troianos.

E ainda que todos tenham sido vitoriosos porque falaram e transmitiram suas mensagens, coube aos juízes escolherem os cinco melhores entre o time de bam-bam-bans que desfilaram pelo palco, em cada categoria.

A gente pode criticar porque não concordou com a decisão dos jurados?

É claro que pode. Um artista pode ter sido melhor em nossa opinião do que outro?

É claro que sim, porque, como já dissemos, o sentimento é pessoal e cada um sente de uma forma, ainda que todos sintam.


E é assim que precisamos ver, entender e receber a decisão de um corpo de jurados.

Temos certeza de que qualquer um que estivesse nessa posição de julgar não se sentiria confortável, porque sabe que aquele que julga também será julgado pelos demais.

Mas a vida é assim mesmo. Alguém tem que julgar e dizer quem foram os melhores.

E nossos convidados aceitaram essa missão e, junto com os demais organizadores estamos agradecidos pelo bom trabalho que fizeram, ao decidirem quem foram as melhores apresentações.


A organização neste ano contou com a parceria do Ponto de Cultura “Centelha de Luz Juvenil”, que tem na direção a senhora Lúcia Voltan. O ponto de Cultura ofereceu parte da premiação, certificados e troféus.

A Prefeitura de Poxoréu, através da Secretaria de Educação e Cultura também participou da logística, com equipamentos de som e pessoal de apoio.
O Externato São José cedeu-nos o Salão Dom José Selva, como tem acontecido durante todos os 26 anos de realização do Recital.

As escolas entraram com os artistas e o povo completou a parceria formando a plateia.
Aliás, falando em povo…


Tem um povo em Poxoréu que sempre acompanhou a UPE e que sempre cantou junto com os Titãs esse refrão:
A gente não quer só comida
A gente quer comida
Diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída
Para qualquer parte
A gente não quer só comida
A gente quer bebida
Diversão, balé
A gente não quer só comida
A gente quer a vida
Como a vida quer”

Esse povo cresce em número a cada ano e é imensamente carinhoso com nossos artistas. Dentre aqueles que prestigiaram esses dois dias de Recital, existem pessoas que ali estiveram desde o primeiro espetáculo, como a professora Maria Auxiliadora, Presidente do SINTEP de Poxoréu.

Foi ela mesma quem disse nunca ter perdido um recital.


Os artistas precisam de muito pouco, mas como precisam desse pouco. Os artistas são os nossos filhos, são os filhos de nossos amigos, são os filhos de nossa gente.

E o que eles esperam de nós é que, quando subirem ao palco, possam nos ver ali nas primeiras filas, cheios de expectativa com relação às suas apresentações.


Queremos agradecer a todos os que cooperaram com a realização desse evento, deste Vigésimo Sexto Recital Upenino de Poesias.


Obrigado aos parceiros Lúcia Voltan, Secretário de Educação Adriano Maia,

prefeito de Poxoréu Nelson Paim, jurados convidados, Diretoria da Upe,upeninos que apoiaram direta ou indiretamente e a todo o povo que prestigiou o evento.

Agradecemos de coração. Não agradecemos somente pelo que fizeram por nós. Agradecemos pelo que fizeram por nossas crianças, jovens e adolescentes.

Embora alguns possam pensar o contrário, nós sempre fizemos por eles.  obrigado por se juntarem a nós, pois assim, juntos, todos nós permitimos que eles extravasassem suas emoções e sentimento através da interpretação de lindas e maravilhosas poesias.

Até o Vigésimo Sétimo. Há trinta anos estamos arregimentando os fanáticos, os loucos e os apaixonados pela poesia.

Foi uma luta intensa. E agora que esse time está formado, esperamos que nossos artistas possam sempre contar com vocês para que essa linda história de amor pela poesia continue depois que nós partirmos.

Vida longa para o Recital Upenino de Poesias, em Poxoréu!


Classificados do Ensino Fundamental 

Classificados Ensino Médio


Classificados do Ensino Fundamental - Séries finais



Comissão Julgadora do primeiro dia

Laís fez uma homenagem à sua mestra, a professora Davina Messias, a qual depois de duas jornadas de 25 anos como professora municipal sentindo o perfume do pó de giz, agora decidiu pendurar seu guarda pó e desfrutar de uma merecida aposentadoria.

Upeninos Márcia, Gaudêncio, João, Izaias. Prefeito Nelson e Sec. de Educação Adriano

Lúcia Voltan - Ponto de Cultura Centelha de Luz Juvenil

Diretores da UPE: Edinaldo, Gaudêncio e João










Família Upenina e convidados

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