Izaias Resplandes
Eu queria ter a coragem do simples
Para viver em uma casinha pequena,
Que desse pouco trabalho pra cuidar,
Para que tivesse como desfrutar de outros prazeres da vida,
Ao invés de passar o tempo todo tentando construir uma casa grande,
Para receber pessoas que não vêm me visitar,
Mesmo porque eu nunca estou em casa para recebê-las,
E que só serve mesmo para atrair a poeira
E para dar muito trabalho pra zelar.
Gostaria de não complicar as coisas tanto
E de ficar satisfeito com o que Deus já me tem dado;
De poder parar de correr para um e outro lado
Atrás de novidades e de outros cursos da vida;
De dizer um BASTA que me faça perder o encanto,
E que me ajude a correr de modo mais compassado,
De tal sorte que eu o escute sempre que for tentado
A ultrapassar os limites estabelecidos em minha corrida
Queria ter mais tempo para ler.
De que adianta ter na biblioteca tantos livros
Se o meu tempo vai passar e eu nem saberei
O que aqueles livros tinham para me dizer?
Servem apenas para falar que tenho livros e atrair as traças.
Essas preciosidades não podem ser só para se ver
Elas têm direito de circular por entre os seres vivos
Para mostrar-lhes o que tem e que eu não busquei
Por haver a passado a vida conjugando o verbo TER
Deixando de SER, ocupado noutras graças.
Eu gosto de ouvir o cantar dos passarinhos,
Mas quase não tenho tempo de parar meus vens e vais
E voltar-lhes alguns momentos de meus sentidos
Em meu grande quintal arborizado,
Onde eles criam seus filhotes, fazem seus ninhos,
E realizam seus mais lindos recitais.
E então esses cantores morrem e seus cantos não são ouvidos
Porque eu, platéia, estive correndo atrás dos ventos,
E entre tantos contratempos, ocupado.
De que adiantam os quartos vazios,
O corre-corre e os tantos desvarios?
De que adiantam os livros de tantas histórias,
Tantas aventuras e glórias notórias?
De que adiantam as plantas, os quintais,
E os pássaros cantores que não têm iguais?
O que adianta ter cinquenta, oitenta, cem anos,
Se não se teve a coragem do simples vivenciando?
A vida não é uma multiplicação dos anos que são passados;
Não é uma luta para conseguir objetivos inconquistáveis;
Não é o aproveitamento do tempo em qualquer inutilidade!
Viver não é conquistar a imortalidade!
A vida é o tempo apreciado e os dias efetivamente desfrutados;
É a alegria e o prazer das companhias contáveis,
Sem importar de quanto seja a nossa idade.
Viver é o tempo que passamos em plena felicidade!
Para viver em uma casinha pequena,
Que desse pouco trabalho pra cuidar,
Para que tivesse como desfrutar de outros prazeres da vida,
Ao invés de passar o tempo todo tentando construir uma casa grande,
Para receber pessoas que não vêm me visitar,
Mesmo porque eu nunca estou em casa para recebê-las,
E que só serve mesmo para atrair a poeira
E para dar muito trabalho pra zelar.
Gostaria de não complicar as coisas tanto
E de ficar satisfeito com o que Deus já me tem dado;
De poder parar de correr para um e outro lado
Atrás de novidades e de outros cursos da vida;
De dizer um BASTA que me faça perder o encanto,
E que me ajude a correr de modo mais compassado,
De tal sorte que eu o escute sempre que for tentado
A ultrapassar os limites estabelecidos em minha corrida
Queria ter mais tempo para ler.
De que adianta ter na biblioteca tantos livros
Se o meu tempo vai passar e eu nem saberei
O que aqueles livros tinham para me dizer?
Servem apenas para falar que tenho livros e atrair as traças.
Essas preciosidades não podem ser só para se ver
Elas têm direito de circular por entre os seres vivos
Para mostrar-lhes o que tem e que eu não busquei
Por haver a passado a vida conjugando o verbo TER
Deixando de SER, ocupado noutras graças.
Eu gosto de ouvir o cantar dos passarinhos,
Mas quase não tenho tempo de parar meus vens e vais
E voltar-lhes alguns momentos de meus sentidos
Em meu grande quintal arborizado,
Onde eles criam seus filhotes, fazem seus ninhos,
E realizam seus mais lindos recitais.
E então esses cantores morrem e seus cantos não são ouvidos
Porque eu, platéia, estive correndo atrás dos ventos,
E entre tantos contratempos, ocupado.
De que adiantam os quartos vazios,
O corre-corre e os tantos desvarios?
De que adiantam os livros de tantas histórias,
Tantas aventuras e glórias notórias?
De que adiantam as plantas, os quintais,
E os pássaros cantores que não têm iguais?
O que adianta ter cinquenta, oitenta, cem anos,
Se não se teve a coragem do simples vivenciando?
A vida não é uma multiplicação dos anos que são passados;
Não é uma luta para conseguir objetivos inconquistáveis;
Não é o aproveitamento do tempo em qualquer inutilidade!
Viver não é conquistar a imortalidade!
A vida é o tempo apreciado e os dias efetivamente desfrutados;
É a alegria e o prazer das companhias contáveis,
Sem importar de quanto seja a nossa idade.
Viver é o tempo que passamos em plena felicidade!
Poxoréu, 27 de fevereiro de 2011